palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia

A praça de Godric’s Hollow fica no meio do pequeno vilarejo e possui um formato redondo, sendo dividida em três áreas abertas. A primeira é um pequeno playground que faz a alegria das crianças que por ali vivem, possuindo brinquedos, e uma área apenas para andar de bicicleta ou praticar atividades parecidas. A segunda é dedicada aos jovens, possuindo um anfiteatro, geralmente usado para reuniões dos adolescentes, apresentações e, mais raramente, peças de teatro. A última área é dedicada aos adultos, principalmente aos idosos que em dias normais se reúnem para falar dos velhos tempos e jogar damas ou xadrez nos bancos e mesas de pedra do local. No centro da praça existe um monumento que é desconhecido para a maioria das pessoas que por ali passar, uma estátua de um casal segurando uma criança no colo, por não possuir uma escritura a maioria acredita que se trata dos fundadores da cidade, mas aqueles com sangue bruxo correndo em suas veias sabe que se trata da família Potter e do “garoto que sobreviveu”.

Kall at Queen of Graphics

Drunk

Eu continuava olhando para a praça, olho para ela e respiro fundo, dizendo baixo. Eu também vejo dor nos seus olhos...
Pensa por um minuto, os olhos profundos dela que pareciam já ter visto mil coisas e ainda mais, mas depois balança a cabeça e digo baixo. Foi mal, preciso parar de beber!
Soluçando novamente ouvi o conselho dela, voltando a me sentar com dificuldade, na verdade levemente envergonhado, e me agarrando ao banco pra levantar, apoiando-me ali para me manter em pé depois e dizendo de forma enrolada. Não quero mais tomar seu tempo, só vou me arrastar pra algum lugar que tenha café...
Iria mesmo tomar um café, mas continuava parado ali com a cabeça girando e tentando se lembrar como suas pernas funcionavam.

Drunk

Passando as mãos novamente pelo meu rosto tentando me manter acordado olhei em volta, tinha algumas pessoas ali apesar do horário já avançado, a mulher que me acompanhava, cujo nome eu já havia me esquecido, parecia realmente querer me ajudar, pensei um pouco no que fazer olhando em volta ainda, passando uma das mãos pelo meu cabelo já desgrenhado que precisava de um bom corte, respondi. Eu não sei... qualquer lugar que tenha café eu acho...
Voltei a encarar os olhos profundos da mulher, pensei em dar alguns passos para ir embora, mas minha cabeça girou me fazendo desejar desesperadamente um gole de alguma coisa bem forte e alcoólica.

Drunk

Soluçando um pouco mais respirei fundo, eu sabia que precisava da ajuda dela se quisesse andar, mas até bêbados tinham um certo nível de orgulho próprio, tentei me arrastar sozinho, parando novamente ao sentir a tontura aumentar, pensando que aquilo realmente não daria certo e que agora a unica solução era alguma bebida forte, talvez até mesmo aquele resto de Whisky que tinha na garrafa que joguei fora antes de vir para a praça.
Mas meus planos se foram quando a garota simplesmente me arrastou para um café ali perto, não que eu pudesse fazer qualquer coisa para impedir, não tinha qualquer controle sobre para onde ia de qualquer forma.
Ela me largou num banco de cafeteria, enquanto um estranho atendente me dava xicaras e xicaras de café preto e forte. Quando dei por mim a moça havia sumido, e aos poucos minha vontade de beber também.
Após um tempo estava são o suficiente para poder sair dali e aparatar para casa, ou para um hotel na verdade. Estou bem obrigado... Quanto devo?
O atendente disse que a moça já havia pago, o que me fez soltar um pequeno sorriso, no fim havia recebido a boa ação de alguém. Saí do lugar ainda cambaleando, depois fui até um lugar isolado e aparatei dali.

[OFF]

Depois de minha primeira entrevista como o mais novo apanhador da Orgulhos de Portree eu esperei por Maeve em Godric's Hollows, na verdade havia pedido que após ela ir ver Malia que ela viesse me encontrar aqui, se iriamos mesmo voltar a morar em Londres, precisávamos achar um lugar para morar e eu sempre admirei esta pequena vila, pretendia agora convencer Maeve a aceitar morar por aqui. Era noite já e eu estava a um tempinho esperando mas não me irritava, eu conseguia imaginar que o papo com  nossa antiga amiga devia estar muito boa. Um arrependimento em não poder ir me  bateu, se eu não tivesse aquela entrevista pelo time eu teria adorado rever Malia de uma vez. Estava morrendo de saudades da loira, por mais que conversássemos por coruja, nunca seria a mesma coisa do que uma conversa pessoalmente. Demorei muito? Esta a muito tempo me esperando? Perguntou Maeve aparatando a minha frente, sorri batendo no banco em que eu estava sentado para ela se sentar ao meu lado. Esperei que ela se sentasse e por fim neguei com  a cabeça, ela podia demorar uma eternidade que não me incomodaria, eu a amo demais para me irritar com coisas pequenas.

Nem um pouco, pensei que ate demoraria mais, imagino que tenha sido ótimo rever Malia depois de tanto tempo. Queria ter estado lá também mas sei que terei outra oportunidade em revê-la. Mas me conta, como foi?  Falei olhando para Maeve ao meu lado e deixei que ela me contasse como foi reencontrar com nossa antiga amiga, por mais que o motivo não fosse perfeito, não imaginava um reencontro ruim com Malia. Depois que ela me contou como foi seu encontro ela me perguntou sobre minha entrevista. Foi tranquila, estava com medo de perguntas que pudessem me comprometer mas por sorte achei que pegaram leve comigo, talvez por ser meu primeiro dia. Comentei lembrando um pouco das perguntas da entrevista, por mais que amasse pensar em quadribol, naquele momento eu queria focar em meu futuro com Maeve em Londres.

Antes que me pergunte o que estamos fazendo aqui, deixa eu explicar. Falei depois que colocamos em dia o que cada um de nos fez separadamente, ela me encarou com um pequeno sorriso, ela me conhecia muito bem e sabia que eu estava para fazer a ela uma proposta. Entrelacei meus dedos ao dela enquanto descansávamos a mão sobre o banco e sorri olhando nos seus olhos. Como vamos ficar em Londres, gostaria de saber o que preciso fazer para convencer a você a morarmos por aqui. Quero dizer, além de ser uma vila somente de bruxo é próxima de nossos trabalhos, sei que nao é o suficiente para a convencer a morar aqui, o que posso fazer para mudar essa ideia?Falei sorrindo de orelha a orelha para ela, eu sabia que Maeve nao era muito fã de morar em uma vila, eu imaginava que ela fosse preferir Londres uma cidade ampla com trouxas e bruxos misturados mas eu tinha fé de que ela me lançaria uma proposta que eu conseguisse cumprir em troca de nossa casa ser em Godric's. Maeve me olhou e respondeu.
   

Sorri em ouvir que Maeve estava disposta a morar em Godrics e que ela mesmo tinha uma afeição como eu pela vila bruxa. Só precisamos nos cuidar... Nathalie pode ter olheiros apesar de todos acharem que eu, você e Alec estamos mortos depois daquele ataque dos comensais enviados por ela. Falou e eu olhei para ela achava difícil Nathalie não descobrir que estávamos de volta a Londres, se na época em hogwarts ela já era sempre muito bem informada, quem diria agora no comando. Acho que não vamos conseguir esconder por muito tempo nossa estadia aqui meu amor, Nathalie sempre foi boa em conseguir informações. Falei não na intenção de deixar Maeve triste mas sim para alertar ela que eu achava que não demoraria muito para algum comensal vir atrás de nos. Fiz um delicado carinho em sua mão fazendo ela voltar a olhar para mim  Sem contar se Eliot e Lilith estao por aqui como Malia nos disse por carta, se encontrarmos com eles nosso disfarce cai por agua. Disse me lembrando de uma das cartas que recebemos de Malia que contava sobre a volta do casal problema a Londres.

Mas de uma coisa eu sei, qualquer um que entre no nosso caminho, a gente da um jeito. Falei mostrando a ela que não tinha medo de Nathalie, havíamos derrotado ela uma vez na batalha. Olhei a praça completamente vazia era bom relembrar como era Londres, por mais que minha vida na Irlanda estivesse boa voltar a onde nasci era um prazer que eu não sabia que precisava. Derrotamos Nathalie uma vez, não seria difícil derrotar de novo. Brinco olhando para Maeve, eu podia dizer que tinha algo a incomodando, ela não parecia estar totalmente solta e dentro de nossa conversa, sua mente parecia estar sendo arrastada para um outro assunto. Eu nem perguntei, mas como foi com Alex ontem? Imagino que sem a minha presença deve ter sido horrivel. Me lembro que ela era muito minha fã.

Falei sorrindo para Maeve dentro de mim eu podia sentir que Alex era o que estava perturbando a cabeça do meu amor naquele momento e eu sabia que a morena era cabeça dura e não se abriria se eu não perguntasse exatamente o que aconteceu. Mantive meus olhos o tempo todo nela enquanto mantinha meus dedos entrelaçados ao seus esperando por sua resposta.
   

Beatriz

Vanucci

Ao olhar pela janela Beatriz notou o belo vai estrelado então sorriu. Beatriz estava sem sono naquela noite, sentindo-se inquieta e com um desejo inexplicável de sair e tomar um pouco de ar fresco. Apesar de saber que não era a escolha mais sensata, após o incidente recente em uma das casas, ela decidiu que um passeio noturno poderia ser revigorante.

Vestindo um casaco para se proteger do frio, Beatriz saiu pelas ruas tranquilas de Godric's Hollow. O vilarejo estava envolto em uma aura mágica, e Beatriz se sentia grata por poder viver ali, especialmente ao lado de sua família. Enquanto caminhava, ela ergueu os olhos para o céu estrelado e sorriu. Apesar das férias estarem chegando ao fim, ela não lamentava o fim da temporada. Pelo contrário, suas férias tinham sido maravilhosas, principalmente porque havia se aproximado mais de Regan, sua meia-irmã.

Chegando à praça do vilarejo, Beatriz escolheu um dos bancos para se sentar, perdendo-se na contemplação das estrelas e na serenidade da madrugada. De repente, um barulho atrás dela a fez saltar do banco, virando-se para encarar um garoto que parecia tão surpreso quanto ela Você me assustou! Ela disse, levando a mão ao peito e soltando um suspiro.

Após alguns segundos o garoto se desculpou e explicou que também estava incapaz de dormir, revelando que a havia seguido após vê-la deixar sua casa. Beatriz arqueou uma sobrancelha, surpresa com a franqueza do rapaz. Não sei o que passou pela sua cabeça... Mas iniciar uma conversa dizendo que está stalkeando alguém definitivamente não é o melhor dos começos. Dla brincou, observando a reação do garoto.

Ele tentou se explicar, mas Beatriz sorriu, tentando amenizar o constrangimento dele. Calma, eu estava só brincando. Ela disse com um sorriso. Não precisa se preocupar 'perseguidor'. Ela brincou novamente. Estou bem, apenas observando as estrelas. Beatriz disse voltando a se sentar no banco.

Ela então se virou para o garoto, que parecia indeciso se ficava ali ou ia embora, ela sorriu e deu espaço para ele se sentar no banco.Venha. Ela chamou, dando um leve tapa no lugar ao seu lado.Quando o garoto se sentou, Beatriz notou imediatamente a beleza evidente em seu rosto, mas também algo mais profundo em seu olhar. Havia uma calma e uma inteligência ali, misturadas com uma inocência que a intrigava.

O céu está lindo hoje. Ela comentou olhando para cima por um tempo. Então, virando-se para o garoto, Beatriz percebeu que não o reconhecia dos arredores. Sua curiosidade natural a levou a fazer uma pergunta. Você é novo por aqui? Não me lembro de ter te visto antes. Ela indagou, examinando-o com mais atenção.


Narração Beatriz Viktor Anastasia

Beatriz

Vanucci

Beatriz não conseguiu conter uma suave risada diante da tentativa desajeitada de Theo se desculpar. Seus olhos observavam atentamente cada expressão dele, notando a hesitação misturada com uma sinceridade genuína. Era fascinante como alguém poderia ser tão transparente e, ao mesmo tempo, tão encantador.

Enquanto Theo se acomodava ao seu lado, Beatriz sentia seu coração bater mais rápido. Havia algo na maneira como ele se movia, na forma como seus olhos encontravam os dela, que a fazia ansiar por conhecê-lo melhor. Apesar de seus modos um tanto desajeitados, havia uma doçura nele que atraía sua curiosidade.

As palavras suaves de Theo ecoavam em sua mente, fazendo-a sorrir involuntariamente. Sou Theodore... Theo. Ele disse, enquanto delicadamente beijava o dorso de sua mão. Um arrepio percorreu a espinha de Beatriz, e ela sentiu seu rosto corar levemente sob o luar.

Theo... Ela murmurou, deixando o nome ecoar em seus lábios como uma melodia suave. A brisa da noite acariciava suas bochechas, envolvendo-a em um encanto inexplicável. Era como se o universo tivesse conspirado para colocá-los naquele banco, sob o brilho das estrelas, naquela noite tranquila.

É um prazer conhecê-lo, Theo. Beatriz respondeu, sua voz suave carregada de uma curiosidade sutil. Sou Beatriz. Seus olhos se encontraram novamente, e ela se viu completamente envolvida por aquele momento.

A brisa noturna brincava com seus cabelos, e Beatriz se permitiu apenas aproveitar a companhia dele, deixando-se levar pela magia daquela noite. Ela se pegou admirando cada detalhe do rosto dele, capturando a beleza cativante e o mistério irresistível que pareciam envolvê-lo. Era estranho como alguém que acabara de conhecer poderia causar uma sensação tão profunda.

Então, reunindo coragem, Beatriz decidiu iniciar uma conversa mais profunda, desejando desvendar mais sobre Theo sem revelar suas próprias especulações. Ela queria conhecer mais sobre aquele rapaz encantador que havia cruzado seu caminho de forma tão inesperada.

Então Theo... Ela começou, sua voz suave carregada de curiosidade. Você mencionou que está apenas de passagem por Godric's Hollow. Isso significa que você está viajando para algum lugar específico? Beatriz aguardou ansiosamente pela resposta dele, esperando desvendar mais sobre aquele enigma que tinha diante de si.


Narração Beatriz Theo