Banheiros

Entrei no banheiro e bati a porta atrás de mim, deixando escapar um palavrão entre os dentes. Minha irmã simplesmente não conseguia entender o básico. Por mais que eu tentasse explicar, ela não enxergava o que eu sentia por Daniel. Claro que eu queria esquecê-lo, era óbvio! Mas, por mais que eu tentasse, aquele maldito ainda dominava meus pensamentos e, o pior de tudo, meu coração.

Me sentei no vaso, o tampo frio debaixo de mim, e respirei fundo. Uma sucessão de resmungos e xingamentos escapou conforme eu tentava processar a última discussão. Sophia, sempre tão insuportavelmente sensata, achava que estava me ajudando com seus sermões intermináveis sobre Daniel, como se eu já não soubesse de tudo aquilo que ela dizia. Eu sabia, claro que sabia! Mas saber não mudava o fato de que eu ainda o amava. Sophia... Me deixe em paz! Murmurei, sem nem abrir os olhos quando escutei alguém entrar. A última coisa que eu precisava era mais um sermão.

Só que a voz que respondeu não era de Sophia. Era Amélie. Abri os olhos levemente quando a vi entrando na cabine. Já era quase um reflexo. Só de vê-la, meu corpo relaxava um pouco, a tensão diminuía. Claro, ela era excelente em me ajudar a esquecer certas coisas, e eu não me referia apenas aos seus toques habilidosos. Minha irmã me deu outro sermão por causa de Daniel. Comecei, revirando os olhos enquanto ela se aproximava. É um saco. Tudo bem que ela está feliz com o namorado, mas parece que nem ele é suficiente para acabar com aquele amargor constante dela.

Amélie me olhava com aquele sorriso que sempre carregava um toque de malícia. Quando ela mencionou outra sessão de “esquecimento,” um sorriso surgiu no canto dos meus lábios. Minhas mãos automaticamente foram para sua cintura enquanto ela se sentava sobre minhas pernas, uma perna de cada lado, me encarando de frente. Seria bom... Admiti, deixando meus dedos deslizarem pela curva de sua cintura.

Mas então sacudi a cabeça, brincando. Talvez você precise se esforçar mais para me ajudar a esquecer Daniel. Minha voz saiu leve, meio provocativa, porque, apesar de tudo, eu sabia que ela fazia o possível — e o impossível — para me tirar aquele idiota da cabeça. Amélie era sublime com o jeito que me tocava, mas... Daniel ainda era Daniel. Era irritante. Absolutamente. Mas era o Daniel.

Ela se inclinou, sussurrando algo sobre me ajudar com outra coisa, e eu a encarei com curiosidade. Claro que eu ajudaria, qualquer coisa que ela pedisse. Amélie era minha amiga, além de tudo. E, claro, o sexo entre nós era... Delicioso. Minha mente vagou brevemente por isso, antes de eu sorrir e me inclinar para ela, sentindo seu perfume familiar. Você sabe que tenho um certo talento para me enfiar nos assuntos dos outros... Murmurei, deixando minha mão descer até a bunda dela, apertando levemente enquanto sorria de um jeito safado. Amélie sabia me provocar, mas eu também sabia jogar o jogo dela.

No entanto, minha curiosidade era maior. O que ela queria que eu fizesse? Me afastei um pouco, o máximo que o espaço apertado da cabine permitia, encarando-a com expectativa. Apontei o queixo para ela, esperando que revelasse logo o que precisava. O que você quer que eu faça? E, mais importante... O que eu vou ganhar por isso? Minha voz saiu baixa e cheia de malícia, antes que eu inclinasse a cabeça e desse uma leve mordida em seu pescoço. Sorri ao vê-la estremecer com o toque dos meus dentes, e então voltei a encará-la, curiosa.