Salão de Festas

palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia

Kall at Queen of Graphics

Caroline Lewis

Carol achou divertido o rapaz corar perante o seu elogio. Era como se metade daquele salão não tivesse olhos para ver o quão gato ele era. A sua irmã piscou-lhe o olho como incentivando-o a aceitar o seu convite. Apesar de muito diferentes, a loira sabia que Carol jamais faria alguma coisa para magoar alguém, a não ser que magoassem os seus. Ethan da turma de ambas apareceu para tirar Eleanor para dançar. Ela arqueeou uma sobrancelha, pois, Daniel encontrava-se nos braços de uma morena. Os olhares que ambos trocavam era notório para ver que gostavam um do outro e detestavam os pares com que estavam. Achava mais provável ele chamar você ou Regan para dançar.  - Viktor comentou e eu acenei afirmativamente com a cabeca enquanto a Adora se ria e comentava que era uma boa mudança. Caroline não acreditava que aquilo acabasse bem mas deu de ombros, pois, a irmã sabia defender-se.

Viktor parecia perdido em pensamentos e Caroline queria dançar. Se dependesse do menino ficaria ali a criar raízes e também seria uma boa maneira do animar para não falar do contacto físico que uma dança exigia. A ruiva bebeu o resto da bebida e aproximou-se de mansinho do rapaz e estendeu-lhe a mão. - Quer dançar? - Perguntou com um sorriso e um brilho no olhar. Ele olhou para a amiga e para a irmã como que a procurar a aprovação das duas. Vou ficar aqui com Regan. Vá se divertir, Viktor. - Ela incentiva e o rapaz olha para Caroline envergonhado. - Tudo bem. - Respondeu enquanto ajeitava a gravata como se se sentisse desconfortável apesar do ar confiante que queria transparecer.

Como que por magia a música mudou para uma mais lenta e suave, o que significava mais contacto físico. Ele colocou uma mão na cintura da ruiva e a outra na sua mão preparando-se para a guiar. Estou feliz que tenha aceitado dançar comigo. - A ruiva conseguia sentir o seu nervosismo mas também sentia que ele precisava de se distrair e deixar de pensar no passado. Tinham sido tudo terríveis acidentes e ele merecia ser feliz e sentir que não estava condenado. Ele precisava soltar as amarras e permitir-se a viver de novo, a conhecer pessoas, a divertir-se como se não tivesse a cometer um pecado. - Eu... eu também. - A ruiva sorriu satisfeita e feliz perante a sua resposta.

Ele começou a dançar mas parecia que se sentia intimidado com a sua presença e proximidade o que a fez abrir um sorriso maroto no rosto. - Ei, podes relaxar. Eu não vou fazer nada que tu não queiras. - Garantiu num tom suave e de brincadeira e aos poucos ele pareceu ganhar confiança e segurança enquanto os seus passos se tornavam mais firmes e fazia até que ela rodopiasse e fosse de novo até ele. Por momentos, pareceu que só existiam eles no salão. A leveza e o espírito livre de Carol pareciam estar a fazer-lhe bem, e pelo canto do olho via que tanto Adora como Regan pareciam aliviadas por o menino estar com outra pessoa.

A música terminou mas a ruiva não estava preparada para sair da pista tão cedo, tão pouco, perder aquela oportunidade. - Só mais uma? - Pediu com o típico olhar de gato das botas com que conseguia quase tudo das pessoas. Viu o meio sorriso que lhe arrancara e ele parecia mais animado com a ideia de estar com ela. Ela colocou os braços atrás do seu pescoço enquanto ele colocava as mãos na sua cintura, já não parecendo tão incomodado com a  proximidade de ambos.

A cara de Carol estava próxima da de Viktor dando para sentir a sua respiração na sua pele. O olhar confuso e em conflito com o que queria e o que pensava estar errado. - Não penses tanto, simplesmente, deixa-te levar. - Aconselhou num sussurro sem nunca tirar os olhos dos dele que eram de um castanho escuro deslumbrante. A música continuava a tocar suavemente, fazendo com que se movessem lentamente e com uma certa delicadeza.

Pensamentos
Caroline
Adora
Viktor

Caroline estava claramente tentando me relaxar enquanto dançávamos. Eu me sentia intimidado pela proximidade e intensidade do olhar dela, mas suas palavras suaves e brincalhonas começaram a surtir efeito. Ei, podes relaxar. Eu não vou fazer nada que tu não queiras. Ela garantiu com um sorriso maroto. Lentamente, comecei a me sentir mais confiante, meus passos se tornando mais firmes enquanto a conduzia em rodopios, trazendo-a de volta para perto de mim. O espírito livre de Caroline estava começando a me contagiar. Pelo canto do olho, pude ver Adora e Regan parecendo aliviadas por me verem cabisbaixo. Quando a música terminou, achei que a dança tinha acabado, mas Caroline não parecia disposta a sair da pista tão cedo. Ela pediu uma nova dança, com aquele olhar de gato das botas que fazia impossível dizer não. Abri um meio sorriso, sentindo-me mais animado com a ideia de continuar a dançar com ela. Ela colocou os braços atrás do meu pescoço enquanto eu pousava minhas mãos na sua cintura, Sua respiração estava perto da minha pele, e o olhar dela penetrava o meu. Eu estava confuso e em conflito com meus próprios desejos. A música tocava suavemente, e nossos movimentos eram delicados e lentos. Enquanto dançávamos, eu estava incerto se queria ou não beijar Caroline. Por um lado, havia uma atração evidente entre nós, mas, por outro, o sofrimento pela perda de minha irmã ainda  abafava qualquer outro desejo. Eu estava perdido em meus pensamentos e desejos quando a música terminou. Tomei uma decisão: me permitiria divertir naquela noite. Aproximando-me de Caroline, estava prestes a beijá-la quando vi a sombra de alguem nos encarando.

Viktor, A surpresa e a falta de reação tomaram conta de mim. Ksenia, apareceu justamente naquele momento. Ksenia? Ela não havia mencionado que viria à festa, pensei olhando-a surpresa.  Desculpe interromper, mas eu preciso falar com você. É urgente.  Enquanto tentava processar a situação, uma nova música lenta começou a tocar no salão, criando um contraste curioso com a urgência que Ksenia trazia consigo.  Ela deu um passo à frente em direçao a Caroline, tentando parecer menos intrusiva. Por favor não leve para o lado errado, Caroline, mas... Viktor, Disse ela, olhando primeiro para Caroline e em seguida para mim, sua voz mais suave e envergonhada. Podemos dançar esta música juntos? Eu só preciso conversar com você. E vai ser mais fácil na pista, longe de Freya e Nicholas. Eu gelei por alguns segundos, pensei em negar pois seria feio de minha parte fazer algo do tipo com Caroline, porem... A menção de Freya e Nicholas colocou uma ruga de preocupação em meu rosto, me lembrando que havia pedido que a morena ficasse de olho na movimentação deles.. Sabendo da importância de qualquer informação sobre eles, assenti, embora nervoso em precisar dispensar brevemente Caroline. Torcia para que ela não ficasse chateada. Desculpe, Caroline... Disse, tentando soar o mais gentil possível, meus olhos tentando lhe dizer que nao era nada do que provavelmente ela pensava. Eu preciso ouvir o que Ksenia tem a dizer. Prometo que não vai demorar. Caroline pareceu compreender, embora  decepcionada. Vi Caroline se afastar, e um sentimento de culpa tomou conta de mim. Ela parecia decepcionada, e eu não a culpava por isso. Dei um suspiro profundo enquanto segurava a mão de Ksenia e a puxava para o meio da pista. Precisávamos conversar, mas eu não podia deixar que Caroline se sentisse rejeitada. No entanto, a urgência das informações de Ksenia era prioritária.

No meio da pista, percebi que Ksenia estava distraída, talvez ainda incerta sobre como conduzir a situação. Puxei-a para mais perto de mim com a mão em sua cintura, fazendo com que ela se assustasse levemente. Você não queria dançar? Perguntei, confuso pela sua reação mas com um tom mais leve. Ela pediu desculpas, ajustando-se à minha pegada. Sim, desculpe...  disse ela, voltando a se concentrar na dança. e colocando sua mão sobre meu ombro. Começamos a nos mover ao ritmo da música lenta,a pista de dança estava levemente iluminada.  Ela parecia um pouco tensa, mas logo foi se ajustou ao ritmo da dança e seguindo meus passos. Ksenia, o que você descobriu? Comecei, minha voz baixa, quase um sussurro, indicando o assunto. Ela olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava prestando atenção em nós, e então, voltou seu olhar para mim. Seus olhos estavam cheios de seriedade e preocupação.

Caroline Lewis

Carol percebia que o rapaz parecia estar num conflito eterno. Ele poderia tê-la afastado, num entanto, deixara-se levar pela música e pela sua personalidade sincera e descontraída. Quando a música terminou, o moreno parecia ter tomado uma decisão mas, naquele mesmo instante, uma outra garota surgia cortando o ambiente que se havia instalado entre os dois.

-Por favor não leve para o lado errado, Caroline, mas... Viktor... - A morena suplicou olhando para mim e depois para ele. A ruiva ficou sem saber o que fazer mas parecia que o melhor que tinha a fazer era afastar-se. - Podemos dançar esta música juntos? Eu só preciso conversar com você. E vai ser mais fácil na pista, longe de Freya e Nicholas. - A vontade de Carol foi sugerir que encontrassem um lugar mais privado para a conversa porque ali haviam demasiados ouvidos e se era tão confidencial e urgente, eles corriam um grande risco de alguém mal intencionado ouvir. - Desculpe, Caroline... - Ele pediu soando gentil. - Eu preciso ouvir o que Ksenia tem a dizer. Prometo que não vai demorar. - A ruiva compreendeu mas os seus olhos continham alguma decepção mas se, houvera coisa que aprendera com a sua infância, é que não valia a pena deixar-se levar pela tristeza e a mágoa. Com os mesmos passos decididos e determinados ela abandonou a pista de dança.

A ruiva dirigiu-se para ao pé de Regan que se encontrava sozinha e ofereci-lhe um sorriso amarelo enquanto olhava para o seu irmão com a morena. - Há pessoas que têm um péssimo Timing. - Comentou com ela enquanto se servia de outra bebida. - São só amigos, namorados? - Questionou tentando descobrir mais sobre ele. Claro que a irmã comentara muito ao de leve como eram os seus amigos e a sua rede intricada de relacionamentos. A ruiva ficou logo curiosa relativamente ao rapaz e quando o viu, sentiu uma forte atracção quase como um magnetismo que o puxava para ele. No entanto, ela nunca se deixara prender mas, talvez, com Viktor ela não se importasse de ter um relacionamento sério. - Não queres dançar? - Questionei a menina que parecia meio perdida nos seus próprios pensamentos.  
- Também te precisas de divertir. - Comentou e aguardou que a mesma respondesse enquanto os seus olhos se voltavam para os dois morenos que continuavam a dançar.

Pensamentos
Caroline
Adora
Viktor
Ksenia
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They say that misery loves company

Eu estava no salão, sentindo-me completamente fora de lugar. A música, as risadas, tudo parecia um borrão distante enquanto minha mente estava presa na cena que se desenrolava diante dos meus olhos. Robert, meu marido, estava de mãos dadas com Victoria, uma mulher que ele havia jurado que não significava nada para ele. A dor e a raiva se misturavam dentro de mim, formando um nó na garganta que eu mal conseguia engolir. Adrien se aproximou de mim, com seu habitual sorriso condescendente. Eu sabia que ele tinha uma mão nisso, de alguma forma. Seu prazer evidente na minha miséria só confirmava minhas suspeitas. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, deixei escapar minha frustração.  Adrien, você planejou tudo isso, não é?  Você se passou por mim para criar todo esse caos. Minha voz estava trêmula, mas eu não conseguia disfarçar a acusação. Ele sorriu, fingindo inocência.

Emily, como você pode pensar isso de mim? O que eu ganharia fazendo algo assim? Deixando você mais irritada comigo? Olhei para ele com desdém. Ele era um mestre na arte da manipulação, e eu sabia que não podia confiar em uma palavra do que ele dizia. Ele sempre encontrava uma maneira de semear discórdia e aproveitar-se das fraquezas dos outros. Antes que eu pudesse continuar minha linha de raciocínio, Adrien mudou de assunto. Quer dançar comigo?  Sugeriu, tentando parecer amigável.   Não,  não quero reforçar na mente de Robert as maluquices que ele já acha. Respondi imediatamente, sem esconder minha irritação. Meu sorriso vacilou por um momento, mas eu não podia ceder à tentação de reforçar na mente de Robert as ideias erradas. Ele continuou, sua voz baixa e persuasiva. Robert está esperando esse momento para correr para os braços de Victoria. Eu fechei os olhos, tentando afastar a ideia. Não queria acreditar, mas as palavras de Adrien encontraram um ponto vulnerável em mim.

Eu sabia que havia verdade nelas. Mesmo assim, recusar-me a acreditar que Robert pudesse ser tão desleal, tão cruel. Adrien se aproveitou da minha dúvida para implantar sementes podres. Olhei para ele com raiva, mas havia um brilho de dúvida nos meus olhos. Ele estava plantando sementes de desconfiança, e eu sabia que estava começando a ceder a elas. Não era o primeiro chifre que ele me colocava, assim como nao seria a primeira vez que ele contruia uma narrativa para sair como vitima. Vamos dançar, Emily. Não deixe ele te humilhar assim, acompanhado enquanto você fica sozinha. Lembranças do passado voltaram à tona, de quando Robert e Victoria chegaram juntos a Hogwarts pela primeira vez, e como aquilo havia sido doloroso para mim. Eles sempre tiveram uma conexão que eu nunca entendi completamente, e agora, ver os dois juntos novamente era demais para suportar.

Eu ja disse que nao Adrien, agora me de licença!Eu disse e dei as costas a ele enquanto podia ouvir um baixo suspiro dele antes de sua ultima frase.  Uma pena Ems, a pista de dança parece bem divertida. Pelo menos parece que Robert está se divertindo bastante com Victoria. Olhei para sua mão estendida e depois para ele, ainda hesitante. Sabia que estava manipulando minhas emoções, mas era difícil resistir. Meus olhos se voltaram para a pista de dança, onde Robert e Victoria estavam, e a dor e a decepção me atingiram com força total. A tristeza dentro de mim começou a se transformar em raiva. Como Robert poderia me humilhar assim, na frente de todos? Ok, vamos dançar, Adrien... Eu disse com um suspiro profundo, mas aceitei que Adrien me levasse para dançar. Ele sorriu triunfante e esticou a mão para que eu segurasse. Relutantemente, segurei sua mão, decidida a não deixar Robert ver o quanto aquilo estava me afetando.