Laboratório e Centro de Autópsia do Ministério da Magia

Trabalhar nao era minha real ambição na vida, mas era um meio, um caminho ate aquilo que eu desejava. Galeões, fortunas e bens matérias, isso sim eram minha língua, onde eu conseguir arrancar eu estarei. Em mais um dia comum de trabalho entrei pela entrada telefônica no ministério e do átrio fui ate um dos níveis mais fundos onde ficava o necrotério e laboratório onde eu ficava a maior parte do tempo. Dividindo meu espaço naquele apertado elevador, consigo ouvir os batimentos cardíacos de todos a minha volta. Senhorita Cynthia estava calma, batimentos a 83, já senhor Hagen estava ansioso com algo, seus batimentos a 101 me  faziam o imaginar em pouco tempo em minha mesa nesse caminhar. Soltei um sorriso saindo ao lado de Cynthia com quem dividíamos o mesmo andar do ministério mas ela foi para as ala dos aurores e eu a dos renomados chefes de autopsia. Entrei em minha fria sala de frízer onde os corpos me esperavam, respirei fundo aquele delicioso cheiro de morte e soltei minha mochila sobre a  simples cadeira que me davam para sentar. Abri o armário central e vesti meu jaleco em seguida das luvas e puxei os matérias de corte para fora os colocando próximos a mesa onde deixaria o corpo.

Caminhei ate a geladeira e comecei a ler as etiquetas das três travessas de corpos que haviam aparecido. dois trouxas e um bruxo. Pela etiqueta eu lia as motivações da morte e aqueles com indefinidas me animavam mais. Puxei um dos corpos dos trouxas que tinham sua motivação indefinida e com aceno de minha varinha o levitei ate a mesa central da mesa onde eu abriria. Preparei uma bolsa e uma agulha conectada e inseri em uma de suas veias do braço e o forcei para baixo deixando que o liquido preenchesse a bolsa de sangue pelo menos pela metade. Desconectei a bolsa de seu braço e despejei o sangue em um copo de cristal que tinha uma rodela  de olho de ogro pendurada na borda. Soltei um sorriso e levei o copo ate a boca bebendo o sangue com desejo, sangue trouxa era mais adocicado que o de bruxos, era meu favorito. Agora sim podemos começar. Disse depois de um gole e deixei a taça com o sangue na lateral da mesa enquanto eu pegava os utensílios e começava a abrir o corpo para desvendar que feitiço ou item magico foi responsável por sua morte. Com aproximadamente duas horas e meia eu finalizei a autopsia daquele corpo trouxa. As marcas dos feitiços em suas ultimas vinte quatro horas eram fortes, pesadas e claras. Aquele corpo havia sido torturado, controlado e por fim assassinado.

A causa da morte de Anne Joe 4553 foi a maldição da morte mas ele estava em situação critica antes de sua morte. É possível concluir que ele estava a pelo menos três dias com uma dieta abaixo de 600 calorias por dia, seus pés possuem feridas de corrente e suas fibras internas possuem tensão enrijecida, claras evidencias de uso de maldição cruciatus contra si. Disse com a boca próxima a um gravador que era algo obrigatório que precisava fazer registrar em papel e áudio minha conclusão sobre a analise do corpo. Deixei o gravador de lado no fim e tomei um ultimo gole de seu sangue em meu copo antes de voltar a guardar seu corpo na geladeira, desta vez para seu próximo destino, o chão. Anotei algumas informações sobre sua morte na ficha de óbito e a deixei sobre a pilha de analises que ainda seriam avaliadas pelo ministério naquele dia.

Próxima... Anne Joe 4554, quem é você? Perguntei com um sorriso me aproximando da geladeira com sua etiqueta que dava dicas de como havia sido sua morte. Joanne Whitchwood, jogadora de quadribol, bem, ex jogadora agora... Falei com uma risadinha maldosa em seguida e levei meus olhos para a ultima parte da ficha onde ficava registrado as suposições dos aurores. Suposta queda de alta altura em partida, hum... Vai ser algo interessante de se ver por dentro. Falei e larguei a ficha abrindo a geladeira e puxando a mesma para fora. Com um aceno de varinha, novamente levei o corpo para a mesa central depois de ter sido limpa e esterilizada magicamente. Refiz o mesmo processo de remoção de sangue do corpo, desta vez conseguindo duas bolsas cheias de sangue, de uma delas me servi mais um copo e a outra guardei em minha mochila para levar ate a mansão Salvatore.

Removi as roupas da bruxa e fiquei a sua frente observando o seu corpo por alguns segundos, o corpo feminino era fascinante mas a ausência de alma e vida tirava toda a magia para mim. Realmente, a alma eleva o corpo. Eu comentei passando a mão sobre a coxa fria do cadáver por meros segundos refletindo como aquilo nao me excitava de forma alguma por faltar a presença de espirito ali. Retirei minha mão e me voltei para pegar os materiais cortantes e comecei a abri o corpo para poder ver seus órgãos internos todos papinha pela pressão da queda e determinar o ponto em que sua vida cedeu.