Lago Negro

Caminhei com Lillian ate o lago negro, entre nós, outros alunos acompanhavam, alguns para participar como a gente, outros para torcer. Assim que chegamos avistei minha mãe mais ao longe, seu olhar em me ver era de surpresa, talvez por conhecer muito bem minha personalidade e saber que eu jamais participaria desse tipo de evento, mas... Desta vez eu tinha um motivo maior. Pensei olhando para Lillian ao meu lado enquanto a sentia enrolar seu braço ao meu quando parávamos em frente ao Lago.  Vamos naquele esquema, nos protegemos, como sempre! Disse para ela com um sorriso e procurei sua mão com a minha entrelaçando nossos dedos quando a diretora começou a explicar o desafio. A medida que ela explicava eu ficava mais nervoso, os obstáculos ate as bandeiras seriam complicados, eu nao tinha duvida e tinha medo por isso. Nao por mim mas por minha amada ao meu lado, eu morreria se algo acontecesse a ela, ainda mais comigo por perto. Escondi meu nervosismo e medo, queria mostrar a ela uma confiança acima da verdade, porem que pudesse ser sua inspiração. Deixei que ela fosse a minha frente e ela e sentou no barco que escolhemos e eu o empurrei para o lago subindo logo em seguida quando já flutuávamos sobre as suas aguas. Peguei um dos remos e vi Lillian pegar o outro e me prontifiquei em para-la. Deixa que eu remo Lilli. Não precisa se esforçar por agora. Falei com um cavalheirismo para a mesma que sorriu afirmando que ela preferia me ajudar igualmente, sorri e abaixei a mão segurando meu remo com as duas e começando a remar em sincronia com ela. A chuva começou e nossa visibilidade piorou um pouco mas nao havia nenhum sinal de bandeira, pelo menos na superfície. Acha que as bandeiras estão no fundo? Estamos remando já tem um tempo e nao vi nenhuma. Eu disse diminuindo a velocidade em que remava e vi a loira me olhar respondendo que era possível. Puxei meu remo para dentro e tirei a varinha do bolso já molhado da minha capa. Vou tentar olhar o fundo, talvez veja alguma coisa. Falei para ela e fiz um movimento com a varinha que parecia uma ferradura, conjurando o feitiço de cabeça de bolha em volta de mim. Coloquei minhas duas mãos sobre a quina do barco e senti Lillian segurar minhas costas, talvez por minha segurança, nao pude deixar de sorrir ao senti-la.

Me inclinei e mergulhe minha cabeça e metade do meu tronco no lago, reabri meus olhos e podia ver muito pouco por causa da turva agua do lago mas também conseguia ver que havia pequenos freixos de luz que emanavam do fundo dele. Virei meu olhar para os lados procurando mais detalhes e foi quando notei uma silhueta de outro aluno nadando de volta do fundo com algo em mãos. Sorri entendendo que devia se tratar de uma bandeira o que respondia a minha pergunta, algumas deviam estar no fundo do lago. Voltei a superfície e olhei a loira que passou sua mão por meu rosto para tirar o excesso de agua, senti minhas bochechas rosarem e sorri. Eu vi algumas luzes no fundo e um outro aluno voltando de lá, acho que tem bandeiras no fundo. Falei para ela que na mesma hora sorriu e respondeu que precisávamos ir para o fundo e pegar as bandeiras. Vamos de mãos dadas, assim nao corremos risco de nos perder um do outro lá embaixo o que acha? Perguntei aproveitando que minha ideia me proporcionava tanto a segurança dela como o prazer de voltar a segurar sua mão, mesmo que por um outro motivo. Logo esperei sua resposta antes de mergulharmos.

  

De mãos dadas com Lilliam e uma grande bolha de ar envolta de nossas cabeças, nadamos juntos ate o fundo do mar seguindo a luz que  da superfície se dava para ver. A luz turva aos poucos começou a ganhar a forma circular, era uma esfera luminosa branca. Deve ser a dica de que as bandeiras estao por perto. Falei por dentro de minha bolha e torcia para que a lufana conseguisse me ouvir, a vi acenar com a cabeça confirmando, o que indicava que ela podia escutar. Voltamos a nadar em diante afundando um pouco mais deixando a esfera um pouco para trás, seguindo seu caminho.  Não nadamos muito mais do que cem metros ate eu avistar duas bandeiras, uma azul e uma amarela, nossas cores especificamente. Olhei para Lillian ao meu lado e guiei seu olhar para que ela visse as bandeiras e voltamos a nadar para nos aproximar. Quando chegamos mais perto três sereianos surgiram com seus enormes tridentes, eles os apontaram em nossa direção como ameaça. Olhei para a lufana por alguns segundos, nossos olhos indicavam a mesma coisa, não queríamos feriar aquelas criaturas mas iriamos precisar fazer para pegar as bandeiras. Se quiser eu faço, não precisa se forçar a machuca-los. Falei para ela mas ela negou com a cabeça e segurou minhas duas mãos enquanto olhava em meus olhos. Não, não quero que faça isso sozinho. Falou e eu sorri, realmente eu não queria levar a culpa de atacar aquelas pobres criaturas sozinho mas estava disposto pela loira. Mantemos nossas mãos e olhares conectados por mais alguns segundos e depois olhamos para os três sereianos, desconectando nossas mãos em seguida. Eu puxei minha varinha, com dor no coração e apontei para uma das criaturas. Electrum  Disse acertando um deles em cheio que gritou agoniado e soltou seu tridente, os outros dois me encararam furiosos e começaram a nadar em nossa direção para atacar.  Tentei desviar para o lado quando um tentou me acertar com a barbatana mas fui lento, senti a forte pancada em minha perna e vi meu corpo girar algumas vezes dentro da agua. Flipendo! Falei mirando nele que nadava em alta velocidade em minha direção com o tridente a frente. Ele o lançou na hora que meu feitiço o atingiu, vi o sereiano ser jogado longe mas seu tridente continuava vindo em minha direção. Nadei para o lado desviando de ser empalado vivo, passando somente de raspão. Senti o objeto relar em minha pele e rasgar minha camisa na lateral, mas nao me desfocou, olhei ao redor procurando por Lillian e a vi mais próxima as bandeiras ainda duelando com um sereiano. Cerrei meus olhos determinando em ir ajuda-la e comecei a nadar para mais proximo quando senti algo bater forte em minhas costas, outro sereiano. Aquele que eu havia eletrocutado no meu primeiro ataque. Me virei para ele e apontei a varinha quando o vi tentar me arranhar com suas garras, segurei sua mao quando ele gravou sua unha em me peitoral e levei minha mão livre com a varinha na sua cabeça. Wevlum Disse e um grande jato de agua saiu da ponta da minha varinha levando o sereiano para longe como se fosse um saco plástico.

Voltei a nadar rapidamente ate Lillian que duelava sozinha e a abracei forte apontando a varinha para a sua frente onde o sereiano estava pronto para ataca-la. Alarte Animalis  Disse conjurando um barulho que nós não conseguíamos ouvir mas pela reação do sereiano a nossa frente, ele conseguia. A criatura começou a se contorcer como se tivesse sentindo dor, olhei para a que eu havia jogado longe e ela também se contorcia. Vamos é nosso momento, vamos pegar as bandeiras! Falei voltando a olhar para Lillian e segurei sua mão nadando ate as bandeiras, eu peguei a azul e a loira ao meu lado a amarela e começamos a nadar em direção a superfície aproveitando enquanto meu feitiço ainda surgia efeito contra eles. Eu nao perdi tempo em subir no barco quando voltamos  das profundezas, ajudei a loira a subir e por alguns minutos ficamos em silencio recuperando as energias. Foi complexo nao? Parece que fiz uma maratona. Falei exausto olhando para o céu nebuloso enquanto sentia a chuva fina cair sobre meu rosto. Olhei novamente para Lillian que não havia me respondido e analisei cada canto seu com preocupação. Você esta bem? Se machucou lá embaixo? Perguntei me sentando ao invés de continuar jogado dentro do barco e a vi negar com a cabeça e soltar mais uma vez aquele seu sorriso lindo. Não, estou bem. Só bem cansada, preciso de um tempinho para recuperar o folego. E você? Eles te machucaram? Perguntou para mim e eu dei de ombros tentando mostrar um lado meu fortão e resistente. Nah, um arranhão aqui outro ali, nada absurdo, estou bem também. Afirmei apesar de saber que o arranhão nas costelas havia sido mais fundo do que eu fingia parecer e minhas costas iriam ficar roxas pelas barbatanas que levei. Observei Lillian guarda as duas bandeiras dentro de uma bolsa e eu peguei os dois remos novamente e coloquei metade deles na agua voltando a remar, ainda faltavam duas bandeiras se quiséssemos conseguir todos os pontos. Remei por longos quinze minutos ate vermos outra fonte luminosa vindo do fundo do mar. Droga, acha que esta lá embaixo de novo? Ouvi Lillian perguntar receosa, eu tambem estava, no primeiro desafio lutar contra os sereianos não foi fácil e já estávamos cansados. Provavelmente, mas se quiser posso tentar ir sozinho e... Comecei a falar mas a ouvi na mesma hora me cortar afirmando que queria fazer aquilo juntos, sorri sentindo minhas bochechas corarem e desviei meu olhar dela para o lago novamente. Vamos lá então, só mais duas bandeiras e ganhamos os pontos! Falei tentando dar um gás tanto nela quanto em mim mesmo para voltar e mergulhar na agua gélida para duelar com uma criatura desconhecida. Conjurei o feitiço de cabeça bolha novamente e mergulhei junto com Lillian novamente e nadamos de mãos dadas ate o fundo do mar, onde aluz estava.

Como da ultima vez, passamos pela luz e poucos metros a frente nos deparamos com uma parede de algas marinhas que nos impediam de ver o outro lado, Acho que vamos precisar atravessar, aposto que as bandeiras estão do outro lado. Comentei para a loira ao meu lado que apenas acenou com a cabeça. Entramos na parede de algas e fomos nada sem saber onde sairíamos. Não sei em que ponto mas no meio da relva de algas encontramos as duas bandeiras. Olhei para Lillian ao meu lado desconfiado, não havia nenhuma criatura protegendo as bandeiras. Tem alguma coisa estranha... Esta fácil demais não? Perguntei para a loira que deu de ombros. A verdade é que não tinha muito o que a gente quebrar a cabeça por, a gente precisava pegar as bandeiras estando fácil ou não. Nos aproximamos e pegamos as bandeiras e para nossa surpresa nada nos atacou de primeiro momento, sorri e olhei para minha amada ao meu lado. Acho que estamos com sorte, vamos aproveitar enquanto temos. Falei e segurei na mão de Lillian ao meu lado e comecei a nadar em direção a superfície, foi quando senti algo morder forte a mão em que eu segurava a bandeira. AH! Eu gritei e soltei na hora a bandeira e vi o gryndlow a segurando com a mão. Merdinha! Falei na hora em que senti Lilian me entregando a sua bandeira e zarpando para o fundo atrás da criatura que levou a bandeira azul. Lillian espera não vá! Falei mas antes que eu pudesse nadar em sua direção eu senti outra mordida desta vez em minha perna. Olhei para a criatura e vi mais duas outras se aproximando, segurei firme a badeira amarela contra meu peito, nao perderia a bandeira dela de jeito algum e apontei minha varinha para as criaturas. Immobilus Disse imobilizando o que estava preso a minha perna para que ele parasse de cravar seus dentinhos em mim. Estupefaça  Disse apontando para os outros dois e nao queria perder tempo com aquelas criaturas, Lillian havia sumido em busca da bandeira roubada e eu precisava acha-la. Ascendio! Falei apontando para mim e senti meu corpo ser lançado para cima com alta velocidade e quando eu sai da agua eu ainda subi uns sete metros em movimento de arco caindo em cheio em meu barco. Ai... Que mira a minha. Genial. Comentei estatelado nos bancos do barco, me sentei e passei a mão na cabeça amenizando a dor e deixei a bandeira da lufa dentro da bolsa e voltei a quina do barco conjurando o feitiço de bolha em volta da minha cabeça. Me preparei para pular na agua quando Lillian apareceu na superfície. Lilli! Eu te ajudo! Conseguiu pegar a bandeira? Maravilhoso! Você é maravilhosa!  Falei remando com o barco ate ela e ajudei ela a subir no barco, guardei para ela a bandeira azul que ela pegou de minha casa na bolsa e olhei para ela procurando ver se ela estava machucada ou só cansada como eu estava. Acho que fomos muito bem, agora é só voltar e comemorar. Falei com um sorriso aliviado de que nossa missão havia terminado e olhei para apaixonado enquanto pega os remos para remar de volta para a margem. Aproveitei nossa viagem ate a margem que foi tranquila para admirar sua beleza, ela era linda normalmente mas molhada parecia brilhar mais ainda.


  

Junto com Daniel eu fui ate o lago negro onde a atividade aconteceria, teve toda uma nova cerimonia onde Emily explicava as regras e objetivos da missão. O clima no lago estava péssimo, o céu carregado de nuvens, uma neblina densa sobre as aguas negras do lago e um frio de arrepiar a espinha. Com meu amigo do lado escolhemos um barco e entramos, cada um pegou um remo e começamos a guiar o barco ate o meio do lago ou onde víssemos uma bandeira da cor de nossa casa. Daniel estou começando achar que as bandeiras talvez nao estejam na superfície do lago... Comentei diminuindo meu ritmo de remada depois de mais de vinte minutos remando sem ver um resquício de bandeira. Escutei ele concordar e afirmar que precisávamos criar coragem e mergulhar, o que eu nao queria por imaginar o frio que a agua devia estar e  as criaturas nao descobertas que existia no lago como a lenda da lula gigante. Eu peguei um pouco de Guelricho para a gente. Falei tirando do bolso duas bolas de uma alga que mais parecia um amontoado de minhocas que a diretora deixou disponível para os participantes que preferissem usar ao invés de um feitiço.

Daniel nao parecia muito feliz em pensar que precisaria comer aquilo, nem eu mas infelizmente era o mais seguro na minha opinião. Entreguei uma das bolas para ele e no três juntos a gente botou para dentro quase vomitando de volta no primeiro contato com minha língua. Eu engoli tudo de uma vez só e em segundos comecei a sentir dores fortes em meu corpo, como se minha pele no pescoço estivesse rasgando. Perdi o equilíbrio e cai na agua enquanto sentia a transformação acontecendo, eu sabia que o desconforto era momentâneo, mas pareceu uma eternidade. O primeiro respiro dentro d'água foi doloroso seguido por uma paz em seguida. A agua entrava em minhas guelras com suavidade, meus pés, agora barbatanas, mexiam na agua com facilidade. Esta pronta?? Perguntou Daniel aparecendo a minha frente completamente transformado, eu acenei com a cabeça e o vi esticar a mão para mim, a segurei e começamos a descer juntos ate o fundo do lago para procurar por bandeiras.

Nadamos alguns minutos, passamos por uma relva de algas e logo depois Daniel apontou para uma caverna mais a esquerda de minha visão, na sua entrada tinha bandeiras. Nos olhamos com sorrisos alegres e juntos nadamos ate a entrada cada um pegando a bandeira da cor de sua casa, o que estava estranho. Pegar a bandeira na entrada da caverna tinha sido fácil demais. Isso esta estranho... Falei olhando a bandeira quando ouvi Daniel falando alguma coisa e me cutucando, olhei para minhas costas que se dava para a saída da caverna, onde dois enormes Kappas nos encaravam como se estivéssemos roubando seus filhos. Merda. Falei segundos antes das duas criaturas, como turbinas, nadarem em alta velocidade em nossa direçao. Protego! Falei conjurando uma proteção contra o primeiro ataque de garras da criatura, o impacto dela com meu escudo protetor lançou nos duas em direções opostas. O outro atacava Daniel mas eu confiava  que ele se resolveria sozinho, eu precisava focar em evitar perder a bandeira em minhas mãos e derrotar a criatura.

Perdi tanto tempo pensando comigo mesma que a criatura teve tempo de se recuperar de minha defesa e pegou com força meus pés com suas garras, senti elas entrando superficialmente em minha pele enquanto ela tentava me puxar para mais dentro da caverna que devia ser sua toca. Apontei minha varinha para suas garras na minha batata da perna. Opulentia Falei forçando uma queimadura forte em sua mão que foi suficiente para ele largar minha perna soltando um grito estridente de dor. Tentei nadar para fora da caverna nesse meio tempo mas a criatura se recuperou rápido e o senti grudar em minhas costas, me dando um mata leão com um de seus braços e em seguida senti seus dentes cravarem em minha clavícula.  Comecei a me debater tentando tirar ele de cima de mim e batia loucamente com uma das minhas mãos em sua cabeça enquanto preparava a outra com a varinha. Flipendo! Lancei contra ele que foi arrancado das minhas costas de uma forma dolorosa, seus dentes saíram arranhando e suas garras também.

Ignorei minhas dores e me virei sem dar a criatura tempo de reagir. Petrificus Totalus! Falei congelando ela como um cubo de gelo que não tinha como se defender daquele ataque. Com ela toda imóvel eu estava livre para sair daquela caverna, voltei a nadar para mais proximo a entrada onde encontrei Daniel finalizando o outro Kappa. Esta bem? Precisamos sair daqui antes que mais Kappas apareçam.Perguntei chegando próxima a seu corpo que flutuava em frente ao Kappa que ele havia derrotado, Daniel com hematomas e cortes parecidos com os meus. Escutei ele me responder mostrando a bandeira de sua casa que ele havia recuperado e por fim voltamos a dar as mãos para que pudéssemos navegar pelas aguas turvas sem nos perder enquanto procurávamos por mais um par de bandeiras.

A diretora fala mais um pouco no lago negro sobre o que seria essa atividade que valia pontos de casa, escuto atento pois não quero morrer antes de ajeitar minha vida, me casar com um bofe guapo e nem deixar minha irmã, por mais chata que seja, se afogar. Quando ela nos manda para o barco vou junto com minha irmã e escolho barco ao lado do de Victor e Lillian para admirar o moreno que havia tirado sua capa, grava e estava apenas com  a blusa social que em pouco tempo ficaria transparente. Desejo boa sorte ao meu amigo e com Brunna remo ate o meio do lago como todos os outros alunos que participam. Olha ali, nao demorou muito! Digo ao avistar as bandeiras flutuando sobre um palanque em meio a agua, minha irmã olha para mim determinada e começamos a remar com mais força para nos aproximar.

Chego perto e paro de remar, deixando o trabalho para a morena ao meu lado e vou para a quina do barco, estico minha mão para tentar pegar as bandeiras quando vejo uma sombra escura passar por baixo do barco. Você viu isso? Pergunto mas antes que ela possa responder, somos jogados na agua por uma enorme cauda. Quando volto a superfície noto a enorme serpente marinha que mantem seu corpo empinado para fora da agua. Começo a nada em direção a Brunna e a nossa volta surgem pequenas cabeças de serpentes. São filhotes! Falou minha irmã com uma voz adocicada como se quisesse abraçar as criaturas que nos olhavam como pedaços de carne. Sorte nossa! Falei e ataco em seguida um dos filhotes com um feitiço paralisante, os outros entendem meu ataque como o início do duelo e nadam em nossa direção, tentando nos dar mordidas embaixo da agua, dou chute em algumas e lanço outros feitiços que os afastem.

Os filhotes não estavam nos machucando com força, parecia que o intuito deles era nos distrair, sua mãe seria o enorme problema e era ela que protegia as bandeiras. Brunna, eu vou levar os filhotes para longe e você pega as bandeiras quando a mãe se afastar! Eu digo puxando uma das serpentes presa com seus dentes na minha perna. Eu olhei ao  na superfície e sorri ao ver um barco de outro estudante ao longe e apontei a varinha para ele. Oppugno! Falei e os filhotes que estavam próximos ao meu corpo foram enfeitiçados pelo feitiço e começaram a nadar loucamente em direção a onde eu marquei como alvo minha varinha.

Deixo que os filhotes vão perturbar outros alunos e me viro na agua gelada para olhar a mãe que antes estava em volta do palanque e agora não via sinal dela. Onde ela foi? Eu grito para Brunna que começa a subir o palanque para pegar as bandeiras enquanto me responde também gritando que estava vindo em minha direção. Mergulho segundos antes de ser atingido pelo enorme cabeça da serpente de mais ou menos sete metros. Sou jogado para o lado por seu tamanho, solto algumas bolhas de ar com a dor do impacto mas para a minha sorte ela continua nadando em alta velocidade na direção em que mandei seus filhos com o feitiço. Aproveito a oportunidade e volto para a superfície e nado ate o barco virado.

Você esta bem?? Ouço o grito estridente e preocupado de minha irmã que espera no palanque com as bandeiras de nossa casa em mãos. Estou bem! Foi nada! Digo subindo no barco e pego os remos para buscar minha irmã. Saímos o mais rápido possível dali para que a serpente não tente voltar atrás de nós. Voltamos ao inicio, remamos em meio a neblina em busca de uma pista das próximas bandeiras. Em meio a nossa trajetória passamos novamente próximos de Victor e Lillian, os dois parecem ir em direção a chegada. Acho que estamos atrasados. Tem aluno voltando para terra firma já. Digo olhando o barco dele, mas especificamente seu corpo agora sobre a transparente blusa social como eu havia predestinado. Com um sorriso no rosto continuo a remar enquanto escuto minha irmã falar algo enquanto procuramos as próximas bandeiras.

Nadando pelas aguas turvas eu podia ver como o fundo do lago era composto por uma diversidade de plantas magicas e peixes mágicos, além de seus perigos é claro.  As cores chegavam a ser coloridas e mudar em alguns corais e algas. Senti Daniel apertar minha mão e sai de meu momento de admiração e olhei para ele que apontava para uma estranha e enorme floresta de algas marinhas roxas que mediam quase quatro metros de altura. Com cuidado juntos entramos sabendo o obvio, que bandeiras estaria dentro daquele labirinto. Conjurei Lumus para que pudéssemos estar preparados para quando algo fosse nos atacar, pois sabíamos que iria. Nadamos por longos minutos ate vermos uma cesta brilhante no chão onde continha as bandeiras. Eu peguei a de minha casa e Daniel a dele, o que foi um momento de fraqueza nosso. Onde nossas atenções se voltaram para o premio e nao percebemos quando as criaturas nos cercaram.

Um gryndlows  pegou a minha bandeira e outro a de Daniel no mesmo instante. estávamos tão distraídos que nao tivemos reação, apenas vimos eles nadando em alta velocidade para o meio das algas. Nos olhamos e nos dizemos tudo por nossos olhos e cada um foi na direçao de uma das criaturas, eu atrás do que pegou minha bandeira e o o sonserino atrás da dele. O guelricho me ajudava a nadar entre as algas com mais velocidade, conseguia nao gastar tanta energia como gastaria com meus pés e mãos humanos. Senti alguma coisa me arranhar pelas costas e bolhas ao meu redor me indicava que eu nao estava alone. Parei de nadar e empunhei minha varinha procurando pelo pestinha. A alga o ajudava a se camuflar e ele era rápido, senti outra fisgada dessa vez em minha perna, soltei um gemido e olhei tentando encontrar ele.

Aparece seu pequeno desgr... Achei você. Falei quando vi e ouvi  as algas se mexerem a minha esquerda, segundos antes do corpinho verde e pequeno da criatura surgir vindo na direção do meu ombro.  Glaci! Disse forçando da ponta de minha varinha um intenso jato de gelo que atingiu o animal em cheio, ele nao congelou completamente mas seu movimento diminuiu, como se tivesse dificuldade em mexer os membros. Bombus Disse voltando a apontar minha varinha para ele, aproveitando que seus ataques estavam retardados. Varias bolinhas saíram da ponta da minha varinha e boiaram ate próximo a ele quando começaram a causar pequenas explosões. As explosões o incomodavam mais pelos barulhos do que o machucavam e quando bastante irritado ele soltou a bandeira, eu sorri apontando para ela.

Accio bandeira! Falei e ela imediatamente veio ate minha mão. Eu sorri orgulhosa mas, aprendendo com os erros passados, eu nao deixei meu foco sair por completo da criatura, quando ela estava se recuperando e pronta para me atacar eu apontei a varinha para ela novamente. Petrificus Totalus Falei o congelando, meu coração se apertou por pensar que ele podia ficar assim para sempre mas rezei para que a diretora cuidasse disso após o evento e comecei a nadar em direçao a superfície. Quando coloquei a cabeça para fora d'agua senti as guelras sumindo, bem a tempo. Conseguiu pegar? Esta bem? Ouvi a voz de Daniel e olhei na direçao podendo ver ele se aproximando já em nosso barco. Me debrucei e subi quando ele parou ao meu lado e mostrei a bandeira para ele. Olhei as duas bandeiras verdes e as duas azuis e sorri orgulhosa de nosso trabalho, eramos uma boa dupla.

Conquista dupla! Arrasamos! Falei pegando um dos remos e ajudando ele a guiar nosso barco para a linha de chegada onde tudo começou. Com minha mão livre usei minha varinha para conjurar alguns feitiços básicos de medibruxaria tanto para meus machucados leves quanto para os de Daniel também. Assim que chegamos a margem eu podia ver Aaron e Derek com suas bandeiras e outras duplas como Viktor e Lillian o que mostrava que nao havíamos sido os melhores. Eu me incomodava um pouco, gostava de ser bom em tudo que me propunha a fazer mas também tinha maturidade de engolir perdas caladas. Sabia que nao havia sido uma das primeiras e nao levaria o melhor premio mas qualquer pontinho para minha casa, estava valendo.