They say that misery loves company 

Eu caminhava com passos firmes, mas o coração pesado com as notícias que corriam como fogo em palha: Comensais da Morte haviam invadido Hogwarts e, pior ainda, atacado os alunos. Como vice-diretora, a falha de segurança era uma responsabilidade que pesava em meus ombros, e a culpa que sentia era quase insuportável. Adrien, o diretor, deveria ter tido tudo sob controle, mas agora tudo o que eu conseguia sentir era uma raiva crescente e a necessidade de remediar a situação. Ao avistar Laura com Aaron e Lillian, meu coração deu um salto. Ela estava lá, aparentemente bem mas havia sinais de luta. Ela tentava manter-se firme, mas o ataque havia deixado suas marcas. Aaron estava visivelmente preocupado, e ao ouvi-lo mencionar o ataque, meu estômago se revirou. Não sabia que ela havia sido alvo. Essa informação me pegou de surpresa, e a preocupação que senti foi como um golpe.

Você foi atacada ontem? Mas não a vi no jantar. Perguntei, tentando manter a voz firme, mas era impossível esconder a preocupação que transbordava. Laura assentiu, evitando meus olhos. Ela sempre fora teimosa, mas eu não podia culpá-la. A situação era delicada, e eu não podia permitir que ela se afastasse ainda mais. Suas palavras me atingiram em cheio. Como vice-diretora, era meu dever proteger todos os alunos, e saber que Laura havia sido alvo específico me deixava com um sentimento de impotência e culpa. Laura mudou de assunto abruptamente. A dor em seu olhar ao falar de Robert era evidente. Ele não estava presente, e eu sabia que a situação entre nós estava tensa desde a armadilha de Adrien. Neguei com a cabeça, sentindo um aperto no peito, ele me evitava dentro de nossa casa, estava distante, focado no trabalho... Não sei, Laura. Mas eu posso te levar para casa Ofereci, tentando manter a compostura. Ela me olhou, firme em sua decisão. A menção de sua mãe trouxe uma nova onda de emoções.  Olhei ao redor, tentando encontrar uma solução. Foi então que vi Ethan, fazendo um movimento com a cabeça para Laura. Ela pediu licença, de forma fria, e se dirigiu a ele.

Encarei sua postura insolente diante de mim e senti uma onda de raiva me percorrer, ao mesmo tempo em que o amargor de lembrar que ela enviou um berrador a Robert sobre algo que nao sabia direito voltava a ton. Aaron, Lillian, vamos levar Laura para casa. Disse com firmeza, virando-me para eles. Aaron parecia surpreso, mas assentiu. Caminhei na direção de Laura, determinada. Laura, precisamos ir agora Eu disse, minha voz mais dura do que pretendia. Ela se virou para mim, os olhos brilhando de raiva, teimosia e determinação. Eu disse que vou esperar minha mãe Ela repetiu, dando as costas a Ethan, cruzando os braços de forma desafiadora. Isso não é uma opção, você vem conosco, agora. Respondi, meu tom firme e inabalável, peguei em seu braço e comecei a puxa-la para longe de Ethan. Ela abriu a boca para protestar, mas interrompi qualquer argumento que pudesse surgir. Sua segurança está em jogo. Ainda mais dando bola ou papo para aquele rapaz, agora vamos! Seu pai deseja lhe ver! Laura me olhou, a raiva fervendo em seus olhos. Ethan, percebendo a tensão, afastou-se, entendendo que aquele não era o momento para intervir. Enquanto caminhávamos para fora do saguão, a tensão entre nós era quase palpável. Aaron tentou quebrar o silêncio algumas vezes, mas minha mente estava focada em uma única coisa: Eu precisava levar Laura de volta para casa, e talvez, só talvez, eu pudesse encontrar uma maneira de me redimir com Robert.