Recepção do St. Mungus

A cada instante que passava, minha paciência se esgotava. A insistência de Dorian em permanecer de pé era exasperante. Você realmente acredita que pode me vencer? Disse observando-o erguer a varinha com uma determinação cega. Ele estava ferido, claro, mas o orgulho pulsava nele, um combustível que o fazia lutar com uma bravura insensata. Como se fosse possível enfrentar um Comensal da Morte e sair ileso.

Quando ele defendeu meus feitiços com um Protego, não consegui conter o ranger dos meus dentes. Mas quando ele me atacou e primeiro feitiço passou por mim, atingindo-me em cheio, e o gosto de sangue quente encheu minha boca. Senti a dor como uma agulha em minha carne, mas aquilo não importava. Ao contrário dele, eu estava longe de ser derrotado. Seu sofrimento só torna tudo mais divertido. Falei observando Dorian lutar contra a dor, mal conseguindo se manter em pé. Ele acreditava que o orgulho o sustentaria, mas eu via a verdade, ele estava à beira do colapso.

A adrenalina pulsava em minhas veias, e a necessidade de acabar com aquilo era quase insuportável. Com um movimento rápido, conjurei um Protego para bloquear seu segundo feitiço, mas o dano do primeiro já estava feito. Ele havia me acertado, e a visão dele, já tão debilitada, apenas aumentava minha fúria. Eu vou acabar com isso agora... Murmurei para mim mesmo, a determinação se solidificando em meu ser.

Crucifixus! A magia disparou em sua direção, um feitiço que visava não apenas incapacitar, mas esmagar qualquer vestígio de resistência que ainda restasse nele. E logo em seguida, conjurei um segundo feitiço. Crucio! A maldição da dor iria consumi-lo, fazer com que sentisse o verdadeiro desespero. Senti a excitação subir, sabendo que dessa vez não haveria escapatória. A batalha estava se aproximando do seu clímax, e Dorian pagaria pelo audacioso desafio que me lançou. Eu iria encerrar aquele duelo com a certeza de que ele aprenderia, da maneira mais difícil, a diferença entre nós. O ar carregava uma tensão insuportável, e a satisfação de vê-lo finalmente sucumbir era o único resultado que eu aceitava. Dorian não era mais do que uma marionete prestes a ser cortada das cordas que a sustentavam. A vitória seria minha, e não haveria espaço para hesitações.

Dorian estava ferido, seu corpo mal conseguindo se manter em pé, mas a determinação que emanava dele era quase insuportável. Ele era como uma sombra, se recusando a desaparecer, e isso só aumentava meu ódio por ele. Quando ele ergueu a varinha novamente, percebi que ele estava prestes a lançar mais feitiços.

Os dois ataques vieram em um turbilhão de luz e energia. O primeiro, um Bombarda, atingiu em cheio, fazendo meu corpo ser projetado para trás. A dor explodiu em cada fibra do meu ser, e um grito involuntário escapou de mim. Então veio o segundo feitiço. O impacto foi intenso, e por um momento, pensei que poderia desmoronar sob a força do ataque. Mas essa dor não me derrubaria, ao contrário, a intensidade do sofrimento apenas alimentou a chama de minha ira.

Dorian estava ali, no chão, respirando pesadamente, e o sorriso triunfante em seu rosto me deixou furioso. Como ele podia achar que estava se saindo bem? Ele ainda era um alvo a ser destruído, e eu estava mais do que pronto para acabar com aquilo. Levantei a cabeça, encarando-o com uma ferocidade renovada. Você pensa que isso é suficiente? Gritei, repleto de desprezo. O desafio em seus olhos me incitava, e eu sabia que não poderia hesitar. Ele queria que eu sentisse sua dor, mas eu estava aqui para garantir que ele sentisse muito mais.

Com uma determinação feroz, conjurei. Acrimônia Malus! O jato de água ácida voou na direção dele, buscando não apenas feri-lo, mas deixá-lo em agonia, sabendo que eu era a fonte do seu sofrimento. E então, com um movimento rápido, conjurei um segundo feitiço. Confringo! Os feitiços se lançavam, cada um carregado com a intensidade da minha fúria e da minha vontade de vencer. Dorian podia estar lutando com todas as suas forças, mas eu era Thorne, e a derrota não era uma opção para mim. A batalha ainda não tinha acabado, e eu faria de tudo para garantir que ele sentisse a verdadeira dor. Essa era uma luta de vida ou morte, e eu não iria parar até que ele estivesse em ruínas diante de mim.

A batalha parecia ter chegado ao seu clímax, e eu não conseguia conter a gargalhada que brotou de meus lábios ao ver Dorian desmoronando diante de mim. Sua luta foi admirável, mas eu sabia que a determinação dele não era suficiente para superar a força que eu trazia. A visão dele caindo, derrotado, me trouxe uma satisfação profunda. Aproximando-me, não pude deixar de me sentir triunfante. A varinha apontada para ele estava pronta para selar seu destino, um prazer obscuro em saber que finalmente teria a vitória em minhas mãos.

Mas, enquanto me preparava para dar o golpe final, uma voz distante chamou minha atenção. Sussurros e passos rápidos ecoavam pelos corredores. O que quer que fosse, eu precisava agir rapidamente. A memória da minha missão passou como um relâmpago pela minha mente. Daniel. Enric precisava de mim, e eu tinha que garantir que minha tarefa fosse concluída. Caminhei em direção ao local onde ele estava. Ele estava quase morto. O que era um problema. Daria um trabalho imenso curá-lo para torturá-lo. Mas era o que Enric queria e eu cumpriria. Pus a mão no ombro dele e o ergui,colocando-o sob meus ombros.

Mas então uma figura chamou minha atenção. Um sorriso cruel se espalhou pelo meu rosto ao avistar a curandeira que tentava se aproximar. Ela era a peça que eu precisava, e, em um movimento rápido, apontei a varinha para ela. Crucio! A maldição da dor disparou, e o som de sua agonia ecoou no ar enquanto ela desabava no chão, contorcendo-se em sofrimento. Eu não precisava de justificativas, a diversão estava ali, nas gritos de dor que preenchiam o ambiente. Gargalhei com prazer ao ver a expressão de desespero em seu rosto, mas não estava satisfeito. A explosão de alegria que eu sentia me impulsionou a gritar. Foi Eleanor quem ordenou isso! Ela é a responsável pelo que acontecerá com este garoto a partir de agora!

As palavras eram venenosas, e eu sentia cada sílaba como uma lâmina afiada. A curandeira gritou, dizendo que a filha jamais seria capaz de algo tão cruel. Mas eu não me importava. Mais uma vez, levantei a varinha, e com um riso maligno, lancei a maldição novamente. Você acha que isso não é verdade? Ah, Kara, sua querida filha é a responsável por tudo isso! Você sabe que essa é a ordem dela, uma vingança contra Daniel, por ele não conseguir ser fiel!

Havia feito o dever de casa. Daniel, antes de Eleanor, estava com Laura, a filha do Minisro, e, sgundo as informações, eles terminaram graças a uma onda de traições por parte dele. Se ele traiu Laura, poderia trair Eleanor. As informações que eu tinha em mãos eram um misto de especulações e verdades, mas não importava. O veneno que eu espalhava se tornaria uma verdade em meio às sussurrações da sociedade bruxa. Eu não precisava ter certeza de nada, o importante era que Eleanor soubesse que seu amado poderia estar pagando um preço alto, um preço que ela nunca esperaria. Eleanor saberia que por cupa dela, minha vingança contra ela, aquele garoto pagaria o preço.

O olhar de horror e dor nos olhos da curandeira apenas intensificou meu prazer. Mas enquanto a cena se desenrolava, percebi a aproximação de outros curandeiros, e o instinto de sobrevivência disparou dentro de mim. Esse era o meu momento de partir. Com um sorriso sádico, coloquei Daniel na minha frente, transformando-o em um escudo humano. Gargalhando, ciente que ninguém atacaria, aparatei, e em um instante, desapareci, deixando para trás o caos e a dor que havia semeado.