Ponte Suspensa

Duelo

A cena na ponte suspensa era de tirar o fôlego, e não de um jeito bom. As chamas lampejavam nas extremidades da estrutura, lançando sombras dançantes sobre o duelo mortal que se desenrolava diante de meus olhos. Minha mente girava enquanto eu buscava entender como tudo havia chegado a esse ponto.

Robert S. Winchester, o Ministro da Magia, estava encurralado, duelando ferozmente com um Comensal. Era ele, o Comensal, que havia orquestrado os desastres em Hogwarts, e eu não conseguia compreender como ele havia conseguido acessar a escola. As perguntas fervilhavam em minha mente, mas não havia tempo para respostas.

Eu não podia ficar ali parado, observando impotente enquanto o Ministro estava prestes a ser morto. Num ímpeto, minha varinha se ergueu. - Expulso. O feitiço saiu dela com uma força incrível, atingindo o Comensal em cheio. O bruxo das trevas foi arremessado para trás, e eu me movi rapidamente para libertar Robert.

Lancei outro feitiço, desta vez para dissipar as cordas que aprisionavam o Ministro, e ele podia finalmente se levantar. Robert estava visivelmente ferido, muito mais do que o Comensal. Era evidente que o Ministro havia levado a pior no duelo, mas naquele momento, isso era irrelevante.

Com Robert ao meu lado, sabia que éramos uma força a ser reconhecida. O Comensal não era páreo para nós juntos. Minha varinha permaneceu apontada para o bruxo das trevas, determinada a impedir qualquer movimento que ele pudesse tentar. - Estupefaça! As palavras saíram de meus lábios com firmeza, e um feixe de luz mágica se projetou de minha varinha em direção ao Comensal.

Natação ▬ Josh

Protegendo Hogwarts

Após a explosão da ponte e o Comensal ter fugido o silêncio se abateu sobre a ponte suspensa, que antes havia sido palco de um duelo desesperado. Nossas respirações estavam pesadas, mas o perigo havia passado, pelo menos por enquanto.

Olhei para Robert, preocupado com seus ferimentos, as perguntas permaneciam, principalmente como aquele Comensal havia conseguido entrar na escola. Mas uma coisa de cada vez. Por enquanto, podíamos nos concentrar em restaurar a segurança e a paz em Hogwarts.

Meu olhar se fixou em Robert, o corpo visivelmente marcado pelos ferimentos que havia sofrido. Aquela cena só reforçava a realidade brutal do duelo que acabara de ocorrer. Os ferimentos do Ministro eram graves. - Obrigado. Olhei para Robert. - Você aguentou firme, Ministro... Agora, precisamos garantir que  Hogwarts esteja segura e que você receba o tratamento correto. Minhas palavras eram cheias de determinação, e eu me mantinha alerta, observando caso o Comensal retornasse.

- Temos que retornar para o castelo e enviar um sinal de alerta para o Ministério, bem como para os que ainda estão no baile, fora que você precisa de atendimento médico urgente. Começamos a caminhar na direção do interior de Hogwarts, Robert recusando ajuda para se movimentar, mesmo ferido.

Eu sabia que a luta ainda não havia terminado. O Comensal era apenas um peão em um jogo mais amplo, e a busca por respostas precisava ser feita. A segurança de Hogwarts era uma prioridade, e eu enfrentaria qualquer ameaça que se atrevesse a cruzar esse limite. Mas, por hora, o ministro precisava de atendimento médico e eu preciso apertar os demais funcionários, então deixamos a ponte em direção ao interior do castelo.

Natação ▬ Josh ▬ Robert

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 Precisava desesperadamente de respirar ar puro, sentia-me a sufocar. Cada nervo no meu corpo pulsava. Adorava Hogwarts mas, por vezes, tornava-se cansativo ser boa aluna. Nada parecia ser suficiente ou eu não era suficientemente boa. Respeitei fundo e parei para observar a paisagem na ponte suspensa enquanto olhava para o malmequer que tinha nas mãos.

Observava as nuvens como se elas me dessem alguma resposta para este impasse. Olhei novamente para a flor e comecei a tirar pétalas a contar bem me quer, mal me quer... até ser interrompida por um rapaz. Levantei o olhar ruborizada e pensei para com os meus botões: "Ele é giro! E está a falar comigo. Porque está ele a falar comigo?" Tentei afastar estas divagações enquanto um sorriso surgia na minha cara e, apostava, que devia ser patético.  -Ah... Hum, sim. Digamos que sim. - Respondi á sua pergunta enquanto ele se desapoiava do muro e me observava com um certo ar de esperança. Mordi o lábio inferior.- O que há para atrapalhar? - Questionei com leveza.    - Só se for a morte desta bela flor que apanhei num momento de distração. - continuei numa tentativa de aliviar o ambiente enquanto ele se aproximava de mim de forma tímida e hesitante.  - Lea. - Respondi automaticamente e depois revirei os olhos com um sorriso. - Bem, na verdade, chamo-me Eleanor mas os meus amigos tratam-me por Lea. - Confessei enquanto aceitava a sua mão macia na minha. Para mim, o momento pareceu parar naquele momento mas poderia ver nos olhos do Daniel que ele parecia algo triste, por isso, relutante retirei a minha mão das sua.

- Já te disse que eu estava no meio de um assassinato de um malmequer mas e tu? - Questiono olhando-o nos olhos com curiosidade. - Estavas a apreciar a paisagem ou a brisa do fim de tarde? - Questiono aproveitando as suas palavras enquanto retiro alguns cabelos que me voaram para a cara enquanto falava tornando a situação um pouco cómica e caricata. - Ou posso ter esperança que és um daqueles rapazes que sabe apreciar um pôr-do-sol? - Sorrio, pois, apesar de não conhecer este rapaz que tenho na minha frente parece que sinto que o conheço desde sempre... Foi quase como se houvesse um ligação e, talvez, me pudesse fazer voltar a acreditar que nem todos os rapazes eram verdadeiros cretinos.

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*Uau! Ao menos consegui roubar-lhe um sorriso.* Pensei deliciada com esse pensamento enquanto revirava os olhos e mexia no cabelo. - Claro que me podes tratar por Lea. - Replico estreitando os olhos e agitando a mão.  -O que seria de nós se andasses por aí a chamar-me: Eleanor, oh Eleooooonor! - Brinco fazendo uma voz de falsete enquanto lhe pisco o olho.  - Portanto, Lea, Lennie, Len, Ellie... É muito mais fácil de pronunciar e poupas-nos uma humilhação aos dois. - Asseguro enquanto coloco as mãos no muro e olho para os seus olhos achocolatados.

O momento de relaxamento e diversão perdeu-se, talvez, pelas minhas perguntas demasiado directas. Por um momento, um silêncio reinou entre nós enquanto ele decidia o que me haveria de responder mas eu conseguia ler através da sua expressão que havia ali qualquer coisa que o atormentava... Ou poderia ser só imaginação minha.  - Talvez, não devesses pensar tanto. - Replico enquanto encolho os ombros e observo o seu semblante tentando ler as suas expressões. Contudo, mais uma vez, ele parecia perdido no seu próprio Mundo e eu começava a duvidar que o momento de leveza anterior voltasse.

Acabei por soltar um suspiro e desviar a minha atenção dele para a flor que só já continha metade das pétalas e, depois, para o horizonte. Criei uma espécie de muro com o meu cabelo loiro cacheado esperando que ele quebrasse o silêncio. Ouviu-o respirar fundo e depois a sua voz melodiosa quebrou o silêncio. Se eu já havia criado um muro com o meu cabelo, agora não o queria desviar mas não resisti a olhar para ele mesmo que estivesse mais ruborizada que um tomate. *Estará a ser sincero?* Questionei-me enquanto sorria timidamente e revirava os olhos. - Vamos lá, Daniel a quantas meninas já disseste isso? - Questiono meio a brincar, meio a falar a sério. Eu era mais nova, pois, nós nem éramos do mesmo ano mas sabia que ele já deveria ter um historial romântico. Ainda para mais tendo tanta facilidade com as palavras. Inclusivé, empurro-o na brincadeira demonstrando que não me deixei afectar tanto pelo seu elogio e pelo seu sorriso sereno e, diria, até sincero. - Eu não conto a ninguém, prometo. - Digo com o semblante brincalhão, contudo, estava a falar a sério.

No entanto, percebia que ele era um mestre a desviar a atenção de si. Talvez, não gostasse de falar muito de si e procurasse algo que o distraísse dos seus pensamentos.   - Definitivamente vim torturar uma pobre flor porque não posso torturar professores. - Replico na brincadeira, reparando que o sorriso leve havia voltado ao seu rosto.  - Além disso, não quero ser expulsa. - Digo revirando os olhos contendo o riso. - Mas como já deves ter percebido, aprecio ver o sol a pôr-se. - Admito enquanto observo que ele mudou a sua postura e se encontra de frente para mim de modo a tentar ler-me. - É mais mágico para mim do que magia. - Tento explicar enquanto vejo as cores a mudar as tonalidades. - Eu.... sou o que vocês apelidam de sangue de lama ou sangue não-puro. - Acabo por admitir, mesmo sabendo, onde isso me poderia levar mas já não seria a primeira vez que era descriminada, por algo, que não tinha culpa ou conseguia controlar. Encaro-o para ver a sua reação sobre a minha revelação. - Portanto, eu tento ver magia nas pequenas coisas e tento olhar para o meu futuro com e sem magia. - Explico com sinceridade.

Eu sabia que era uma feiticeira com potencial em bruto ainda para ser descoberto, contudo, preferia não ter de lutar. Eu preferia resolver os meus problemas com base na conversa do que no confronto e enquanto tinha professores a incentivarem-me a seguir uma carreira como aurora, eu preferia caminhos mais calmos como ser bibliotecária.

- Agora que quase me obrigaste a falar acerca de mim... - Começo olhando bem no fundo dos seus olhos e eu tento quase prende-lo nos meus olhos azul mar. - Tens de contar algo acerca de ti. Talvez, o porquê de teres evitado as minhas questões. - Retiro algum cotão da minha camisola enquanto passo a mão pelo meu cabelo e abro um sorriso. - Embora não precises de o fazer se for demasiado pessoal.