Eu estava finalmente fora da ala hospitalar, dois dias haviam se passado e Antony nao havia voltando a me procurar, eu havia conseguido evitar uma conversa com ele e nao cairia em seus jogos sem antes ter provas de que ele nao possuía o colar. Soltei um suspiro cansada, eu tinha muitas coisas em minha cabeça, essa repentina chegada de nosso pai, com o qual eu nao confiava nem um pouco, os problemas de Derek que eu precisava ajudar, Isadora... Aaron que eu me recusava a se quer pensar nesse estrume... Rosalie com quem agora eu precisava redobrar meus cuidados se o que eu achava que havia acontecido estava certo... — Ruivinha... — Eu dei um salto ao sentir o halito quente de Ethan em meu ouvido. Seu jeito seguro e confiante sempre me desconcertava um pouco, e dessa vez não foi diferente. Senti um arrepio percorrer minha espinha, um arrepio que ele notou, claro. Sempre atento aos meus sinais, como se lesse meus pensamentos.

— É bom ver que ainda te provoco algumas reações —Ele disse com aquele sorriso charmoso que eu tanto conhecia. Era difícil resistir a ele quando ele decidia ser assim, tão... — Ethan. Como você está se sentindo? — Ele perguntou, examinando meu rosto. Minha voz saiu em um tom baixo e suave quando respondi, sentindo-me um pouco desconcertada com sua proximidade. — Estou bem, nova em folha. — Meus olhos perdidos em sua intensidade enquanto ele rodava em círculos a minha volta com um ar intimidadoramente sexy.  É... Você parece bem Murmurou, enquanto ele se inclinava mais perto de mim, observando-me com atenção, e eu me sentia como uma presa sob seu olhar.  — Mas acho que só vou conseguir confirmar se está bem mesmo se examinar você sem roupa alguma — Ele disse, ficando de frente para mim com um sorriso brincalhão no rosto. Engoli em seco, sentindo meu coração acelerar e nao escondi meu sorriso mas minha experiência com Aaron conseguia tirar qualquer desejo meu no momento.

— Você disse que me contaria o que está acontecendo — Franzi a testa, sentindo-me um pouco desconfortável sob seu olhar intenso. Eu sabia que não podia esconder nada dele, que ele sempre conseguia descobrir a verdade de alguma forma. Respirando fundo, preparei-me para revelar o que sabia, sabendo que não poderia mais adiar aquela conversa. — Kieran e Rosalie... Eles têm uma maldição. — Comecei, olhando diretamente nos olhos de Ethan que arqueou as sobrancelhas em uma mistura de surpresa e indignação imaginando que eles dois seriam os responsáveis, mas nao queria que ele pensasse daquela forma. — Eles estão sendo assombrados por algo... algo que os persegue, algo... sobrenatural. Eles... eles perseguem criaturas mágicas e... meio-criaturas. — Continuei, escolhendo minhas palavras com cuidado, pois sabia que Ethan era um menino explosivo e no fundo Kieran e Rosalie nao tinha controle sobre aquele assunto, eu nao os culpava dessa forma.

— Eu e Regan tivemos azar, podia ter sido qualquer meia criatura do castelo, ano passado foi Kiara. — Eu disse olhando em seus olhos, uma mistura de raiva e interesse no que eu contava em voz baixa que somente ele podia escutar. — Mas foi Kieran ou Rosalie? — Ele perguntou, sua voz firme e determinada, podia ver em seu olhar que ele queria vingar sua melhor amiga e eu, e era o que eu nao queria. — Foi Kieran, mas nao faça nenhuma bobeira... Se o que eu acho que aconteceu, aconteceu... Ele pode estar livre da maldição... — Eu comentei baixinho para Ethan enquanto segurava seu pulso, mantendo seu olhar fixo ao meu. — O que quer dizer com isso? — Ele perguntou curioso, nossos olhos dançando em uma sincronia quando me preparei para responder a ele o que eu suspeitava que havia acontecido, o ritual que parecia ter acontecido entre Rosalie e Laura.

— Eu acho... — Eu ia dizendo, mas antes que pudéssemos continuar nossa conversa, percebi a chegada de Thomas. Engoli em seco e me calei, abaixando a cabeça envergonhada, esperando por mais uma onda de humilhação. Eu imaginava o que estava por vir pelo olhar que ele me entregava. Thomas se aproximou, seu olhar arrogante fixo em mim. Eu assistia à cena com o coração apertado, desde suas palavras dolorosas para mim ate a intervenção de Ethan. Eu sabia que Ethan não deixaria Thomas me humilhar daquela maneira, mas também não queria ver os dois brigando. Com um gesto rápido, eu me colocou entre os dois, colocando as mãos no peito de Ethan para impedi-lo de se aproximar mais de Thomas. — Ethan, por favor. Por favor, não façam isso. — Eu murmurei, minha voz cheia de apreensão, desejando que aquela briga não se escalasse para algo pior. Ethan olhou para mim, seus olhos ainda cheios de raiva, mas também cheios de preocupação. Ele hesitou por um momento, como se estivesse considerando minhas palavras, e então finalmente um dos dois disse ou fez algo.
—

Eu mal tive tempo para processar o que estava acontecendo quando fui atingida pelo seu tapa, eu cai no chão em choque por alguns segundos. Meu arrependimento em ter lhe machucado indo pelo ralo abaixo. Encarei ele que começava uma uta feroz de socos contra Ethan e lentamente fui me levantando. Eu nao me culpava mais por ter-lhe posto os chifres, na verdade agradecia. Agradecia pois agora eu podia ver quem Thomas verdadeira mente é, sempre foi e sempre escondeu por baixo de uma fachada elegante. O duelo que começou em socos agora por Thomas se tornava um duelo de varinhas, eu olhei assustada os feitiços e a quantidade que o moreno lançava contra Ethan. Eu comecei a me aproximar e apontei minha varinha para o sonserino mas sua rapidez me lançou longe antes que eu pudesse conjurar o feitiço. Um impacto forte me atingiu pelas costas, e o próximo segundo foi uma confusão de movimentos desordenados enquanto eu voava alguns metros pelo ar e caía com força contra o chão de grama.

Um gemido escapou dos meus lábios enquanto eu lutava para recuperar o fôlego, a dor pulsando através de cada fibra do meu corpo. Levantei-me com dificuldade, ofegante, piscando para clarear a visão turva. Quando meus olhos finalmente focaram, a cena à minha frente era de puro caos. Thomas e Ethan ainda estavam duelando, suas varinhas brilhando com energia mágica, faíscas voando ao redor deles. Eu cerrei os punhos com força, sentindo a fúria borbulhando dentro de mim. As palavras cruéis de Thomas ecoaram na minha mente, ecoando como um mantra doloroso. Eu já não me arrependia de ter colocado chifres nele. Não depois do que ele tinha feito. A raiva queimava dentro de mim, alimentando meu desejo de vingança. Sem hesitar, levantei minha varinha, mirando em uma das pedras que Thomas tinha lançado em direção a Ethan. Minha voz saiu firme e decidida: — Bombarda! — Uma explosão violenta ecoou pelo ar enquanto a pedra explodia em pedregulhos afiados. Eles voaram em direção a Thomas, forçando-o a desviar-se e errar seu feitiço contra Ethan. Um sorriso vitorioso se formou nos meus lábios enquanto eu assistia Thomas ser atingido pelos pedaços de pedra.— Verdimillious! — Eu disse. Uma corrente elétrica verde saiu da minha varinha atingindo Thomas em cheio. Um grito escapou dos seus lábios enquanto foi lançado para trás, a sensação de eletricidade percorrendo todo o seu corpo. Eu me virei para Ethan e me aproximei dele.

Segurei em seu braço e vasculhei seu corpo por ferimentos. — Esta bem? — Eu perguntei nervosa, eu ainda me culpava pela situação em sim, mas nao mas pelo que fiz a Thomas. Ouvi Ethan reclamar afirmando que mataria o desgraçado e eu segurei um sorriso, ainda mais quando Thomas finalmente recuperou o fôlego, levantando-se com dificuldade, encarando nos dois com determinação. — Voce é um merda Valak! Se eu antes estava arrependida de ter te machucado, nao estou mais! — Eu gritei para ele que limpava o sangue com um sorriso ganancioso, egocêntrico no rosto, lentamente se aproximando de mim que era puxada devagar por Ethan para ficar atrás dele. — A melhor coisa que fiz foi ter te posto os chifres! Pois mostrou o mostro que você realmente é! — Eu gritei com lagrimas nos olhos, nesse momento Ethan já tinha se posto todo a minha frente, a briga dois dois mais uma vez era eminente mas eu nao deixaria que Ethan lutasse sozinho, eu iria o defender. Éramos dois contra um.