Inúmeros julgamentos estavam marcados para os próximos dias sob a condução da suprema corte bruxa, por isso naquela fatídica e fria manhã, Cygnus se encontrava em sua sala, analisando uma série de processos que haviam caído sob as suas mãos. Um suspiro escapou de seus lábios, à medida que os seus olhos trabalhavam sobre o conteúdo descrito nos papéis. Levando-o a crer que passaria todo o dia naquela atividade desgastantes de análise, porém, sem nenhuma reclamação, já que sabia da responsabilidade e esforço quando assumiu a função. — Senhora Drumm, poderia me trazer um café? — Questionou Cygnus, chamando a atenção da simpática senhora que o auxiliava no escritório da corte, mas como uma secretária que cuidava da organização da sala e de sua agenda, do que uma auxiliar. — Claro, senhor Foucault! — Respondeu ela, esboçando um simpático sorriso para o juiz e saindo rumo a antessala presente no escritório.

Cygnus, então, retornou a sua atenção para os processos sobre a sua mesa, quando a sua atenção foi atraída para a coruja que chegara no local, trazendo consigo uma mensagem do QG dos Aurores. A qual solicitava expressamente a autorização especial do Foucault para poderem retirar as memórias ou usar a poção da verdade num indivíduo que aguardava julgamento em Azkaban, de modo que pudesse ajudar na investigação e encerrar o inquérito, visto que o mesmo não fora completamente terminado.

Diante disso, Cygnus rapidamente pegou o processo do indivíduo e começou a lê-lo, percebendo que o mesmo estava sendo acusado do assassinato de sua esposa e filho, contudo, não havia provas claras e suficientes sobre a sua real participação, somente indícios. Cygnus logo assinou com o selo da corte a autorização, permitindo o uso desses meios; enviando a coruja de volta a seu destinatário com a autorização em seguida, antes de voltar para a sua atividade anterior. Bebendo do café fumegante servido pela Drumm momentos depois, assim como focando nos processos que daria prioridade.


Encerrando o seu expediente no final da tarde, após analisar vários processos e destacar as suas respectivas prioridades. Deixando o local.

Off.

O juiz Foucault se encontrava na sala dos juízes, planejando suas ações para os primeiros dias, por ser bastante metódico e pragmático em suas ocupações. Lia inúmeros processos que se encontrava em atraso e escolhia entre estes os que pretendia executar em sua agendo como representante do judiciário, optando por ir sobre os menores casos e deixando os mais complicados para um momento mais oportuno, onde certamente teria mais cabeça para cuidar destes, com a parcialidade e cautela necessária. Embora, isso não significasse que ele fosse uma figura parcial e desonesta, quando escolhera e seguira aquela carreira, recebeu de seus mentores várias dicas de como se portar como juiz, estudou sobre diplomacia e ética bruxa, além de se aprofundar nos mais variados assuntos da sociedade. O juiz era aquele que equilibrava a balança num julgamento, que decidia entre a inocência e culpa de um réu, quando de cabeça cheia e tomado por problemas, tinha de se declarar incapacitado de julgar ou presidir cortes.

Sendo assim, como se encontrava absorto em problemas familiares, como o surgimento de membros da família Crowley, outrora aliada e agora rival de sua família, Cygnus temeu pelo derramamento de sangue na região em que habitava e liderava os Foucault. Desta forma, com a mente cheia de temores e preocupações, optou por desempenhar o seu trabalho naquele dia de forma meramente burocrática, mesmo que tivesse sob as suas mãos a responsabilidade de solicitar o julgamento de alguns comensais presos recentemente pelos Aurores, inclusive, lembrou naquele momento que tinha uma reunião marcada com o chefe do departamento de execução das leis magicas e com a promotoria acerca dessa questão, como a corte ainda não possuía ainda um chefe em exercício, cabia-lhe e seus colegas se dividirem na liderança desta, pelo menos até que um fosse escolhido para tal ocupação. 

Yves afrouxou sua gravata e focou o seu olhar astuto sobre a solicitação de julgamento em especial, como se este fosse uma espécie de piada de muito mal gosto. Um bruxo irlandês exigia que sua ex-esposa devolvesse o anel que lhe fora dado no início do noivado, a qual se tratava de uma relíquia secular familiar passada de geração em geração entre seus parentes. O Foucault suspirou e franziu o cenho com certo ceticismo, imaginando o quão difícil e decadente tinha se tornado a suprema corte para acatar um pedido de julgamento daqueles. Ergueu-se de sua poltrona e jogou os autos do processo em andamento no cesto do lixo, acenando para que a secretaria da corte viesse a seu encontro. — Senhorita Drumm, isso é alguma brincadeira de mal gosto? — Questionou, apontando para o processo sobre a lixeira, ganhando um sorriso divertido da simpática mulher. — Desculpa, senhor Foucault. Esqueci que não aprecia analisar processos assim… — Riu, antes de responder, recebendo um suspiro exasperado de Cygnus.

— Okay, senhorita Drumm. Só não me faça analisar coisas estupidas assim novamente, essa corte é uma casa de respeito. — Balbuciou posteriormente, dispensando a secretaria e voltando para a sua análise de processos que pretendia julgar nos próximos dias, encerrando o expediente no fim da tarde, mesmo que a sua mente continuasse tomada de preocupações. Todavia, o seu trabalho pelo menos fora concluído com a sua habitual competência e seriedade de sempre. Cygnus deixou o local.

Off.