Dormitório Feminino

As semanas de fevereiro estavam passando e o tic, tac em sua cabeça ecoava cada dia mais alto. Seu pai iria lhe ligar em poucos minutos e ela sabia que precisaria lhe dar explicações, era para ter resolvido Skriniar na primeira semana no castelo mas ela simplesmente congelou. Seu coração batia forte enquanto se dirigia ao banheiro deserto, buscando um pouco de privacidade para a difícil conversa que teria com seu pai. Stefano, um bruxo de reputação sombria, havia ordenado que Isadora matasse Skriniar, uma tarefa que a encheu de angústia e incerteza. Ao entrar no banheiro silencioso, Isadora fechou a porta atrás de si e sussurrou o feitiço de silêncio para garantir que ninguém pudesse ouvir a conversa que estava prestes a ter. Em seguida, sua varinha começou a piscar e com um breve aceno ela viu o pequeno rosto azulado de Stefano surgir a sua frente. Stefano... ela chamou, sua voz trêmula refletindo a ansiedade que sentia. Um espelho mágico, esculpido com ornamentos sombrios, revelou o rosto preocupado de seu pai. Isadora, respondeu ele, seus olhos frios fixos nos dela. Você sabe por que está aqui. Disse de forma ambígua, referindo aquela ligação e sua missão, Isadora engoliu em seco antes de responder: Eu não sei se posso fazer isso, pai. Matar alguém... Ela parou sua frase percebendo que precisava refaze-la, mostra-se fraca somente traria sermão de seu pai para si.

Quero dizer, eu acho que é cedo demais para decidir um destino assim sobre Skriniar. Eu acho que convenci ele de que nao sou uma sereia na festa, ele me parece tudo menos fixado em mim agora. Ela comentou mostrando meu tom nervosa na voz, deixando que algumas lagrimas caísse, uma fraqueza que ela raramente mostrava a seu pai, suas reações sempre eram uma incógnita quando se tratava de lagrimas. Filha, estamos em uma guerra. Sacrifícios precisam ser feitos pelo bem maior. Skriniar é uma ameaça que precisa ser eliminada." A hesitação de Isadora era visível, mas Stefano não mostrou compaixão. Ele começou a manipular as palavras, tecendo uma teia de persuasão ao redor dela. Você é minha filha, Isadora. Nasceu para um propósito maior. O sangue que corre em suas veias é poderoso. Não permita que fraquezas sentimentais o enfraqueçam. Ele disse com uma voz melodica, a voz que a morena amava ouvir, mas que poucas vezes pode. Isadora lutou contra as lágrimas enquanto tentava resistir à manipulação sutil de seu pai. Por um momento, ela ponderou sobre as implicações morais de suas ações, mas a pressão de Stefano era avassaladora.

Você é forte, Isadora. Forte o suficiente para superar qualquer dilema moral que esteja enfrentando. Você sabe o que é certo. Não deixe que emoções tolas desviem você do seu destino. Ao encerrar a conversa, Stefano deixou a imagem no feitiço se desfazer aos poucos, deixando Isadora sozinha com seus pensamentos tumultuados. Ela se olhou no espelho, a expressão refletida misturando dúvida e determinação. Antes que pudesse se recuperar totalmente, um som na porta interrompeu seus pensamentos. Isadora rapidamente desfez os feitiços de silêncio, abrindo a porta. Para sua surpresa, Kiara estava do outro lado, com um olhar desafiador nos olhos. Isadora, sempre se escondendo nos cantos escuros. Não me diga que está com algum menino da Sonserina escondido ai? Ela disse em um tom de provocação que somente arrancou um sorriso de prazer da morena. Isadora retrucou, tentando manter a compostura. Da sonserina nao, mas um lufano loiro e gostoso, talvez. Ela disse dando uns passos para a frente de Kiara que nao escondeu seu desconforto com a resposta, deixando seu olhar cair para o banheiro atrás, em duvida. O clima no banheiro tornou-se mais denso enquanto as duas bruxas trocavam olhares desafiadores, cada uma se esforçando para manter o controle sobre a outra.

Isadora soltou uma risada sarcástica diante da provocação de Kiara. Ela cruzou os braços, encarando-a com um olhar desafiador. Observou a expressão de sua companheira mudar de confiança para curiosidade enquanto mencionava Derek. Isadora inclinou a cabeça para o lado, fingindo um interesse despreocupado. Você diz isso com tanto orgulho, mas ele só te busca por que nao gosta de perder o que uma vez já teve. Isadora deu uma risada junto a um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância entre elas. Seus olhos brilharam com malícia, desafiando a outra a entender a insinuação.Enquanto a conversa provocativa se desenrolava, o som da chuva batendo nas janelas de vidro tornava-se mais evidente. Gotas pesadas escorriam pela superfície, obscurecendo a vista do lado de fora.

O clima chuvoso e intenso dava um toque melancólico ao ambiente, criando uma trilha sonora suave e constante que ecoava pela sala. A pequena discussão havia acendido uma tranquilidade momentânea em Isadora, como se suas preocupações agora corressem de lado. Você é só um trofeuzinho que ele nao quer deixar de ter. Ela disse, cuspindo seu veneno sem piedade, mostrando em seu tom uma soberania falsa, onde ela tentava esconder seu  suas inseguranças sobre o caminho que percorria.

Quanto a pegá-lo para mim, querida, você pode ficar tranquila. Eu não preciso de suas sobras. Ela sorriu de forma provocadora, deixando claro que não se intimidava com as palavras da colega.E eu nao preciso fazer melhor para ter ele, se Derek quer vir atrás de você, que assim seja. Afinal, ele sempre volta para mim, não é? Ela levantou uma sobrancelha, desafiando-a mais uma vez enquanto terminava de se aproximar, passando ao seu lado com o nariz em pé. Talvez ele só aprecie algo que você não é capaz de dar. Coisa que ele só acha em mim. Isadora caminhou até sua cama e se sentou, mantendo a postura descontraída.  Ela finalizou a resposta com um sorriso enigmático, deixando no ar a sensação de que Isadora estava sempre um passo à frente.