Eu estava andando pelos corredores de Hogwarts quando ouvi um burburinho vindo de um grupo de estudantes aglomerados. A curiosidade me puxou para mais perto e logo percebi que Pirraça, o poltergeist travesso, estava no meio da multidão, espalhando suas últimas fofocas. Um sorriso começou a se formar no meu rosto ao perceber que ele estava falando sobre Aaron, aquele babaca notório cujo nome já havia se tornado sinônimo de encrenca. Pirraça começou, sua voz flutuando pelo ar como um sussurro fantasmagórico.  Eu não podia deixar de prestar atenção. A sensação de expectativa e excitação crescia entre os alunos. Com um brilho travesso nos olhos, Pirraça continuou contando a fofoca. Os murmúrios e cochichos se espalharam pela multidão como fogo em palha seca. Aaron e Adora? Isso era ouro puro em termos de fofoca. Eu me divertia com a ideia de Adora, sempre metida a correta, sendo exposta dessa forma como a vadia que é. Mal podia esperar para ver a reação dela, principalmente porque essa história parecia estar longe de acabar.

Quando Pirraça revelou sobre Thomas, o corneado por Adora e o bebe de Aaron. o choque e a indignação tomaram conta dos alunos. Era um verdadeiro drama digno de novela bruxa. Eu, claro, estava adorando cada segundo. Ver Adora, a menina certinha e imaculada, ser exposta a verdadeira vadia que é, era um prazer inimaginável. Aproveitei a deixa para fazer alguns comentários provocativos. Nossa, Adora realmente nao tem filtro nao é mesmo? Parece que esta dando para o castelo inteiro sem preocupações.  Falei, com um tom de sarcasmo. Os olhares ao meu redor se voltaram para mim, alguns rindo, outros sussurrando. Eu sabia que estava provocando, mas era impossível resistir. Na verdade, parte de mim desejava ser mais um na lista de conquistas de Adora. Ela sempre teve aquele ar de mistério e desafio que eu achava irresistível.

Foi então que a vi aparecer. Adora, a ruiva imponente, vinha caminhando pelo corredor com abafadores de ouvido, claramente tentando evitar ouvir a fofoca que agora estava em todas as bocas. Eu não consegui segurar uma gargalhada. Era óbvio que ela sabia que estava no centro de um furacão. Quando nossos olhos se cruzaram, pude ver a raiva e o desprezo nos dela. Eu me lembrei imediatamente de como ela havia me atrapalhado com Astrid. Era a vingança perfeita. Enquanto ela passava por mim, murmurei lentamente, de forma que ela pudesse ler meus lábios: Pi.ra.nha. Ela parou por um segundo, surpresa, mas não respondeu. Continuou andando, mas eu sabia que minhas palavras a haviam atingido. Adora podia ser uma fera, mas naquele momento, eu tinha conseguido abalar sua confiança. Enquanto eu observava a ruiva se afastar, com a cabeça erguida e a postura rígida, não pude deixar de sentir uma satisfação perversa. Não que eu tivesse algo pessoal contra ela, mas o drama e a confusão eram irresistíveis. E, claro, qualquer oportunidade de lembrá-la de que ela não era tão perfeita quanto gostava de aparentar era um bônus.