Estufas

Faltava poucos dias para o dia de sair do castelo e as aulas já estavam suspensas, aquela semana era de descanço e cuidado ate por causa do que ocorreu no salao. Meu hobbie favorito, quando nao estava lendo algum livro ou estudando, com certeza era cuidas das plantas do castelo. Mais precisamente procurar pragas ao seu redor, como meus pais faziam quando ainda vivos. Entrei na estufa ao lado de Laura que algumas vezes, afogada no tedio, decidir vir só para fazer alguma coisa. Sua companhia era otima e podias falar dos meninos e meninas que gostavamos sem outros ouvidos ao redor. A estufa como sempre estava largada, mas eu nao via esperanças para aquelas plantas, nem seus vasos sujos e largados. Passei por algumas ate parar em frente a duas arvores de  tentáculo venenoso, eu sabia que as pragas gostavam de se esconder no oco da arvore para pegar o veneno. Ok isso foi estranho Ouvi Laura mais atras de mim dizer e eu resguardei a varinha que estava tirando do bolso e olhei para a menina e arregalei os olhos. Ao seu lado as plantas que estavam murchas, sem graça, xoxas, capengas e mangas, agora estavam vivissimas e lindas.

O que voce fez? Eu perguntei genuinamente curiosa, deixando as pragas de lado e me aproximando de Laura para olhar as plantas a sua volta com mais detalhes. A escutei dizer que nao sabia que tinha acontecido, que simplismente desejou e aconteceu, mas duvidando de si mesma ela afirmou ser algo do professor e precisei negar imediatamente com a cabeça; Ate parece que o professor Samuel se preocupa com as plantas, ele só dá essa materia por obrigaçao, certeza. Eu falei me curvando para ver uma das plantas que se mexia, seu verde brilhante e vivo do caule e as folhas brilhantes. Vai ver voce pisou em algum frasco de poçao ou encantamento escondido,  ate por que só as plantas ao seu redor voltaram a ter cor e vida, o resto continua meio morto. Eu falei olhando para mais longe na enorme estufa onde dava para ver plantas sem viva e  xoxas. Somente as plantas a um metro de distançia da grifina pareceram recuperar a vida. Laura deu de ombros e levou uma plantinha ate a saca de uma das janelas da galeria enquanto me perguntava se eu iria mesmo para a italia.

Eu preciso ir, preciso saber sobre o passado do meu pai antes que eu tenha problemas aqui por Londres... É uma longa historia mais eu conto quando voltar, e voce? Vai me dizer o que voce tem? Eu perguntei invertendo o assunto e peguei Laura completamente de surpresa, seus olhos arregalaram e vi suas bochechas rosarem, eu sabia que era algo com Selene, a unica que conseguia deixar ela assim. Esta igual um cachorro abandonado há semanas... desembucha logo. Eu falei me sentando ao seu lado na mesa central, empurrando um vaso só de terra para o lado e apoiei meu cotovelo sobre a mesa olhando para ela. A dias que seu semblante esta para baixo, mas eu sabia que Laura odeia ser confrontada, , a unica brecha é quando estamos sozinhas como agora,, eu sabia que ela nao deixaria seus muros se reerguerem quando perguntei. A mesma se abriu, finalmente me contanto o que havia acontecido na ultima semana. Suspirei levando minha mão a boca para esconder a mistura de emoçoes que eu tinha sobre tudo aquilo.  

Voce sempre soube que Selene era estranha, na verdade eu sempre te avisei isso. Falei e vi a mesma me olhar seria, talvez eu nao estivesse começando da melhor forma mas eu sabia que conseguia explicar o que queria. O que eu quero dizer com isso é que... Ela é indiferente para tudo, nao só seus sentimentos, e nao acho que ela faça isso por maldade, acho que ela  nao consegue sentir direito as coisas, por algum bloqueio ou trauma. Eu falei deixando minha analise sobre ela a mesa, eu nunca havia dito a Laura pois temia que ela se chateasse com alguma indagaçao minha mas aquele era o momento de mostrar a minha amiga que só tinha dois caminhis para ela, lutar ou seguir em frente.  Mas cabe a ela, e somente ela, buscar melhorar e resolver esses traumas dela se ela quer ficar com voce como ela diz. Eu disse me lembrando de nossas conversas sobre Selene, que ela sempre é muito direta em dizer o que quer mas a frieza permanece ate quando ela fala que gosta de algo.

Pois eu acho que voce merece alguem que te respeite, te de carinho e te valorize amiga. Se ela te deixa no vacuo e nao demonstra querer melhorar em nada... Eu disse e podia ver o semblante de minha amiga mais triste, me doia as coisas que eu dizia mas tambem odiava ver o que Selene estava fazendo com Laura. Acho que voce tem que seguir em frente. Se ela nao esta disposta a mudar e expressar mais o que ela verdadeiramente sente por voce, voce nao deve ficar esperando. Eu disse e podia ver as lagrimas se formando sobre as palpebras de Laura e a abracei sem esperar um retorno apenas deixando meu ombro disponivel enquanto eseperava sua resposta.

A semana continuava conturbada, Aaron e os Watsgrint ainda eram um assunto, agora o novo papo era que ele havia atacado a diretora. Isso me preocupava pois eu temia que ele nao estava conseguindo lidar bem com tudo. Ele estava me evitando desde o dia do salão, nao havia tido ainda a oportunidade de me explicar a ele mas eu queria. Eu caminhava em direçao a saída oeste do castelo passando pelas estufas, havia marcado com Thomas de olhar por alguns minutos antes da aula o Lago Negro. As estufas fora do horário de aula geralmente nao tinha alunos, eram poucos que apreciavam o cuidado com as plantas. Parei em meus passos quando ouvi um resmungo conhecido, olhei pela janela da estufa e pude ver Aaron duelando com alguns tentáculos de planta. Sem pensar duas vezes eu entrei erguendo minha varinha. Immobilus. Disse forçando a que todos parassem de se mexer, Aaron se virou, seu olhar era frio. Ele voltou a me dar as costas sem agradecer e começou a cortar as folhas da planta, deixando-as cair sobre um  pequeno balde.

Vai revender? Eu perguntei tentando quebrar o gelo entre nos dois, ele nem se quer se virou para me olhar apenas deu de ombros. É um trabalho extra, para aumentar minha nota... Ele disse sem muita empolgação e entusiasmo em entrar na conversa. Dei um passo tímido para mais perto dele. Quer ajuda? Sabe que sou boa no trato das plantas e... Eu comecei a oferecer, na verdade era a desculpa que eu estava dando para poder ficar mais próxima dele e tentar me concertar mas ele rispidamente me cortou. Nao precisa, já estou acabando... Ele disse se virando e tentando passar por mim para sair da estufa mas eu dei um passo para sua frente. Espera, deixa eu me explicar sobre o jornal... Eu disse olhando em seus olhos, o moreno me olhou serio pro alguns segundos e suspirou desviando o olhar e tentou novamente passar por mim.

Eu nao queria que você ficasse sabendo daquele jeito! Você nao merecia saber por uma noticia Aaron, eu estava tentando de proteger, você sabe que me importo com você. Eu disse voltando a entrar na sua frente, ele me olhou nos olhos e eu deixei os meus caírem para seus labios por alguns segundos mas voltei a olhar ele quando ele começou a me responder.

As respostas de Aaron no inicio eram dolorosas, eu entendia seu lado, sua visão, eu havia mesmo escondido dele e fingi que tudo estava normal mas a intenção era outra, diferente do que ele interpretou, mas nao havia o abandonado, procurei ele pelo castelo inteiro antes de me entregar ao encontro já prometido a Thomas. Enquanto ele contava, eu me surpreendi quando ele comentou sobre meu encontro, primeiro me senti culpada, me perguntando se ele havia visto nossos beijos mas depois cai em realização da tromba d'agua que nos atingiu, sabendo na hora que havia sido o moreno. Pera lá!  Eu admito, devia ter pensado melhor sobre minhas ações no salão, mas assim que você saiu eu te procurei por horas no castelo, nao fazia a mínima ideia onde você estava! Eu disse em um tom de voz mais firme, mostrando que ele podia me acusar dos erros mas nao que eu nao me importava.

E eu já havia prometido aquele picnic com o Thomas, eu nao iria desmarcar, ate por que eu nem consegui te achar! Eu comentei e vi o moreno desviando o olhar como um teimoso que nao queria admitir que estava errado. E vem cá, como você sabe que eu estava naquele encontro? Foi você que invocou aquela águia d'agua? Eu perguntei em um tom acusatório ao moreno que cruzou os braços sem jeito e ergueu algumas vezes o ombro como se nao o incomodasse a pergunta. E se foi? Ele disse em um tom ríspido erguendo o nariz como um menino mimado. Senti a veia de minha têmpora estourar e a raiva me afogar.

Você é inacreditável Aaron! Quanta imaturidade! Eu disse brava com ele, esquecendo que ele já estava passando por problemas demais, eu iria brigar com ele novamente. Você só faz o que te da na telha! Não dá nem vontade de continuar sendo sua amiga!! Eu comentei com raiva e vi o menino bufar a minha frente antes de me responder na mesma vibe irritada.

Os corredores de Hogwarts reverberavam com a cadência firme dos meus passos enquanto procurava por Adora, ela era minha prioridade. A vislumbrei adentrando o local, um sorriso brotou momentaneamente em meus lábios, então segui para as estufas. Só me aproximar da porta meu sorriso rapidamente se desfez ao reconhecer a voz de Aaron. Uma tensão tangível pairava no ar. Ao alcançar as estufas, percebi que chegava no desfecho de uma conversa acalorada entre Adora e Aaron. Adentrei e o olhar de ambos se virou na minha direção, encarei Aaron com frieza. Você não tem vergonha? Indaguei calmamente, mas a intensidade de minha presença estava embutida em cada palavra.

Não hesitei em expressar minha indignação. É um absurdo que você esteja se atrevendo a forçar Adora a escolher entre você e eu. Com toda a classe que me era característica destaquei. Compreende o quão vergonhoso e infantil é esse pedido? Adora não era propriedade de ninguém, especialmente não de alguém como Aaron. Aproximando-me de Adora, coloquei-me ao lado dela, como um escudo protetor. Você não tem o direito de fazer tal exigência, especialmente considerando que Adora nunca foi sua primeira escolha... Se tivesse o mínimo de respeito por ela, pediria desculpas. Meus olhos, carregados de desgosto e desprezo, perfuravam Aaron.

A raiva fervia em minhas veias, e minhas palavras eram como lâminas afiadas. Adora, uma pessoa magnífica, não merecia ser submetida a tal situação. Você perdeu a chance de ficar com alguém tão incrível por pura burrice e egoísmo. Acusei, minha ira reverberando nas palavras. Andar no mesmo grupo? Você não merece nem respirar o mesmo ar dela! Não tinha a intenção de tolerar a insolência de Aaron. Meus sentimentos por Adora eram evidentes, e eu estava disposto a defendê-la contra qualquer um que ousasse ameaçar essa ligação. Meu olhar, um misto de fúria e proteção, permanecia cravado em Aaron.


Thomas | Adora | Derek | Daniel | Aaron | Laura | Oliver | Fergus

Aaron estava transtornado, ele estava frio e maluco, me pedir para escolher entre ele e Thomas era a coisa mais ridicula que ele  estava fazendo. Coloquei minha mão sobre minha cintura e apontei o dedo para ele pronta para responder quando Thomas apareceu a porta. A situação ruim piorou de forma absurda, eu compreendia que o moreno estava passando por um momento difícil e conhecendo ele sabia que nao conseguia raciocinar normal estressado mas Thomas nao sabia. Sua entrada e suas falas conseguiram piorar mais ainda a situação, eu sabia que dizer o que Aaron precisava ouvir agora nao era o ideal mas a merda já tinha acontecido.

Os dois começam a brigar e Aaron relembra algo do qual nao me orgulho e sinto minhas bochechas avermelharem de vergonha. Estou errado Adora? Ele pergunta com um sorriso orgulhoso no rosto. Eu havia convidado Thomas ao baile só por que Aaron já havia convidado Brunna, e eu nao deixei que ele desconvidasse minha amiga, mas as coisas que ocorreram no baile entre o menino e eu, haviam sido verdadeiras, mesmo que eu as tivesse desejado com Aaron. Pode tentar quanto você quiser, ela NUNCA vai te amar como ME AMA! Eu sai de minhas memorias e arrependimentos e voltei meu olhar para Aaron, dessa vez irritada, ele e seu narcisismo me irritavam de uma forma... Minha falta de reação, surgiu de Thomas que avançou para cima de Aaron. Thomas, espera! Eu disse nervosa, nao queria que nenhum dos dois se machucasse quando Aaron empurrou o menino para longe eu aproveitei para me intrometer.

Chega os dois! Eu disse parando a frente de Thomas e olhando primeiro para Aaron que tinha um sorriso que aos poucos foi se desfazendo. Você é um idiota Aaron, eu me preocupo com você e com tudo que esta passando mas nao vou cair em seus jogos e manipulações. Eu disse apontando o dedo para ele, eu compreendia sua dor diante de todas as noticias mas nao era motivo para querer me enganar, apenas para que eu nao ficasse com Thomas só por ele nao gostar do menino. Nao vou escolher entre ser sua amiga ou de Thomas, se você nao quiser falar comigo por que eu sou próxima dele e por que tentei proteger você das noticias, é problema seu! Eu disse e vi Aaron ficar mais serio, enfurecido enquanto trocava olhares de ódio com o outro moreno atras de mim. Por fim me virei para ele que tinha um sorriso ao rosto, por eu ter o defendido diante do outro.

E você! Eu disse e seus olhos saíram de Aaron e se voltaram para mim, seu pequeno sorriso triunfante também começou a se desfazer ao notar meu tom de voz. Não sou nenhuma donzela em perigo, sei muito bem me defender, ainda mais dele que conheço há 4 anos.! Eu disse apontando Aaron atras de nós que estava calado desde minha frase a ele. Respirei fundo e amenizei um pouquinho meu tom de voz mas ainda mostrava insatisfação com os dois a minha volta. Eu nao quero um guarda costas Thomas, quero um amigo, quero alguém com quem passar meu tempo junta, me aproximar... . Eu disse aliviando um pouco mais meu tom mas depois me lembrei novamente por que estava sendo tão firme com os dois.

E no momento vocês dois estão sendo companhias muito merda para isso! Agora me deem licença que estou arrependida de ter vindo atras de você, seu idiota! O Eu disse por fim trocando meu olhar com os dois uma ultima vez e decidi sair da frente dos dois passando por Thomas e indo em direçao a saída da Estufa deixando os dois sozinhos e ia em direçao a sala de alquimia onde queria terminar uma poção que estava praticando.