Salão de Festas

O salão estava repleto de luzes suaves, criando um ambiente mágico que me envolvia completamente. Quando Aaron me guiou para a pista de dança, senti meu coração acelerar, mas não era apenas pela expectativa da dança; era pela proximidade dele. Cada passo que dávamos juntos parecia uma sinfonia de sonhos se tornando realidade. O calor do corpo dele contra o meu me fez sentir como se estivéssemos em um mundo à parte, apenas nós dois, sem mais nada ao nosso redor. A dança começou suave, e eu me deixei levar pelo momento encantador. Aaron estava absolutamente concentrado em mim, e eu sentia a conexão entre nós, como se cada movimento nosso fosse uma extensão dos nossos sentimentos mais profundos. O perfume dele misturava-se ao meu, criando uma atmosfera de intimidade e afeto que parecia quase palpável. Enquanto dançávamos, era como se o tempo tivesse parado, e eu me permiti sentir a felicidade pura que estava experimentando. Mas, de repente, a voz de Aaron cortou o encantamento. Aquele tom sério e firme que ele usou me tirou do transe em que eu estava. Eu olhei para ele, vendo a sinceridade em seus olhos, e, a princípio, não compreendi o que ele estava tentando dizer. — Adora, eu... eu perdoo você por ter matado meu bebê com Rosalie. — Aquelas palavras caíram sobre mim como um balde de água fria. Meu coração parou por um momento e eu senti uma onda de choque percorrer meu corpo.

O que ele estava dizendo? A ideia de ter matado um bebê era absurda, mais absurdo ainda era ele insistir nisso como a  ANTA que ele é. Eu olhei para ele, tentando processar o que ele estava falando, mas a confusão e a raiva começaram a se formar dentro de mim. Como ele podia se achar no direito de me perdoar por algo que eu nunca fiz? Meu cérebro estava girando, tentando compreender a loucura daquela situação. Eu não tinha feito nada, absolutamente nada que justificasse esse perdão. Era como se ele estivesse tentando impor a culpa sobre mim, mesmo que eu não tivesse qualquer responsabilidade sobre o que ele acreditava ter acontecido com seu bebe de fumaça! Meu sangue ferveu, e eu senti uma fúria crescente. — Você é idiota?? Não havia bebê algum. Eu nunca fiz nada disso, Aaron. O bebê não existia! — As palavras saíram da minha boca com uma força que parecia quase sobrenatural. O que ele pensava que estava fazendo? Como ele poderia perdoar algo que eu nunca cometi? Como ele continuava  a acreditar nessa asneira toda? — Sou idiota por tentar te perdoar quando você nem assume seu erro isso sim! — Ele respondeu, seu tom claro e irritado por talvez eu nao cair aos seus pês por seu perdão sem sentido.

Eu não pude me conter. Em um impulso de indignação, empurrei Aaron para longe de mim e, em seguida, dei-lhe um tapa tão forte no rosto que o som ecoou pelo salão. As cabeças dos casais nas proximidades se viraram para nos observar, e o ambiente, antes mágico, se transformou em um palco de confronto. — Não há nada para perdoar, Aaron! Não há bebê algum, e você está fazendo um espetáculo ridículo! — Eu estava enfurecida, a raiva queimava em minhas veias e não havia espaço para racionalidade naquele momento. Cada palavra dele me parecia uma acusação injusta, uma tentativa de me culpar por algo que eu sabia que nao havia feito. Aaron, com a cara ainda vermelha do tapa, fechou os olhos por um momento e, quando os abriu novamente, a irritação estava visível em seu olhar. — Se você não se arrepende, eu não posso perdoar você! — Sua voz estava carregada de frustração, e eu pude ver o quanto ele estava afetado por essa situação. A realidade estava se desintegrando ao nosso redor, e parecia que tudo o que eu queria era fazer ele ver a verdade, a verdade que ele se recusava a aceitar.

Eu me aproximei dele, mas de uma maneira ameaçadora, cada passo meu era carregado de uma determinação que eu mal conseguia controlar. A raiva que sentia estava me impulsionando, e eu não conseguia me conter. — Não me arrependo de nada, Aaron. Eu enfiei a mão na Rosalie e se fosse preciso, eu faria de novo.Pois  não existe bebê algum, nunca existiu!! —  O choque no rosto de Aaron foi visível. Ele parecia paralisado com a minha afirmação. Eu sabia que ele não acreditava que o bebê nunca havia existido, mas a verdade era que eu estava disposta a enfrentar qualquer coisa para que ele visse a verdade. Eu estava completamente preparada para me defender, e o que eu disse era a pura realidade. A briga entre nós estava intensificando-se, cada palavra era uma facada, cada movimento era carregado de tensão. As pessoas ao nosso redor estavam começando a se incomodar com a cena que estávamos fazendo, e então alguém entrou no meio da nossa briga.