Eu sentia o gosto metálico do sangue a cada golpe desferido por Thomas, como se cada soco fosse uma punhalada direta em minha alma, cada impacto me causava uma onda de dor insuportável, uma agonia que queimava como fogo por todo o meu ser, tentava me levantar, mas antes que conseguisse mover um músculo sequer, um novo feitiço me atingia, lançando-me brutalmente contra a parede de pedras, o choque era avassalador, deixando-me sem ar e imerso em uma tormenta de dor excruciante.

Quando os impactos finalmente cessaram, eu tentei me erguer, meus membros vacilando em meio às golfadas de sangue que escapavam de minha boca. Desgraçado. Resmunguei entre os dentes, sentindo uma mistura de raiva e exasperação consumindo-me por dentro, então uma nova onda de dor veio quando fui eletrocutado, uma dor tão intensa que parecia rasgar minha mente em pedaços, mas, estranhamente, aquela dor também alimentava meu ódio, aumentando minha determinação de fazer Thomas pagar, de ver seu sangue em minhas mãos.

Lutava para me concentrar, para me manter de pé diante da torrente de violência desencadeada por ele, assim como tentava escutar o que Thomas dizia, mas a dor pulsante em meu corpo tornava tudo em um borrão indistinto e quando a dor finalmente deu uma trégua vi Adora a minha frente. Eu vou matar esse desgraçado! Estava tão imerso em fúria que queria apenas me levantar e partir apra cima do Valak novamente, ainda assim tinha que admitir que a chuva de feitiços simplesmente me deixara pior do que imaginei.

Quando me levantei me coloquei a frente de Adora, no instinto de protegê-la, então me preparei apra aprtir contra Thomas novamente, sentindo que minhas pernas já conseguiam se mover com certa firmeza, então, quando me inclinei para frente eu o vi conjurando um feitiço em minha direção, um sorriso cortou meus lábios, tudo que eu precisava fazer era desviar, mas quando iniciei o movimento notei que o feitiço não era para mim, era para Adora. Merda! Recuei o corpo, retornando e empurrando Adora, já que não tinha como fazer nada além daquilo.

O impacto me arremessou para trás, me fazendo rolar pela grama, me levantei atordoado, apenas vendo Thomas torturando Adora, fechei a cara e corri na direção dele, um grito de ódio emergindo de mim, mas uma explosão bem na minha frente me arremessou apra trás, me arremessando, novamente, contra a parede de pedras. Encarei Thomas e fechei a cara, então lutei para me levantar, meus movimentos lentos e desajeitados, mas não tinha forças apra aquilo, respirei fundo, tateando em minhas vestes, buscando minha varinha, mas encontrei algo ainda mais satisfatório, o bisturi que havia roubado da ala hospitalar, iria usar aquele bisturi em Kieran, mas Thomas era mais interessante agora.

Me levantei com dificuldande, sentindo toda a dor dos impactos sob meu corpo, tentei dar um passo, mas a perna vacilou, fechei a cara. Se move merda. Cochichei, mas meu corpo parecia não querer responder, então tirei o bisturi das vestes. Se move porra! Enfiei o bisturi na mão, a dor descarrilhou uma onda de adrenalina, exatamente o que eu queria e precisava, adrenalina pulsava em minhas veias enquanto avançava com ferocidade em direção a Thomas, desta vez a dor seria usada como fonte para que eu matasse aquele desgraçado.

Thomas me viu se aproximando dele e girou o corpo em minha direção, sua fúria parecia insaciável, como se ele estivesse cada vez mais confiante em sua crueldade, ele conjurou um feitiço, mas, não sei se por sorte ou destino, meu joelho falhou bem na hora, o que me fez inclinar o corpo para baixo, seu feitiço passando por cima da minha cabeça. Você é tão cego quanto arrogante! Gritei forçando-me a ignorar a dor lancinante e continuar avançando, ele tentou apontar a varinha para mim novamente, mas eu ja estava proximo demais, sorri, firmando a mão do bisturi, mirando em seu pescoço, mas a dor fez meu braço desenvolver um arco pela metade, fazendo o golpe acertar com violencia em seu ombro, um golpe tão fundo que senti a lamina bater em seu osso.

Minhas mãos enchacando de sangue, meus olhos brilhantes com ódio e raiva. Que azar! Gargalhei e então arranquei o bisturi com violência, vendo-o se afastar, então avancei novamente, desta vez não erraria, eu via o medo no olhar de Thomas, algo que apenas alimentava minha vontade de sentir ainda mais seu sangue espirrar em mim, movi o braço novamente, mas ele se afastou, a lamina passando em sua bochecha. Fica parado porra! Gritei, a sensação de loucura tomando posse de mim, daquela vez eu nao erraria, dei um salto para frente, o bisturi mirando seu olho.

Me levantei lentamente no meio dos destroços e das cinzas, meu corpo ensanguentado e queimado testemunhando a brutalidade do último feitiço, mas aquilo só parecia alimentar ainda mais meu desejo de ver Thomas morto. Ao olhar à frente, vi a chuva de flechas se aproximando rápido demais para me defender, fechei a cara e me encolhi, deixando meu corpo absorver o impacto, ao me levantar senti uma flecha cravada em meu ombro, o corpo inteiro estremecendo de dor, clamando para eu desistir e me entregar ao sofrimento.

Uma luz perversa brilhou em meus olhos, semelhante a uma fera ferida e perigosa, pronta para se defender, pronta para matar, meu coração batia em um ritmo acelerado, alimentando ainda mais minha ira e determinação. Não acabou ainda Valak... Rosnei, minha voz rouca e amarga, enquanto lutava para me manter de pé. Você acha que alguns feitiços fracos serão o suficiente para me deter? Você não faz ideia do que é a verdadeira dor! O cheiro metálico de sangue, misturado com a poeira e o suor, era o perfume da carnificina iminente, um prenúncio do caos que se desencadearia em breve, meus músculos tremiam de excitação, ansiosos pelo confronto que se aproximava, enquanto meus olhos famintos devoravam cada movimento de Thomas com uma intensidade fria, podia sentir minhas mãos trêmulas, os músculos latejando de tensão, mas nada disso importava diante da sede de sangue que ardia em minha alma.

Arranquei a flecha do meu ombro com um puxão, um grito agonizante cortando o círculo de pedras, mas minha atenção estava completamente voltada para Thomas, mesmo que a dor estivesse em seu ápice, a explosão havia arremessado o bisturi para algum lugar, mas eu não precisava de uma arma, queria matar Thomas com minhas próprias mãos. Sorri, meu ódio e ira pareciam se tornar uma entidade viva, lutando para escapar de minhas entranhas e arrastar-me para as trevas, a violência pulsava em meu sangue, fazendo-me tremer de excitação, podia sentir o ódio correndo em minhas veias, esperando para ser libertado, apanhei minha varinha das vestes e a ergui, meus olhos brilhantes e selvagens.

Quando a varinha se ergueu, meus lábios curvaram-se em um sorriso sádico, como se estivesse prestes a contemplar a obra-prima de destruição. Bombarda Máxima! Rugi com uma ferocidade selvagem, a energia que emanava de meu ser pulsando em sincronia com o feitiço lançado, a explosão resultante foi como o rugido de um demônio libertado do abismo, os destroços voando em todas as direções como fragmentos de uma realidade distorcida pela loucura, formando uma chuva de pedras e poeira. Eu não conseguia ver o resultado do feitiço, mas podia sentir a energia em meu interior, cambaleei para frente, meu corpo exausto e coberto de hematomas, mas ainda pronto para continuar a luta, a dor em meu ombro ferido era insuportável, mas eu a usei como combustível para minha ira, soltei um sorriso selvagem, a gargalhada escapando de meus lábios como a de um maníaco, um louco.

Quando Thomas apontou a varinha para mim, curvei-me para evitar o feitiço e dei um soco forte em seu braço, senti-o largar a varinha com um grunhido de dor. aquilo era perfeito, sem a varinha Thomas era fraco, sorri e aproveitei a oportunidade, girei o corpo e desferi um soco poderoso em sua boca, o impacto arremessando-o ao chão, a força do golpe e do giro me fizeram perder a força, me fazendo ir ao chão também, mas aquilo não me impediria, me apoiei com dor, meu corpo inteiro tremendo, mas meus olhos fixos em Thomas, deixando a ira me dominar, me arrastei para cima dele, desferindo golpes em sua face, cada soco carregado com violência e a vontade de vê-lo morto, meus braços estavam dormentes, o sangue escorrendo de meus punhos, mas eu não parava, queria Thomas morto, queria sentir sua vida se esvaindo sob meus punhos, ouvi a voz de Adora gritando para eu parar, mas eu não conseguia, queria vê-lo morto.

Soltei um grunhido de dor enquanto abria lentamente os olhos, ainda sentindo o impacto da explosão de Thomas reverberando por todo o meu corpo, cada músculo protestava contra o movimento, o zumbido no meu ouvido era ensurdecedor, a grama alta cedia sob o meu peso quando tentei me erguer, por um instante o mundo girou ao meu redor em um borrão turvo, com uma mão, cobri meus olhos, tentando conter as ondas de náusea que ameaçavam me dominar, quando finalmente me recuperei um pouco lancei um olhar ao redor, minha mente ainda girando em confusão.

Adora estava ao meu lado, seus olhos cheios de preocupação e medo, podia sentir cada batida do seu coração acelerado ecoando no ar tenso entre nós, ela falava algo, mas simplesmente não conseguia escutar, tentei me mover, minha respiração escapando em arquejos irregulares, queria simplesmente dormir, mas ao fechar meus olhos por um momento o rosto de Thomas surgiu em minha mente, meus olhos de abriram em alerta, ele ainda estava ali, em algum lugar.

Com determinação sombria virei o rosto, meus olhos varrendo o círculo de pedras até localizar Thomas, com um movimento rápido me inclinei, me sentando e agarrei a varinha que Adora segurava, a energia pulsando em meus dedos. Protego! A palavra saiu dos meus lábios em um grito rouco, uma barreira emergindo diante de nós, justo a tempo de repelir o feitiço de Thomas. O olhar de ódio e sede de vingança nos olhos do Thomas encontraram os meus, meu desejo de acabar com ele com as próprias mãos ressurgindo, mesmo com a dor latejando em cada fibra do meu ser, estava determinado a enfrentar Thomas até o fim.

Com um esforço monumental me levantei, apoiando-me em Adora, cada movimento era uma batalha contra a dor lancinante que me consumia, mas eu me recusava a cair. Acabou, seu desgraçado! Rosnei, cada palavra carregada de dor. Você não tem mais forças para nada idiota! Um sorriso torto se formou em meus lábios, manchados pelo sangue que escorria de um corte em minha boca. Eu vou acabar com você! Desvencilhando-me de Adora comecei a avançar em direção a Thomas, meus passos pesados e vacilantes, mas cheios de uma determinação feroz, estava ferido, exausto, mas não havia nada que pudesse me impedir de colocar minhas mãos ao redor do pescoço de Thomas e apertar até ele morrer.