Ruas de Godric's Hollow

Passeio

Aparatar era sempre uma experiência estranha, não que eu soubesse aparatar, na verdade era meu irmão quem estava aparatando e me levando junto, mas aquilo nem de longe mudava o fato de que aparatar era uma tortura, e eu sempre, em todas as vezes, me sentia enjoado, mas era óbvio que como bruxo aquele era o melhor meio de viajar, principalmente levando em conta que eu desejava ir em diversos lugares diferentes naquele dia. - Não se preocupe, quando aprender a aparatar verá que não é tão ruim. Encarei meu irmão, depois apenas frisei os olhos. - De onde você tirou que acho aparatar ruim? Apenas acho que você não sabe aparatar direito e por isso eu passo mal.
Mas aquilo não adiantaria, discutir com meu irmão era como discutir com uma pedra, ele tinha um talento, mínimo, para magia, mas era útil como um meio de transporte. - Cara sabe que seu rosto tá praticamente gritando comigo que sou apenas um ônibus né? O encarei, depois de respirar fundo algumas vezes e me recuperar do enjoo. - E você acha que é o que? Sinceramente a nossa mãe deve ser doida de colocar você como meta para que eu supere... Se der mole já estou quase fazendo isso..
Meu irmãos soltou uma gargalhada, depois bagunçou meu cabelo. - Deixa de ser irritante ou não te levo mais para passear totó... Ia gritar algo com ele, mas ele foi mais rápido. - Olha lá a casa que queria visitar! Disse apontando par uma casa há alguns metros, olhei para a mesma e sorri, depois me virei para ele. - Perdoado por enquanto, agora se apresse e vamos visitar! Disse o arrastando em direção à casa.


Josh ▬ Michael (irmão)

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Passeio

Se não fosse pela urgência imposta pela lealdade que eu devia a Lilith e Eliot, eu poderia ter considerado aquela tarde como uma dessas raras pausas na vida de um Comensal. Astrid, a pequena herdeira, estava aos meus cuidados. Eu caminhava pelas ruas de Godric's Hollow, observando as construções antigas e as memórias que elas carregavam. De repente, decidi me sentar em um banco em frente a uma das casas do vilarejo, segurando Astrid em meus braços.

Seus olhos inocentes e curiosos me fitavam enquanto eu sorria, lembrando-me da minha filha, da qual não restava mais do que memórias fragmentadas. A lembrança dela era como uma luz fraca em meio às sombras do que eu me tornei. Eu peguei um pequeno relicário que pertencera a ela, algo que eu carregava como uma relíquia de um passado que eu havia perdido. Brincava com ele, tentando, de alguma forma, me conectar a algo que se perdeu para sempre.

Aquele momento breve de ternura foi interrompido por um estrondo vindo de uma casa próxima. Astrid, em meu colo, percebeu a tensão no ar e seus olhos se encheram de curiosidade e confusão. Levantei-me rapidamente, colocando-a no banco e retirando minha varinha. Um clarão de cores estranhas emanava da casa, como se a própria magia dentro dela estivesse se descontrolando.

Pronto para lançar um feitiço de proteção, fui surpreendido por um clarão mais intenso. Uma luz envolveu Astrid e eu, e senti meu corpo contorcer-se em agonia. Ao olhar para Astrid, percebi que a transformação já começara. A pequena criança agora se tornava uma jovem, e o relicário desintegrou-se, envolvendo-a em uma nuvem de poeira mágica.

Desesperadamente, enquanto sentia meu próprio corpo envelhecer rapidamente, retirei minha capa e a envolvi. Astrid, agora uma jovem de beleza deslumbrante, encarou-me sem compreender o que havia ocorrido. O relicário transformou-se em poeira e se fundiu à ela e, em um último gesto, olhei para ela com um sorriso amável.

Viva. Murmurei, enquanto eu mesmo me tornava uma pilha de poeira, desaparecendo da existência como um Comensal, como um ser vivo. Minha última ação foi proteger a herdeira da Ladie das Trevas, confiante de que o futuro dela seria diferente do meu passado sombrio.

Vigilia..

Os dias na trincheira da vigilância se desenrolavam como um filme monótono, o roteiro repetitivo das missões. Desde a prisão de Eliot e Lilith, a ordem era clara, e eu, Noah Lieve Nottingham, como Auror, tinha a responsabilidade de caçar as sombras que persistiam em perturbar a paz do Mundo Bruxo. Entre os alvos, Dimitri se destacava, um Comensal que ainda desafiava as leis mágicas.

Vigiava cada movimento dele como um predador paciente, oculto nas sombras, observando enquanto ele se dirigia a Godric's Hollow. A quietude do vilarejo era perturbada apenas pelo tilintar de minha varinha no coldre e a batida ininterrupta do coração, sinalizando a tensão que envolvia a missão.

A cena mudou quando Dimitri escolheu um banco de frente para uma das casas do vilarejo. Meus olhos, treinados para perceber a menor das irregularidades, acompanhavam-no atentamente. Foi então que o inesperado ocorreu, um estrondo ecoou da casa, fazendo-me saltar instintivamente. O coração acelerou quando testemunhei Dimitri transformar-se em uma nuvem de poeira, enquanto, no mesmo instante, a pequena Astrid metamorfoseou-se em uma jovem de 14 ou 15 anos.

Paralisado por um momento, observei a luz mágica dissipar-se, revelando uma realidade distorcida. Meus passos apressados levaram-me na direção da garota recém-formada, a varinha em punho, pronta para qualquer eventualidade. Você está bem? perguntei, meus olhos avaliando a jovem cujo olhar se perdurava entre o desconhecido e a perplexidade.

Ao constatar que a pilha de poeira era o que restara de Dimitri, soltei um suspiro confuso. Desviei o olhar da pilha para a garota e disse: Fique aqui... Logo mais Aurores virão. Um feitiço de proteção foi lançado ao redor dela, como uma barreira mágica a resguardar a incompreensível situação.

Sem demora, corri em direção à casa, ansioso por desvendar os mistérios que o interior abrigava. Meu coração batia em sintonia com o pulsar da magia, enquanto a varinha permanecia firme em minhas mãos, pronta para enfrentar o desconhecido que se desdobrava diante dos meus olhos vigilantes.