Sala de Detenções

Eu aguardo ansiosamente na sala de detenção, meu coração acelerado com a antecipação da chegada de Viktor e Brunna. Enviei uma carta misteriosa para eles, sabendo que precisava deles juntos para me ajudar a alcançar meus objetivos sombrios. Meus lábios se curvam em um sorriso malicioso enquanto imagino os dois caindo em minha armadilha, sem suspeitar de minhas verdadeiras intenções. Quando Viktor e Brunna finalmente entram na sala, faço um esforço para esconder minha excitação. Os cumprimento com uma expressão de preocupação falsa, ciente de que estou prestes a lançar meu plano em movimento. Ao ver a poção que Viktor segura, finjo estar tocado pela emoção, sabendo que eles tentariam forçar a bebida contra meus labios mais uma vez.  Vocês tiveram todo esse trabalho por mim? Murmuro, forçando uma emoção convincente em minha voz.  Eles se aproximam oferecendo a poção como uma solução para meu sofrimento mais uma vez.  Eu... eu estou disposto a tentar. Por favor, me entreguem. Aceito-a de bom grado, mantendo meu sorriso enquanto observo Viktor sorrir de volta, nossos olhos se conectando de forma genuína enquanto minha mao lentamente toca na sua.

Vik... Esper... Eu escuto minha irmã tentar impedi-lo, ela me conhecia bem mais do que Viktor, sabia quando minhas reais emoções estavam sendo mostradas mas sua intervenção veio tarde demais. Com minhas mãos na poção eu mantenho minha fachada para conseguir um espaço suficiente entre eles que me permita tempo de realizar minha manobra sem impedimentos. Espero que isso funcione Murmuro, meu tom parecendo genuíno mas conforme eu levo o frasco aos lábios, sorrio maliciosamente.  Vocês realmente caíram nessa? Que tolos. Eu zombo, meus olhos brilhando com triunfo, mostrando minhas verdadeiras intenções e jogo a poção no chão, deixando que ela exploda em pedaços. Viktor grita, sua voz cheia de frustração e desespero enquanto se ajoelha tentando salvar a poção. Meu olhar cai para minha irmã que me encara furiosa. Você nao sabe o que fez irmão... Nao percebe que estamos tentando te salvar?? Ela diz em um tom alertivo, enfurecido e repleto de medo mas isso somente alarga meu sorriso mais ainda.

Vocês realmente acham que podem me salvar? Eu sou muito mais do que vocês imaginam. Meu destino nao pode ser impedido e eu ja esperei demais levando os sentimentos de voces em consideraçao.  Espero até que Viktor esteja distraído com o caos ao seu redor antes de me mover rapidamente. Eu grito em uma voz insana, ecoando nas paredes da sala de detenção. Viktor e Brunna trocaram olhares preocupados, percebendo que minha situação era mais complicada do que imaginavam. Agora nem mesmo vocês vão me impedir de seguir o que Merlim planejou para mim. É meu dever limpar o mundo bruxo de criaturas magicas. Eu digo com meu olhar fixo a minha irmã que parece nao saber o que me responder. Volto meu olhar a Viktor que ainda tenta pegar algo da poção e com um movimento ágil, me aproximo silenciosamente por trás dele e o ataco, forçando uma poção do sono contra ele que tiro de meu bolso. Kieran! Para! Brunna grita quando eu seguro o pescoço de Viktor e puxo seu cabelo forçando-o a abrir a boca e enfio a poção em sua goela.  

Com uma força impressionante, Viktor consegue me empurrar de si e ele se levanta apontando a varinha para a minha. Expelliarmus! Ele diz e vejo minha varinha voar longe mas embora minha surpresa meu sorriso nao se desfaz. Kieran chega! Estamos fazendo isso por seu bem, você vai lamber esse chão ou... O... O que... O que você me... Deu? Ele diz, luta contra o efeito da poção, seus olhos pesando com a sonolência, mas de forma iminente seu corpo vem para frente como uma arvore sendo cortada e ele cai apagado de cara no chão, a minha frente. Brunna tenta desesperadamente ajudar Viktor, eu me abaixo a frente do moreno e pego sua varinha e me viro para minha irmã.  Você é a próxima, Brunna. Murmuro, antes de avançar em direção a ela para concluir meu plano maligno de dar um jeito neles antes de ir atras de Regan.

Minha mente estava turva, mas minha determinação estava firme. Mesmo enquanto o choque percorre meu corpo, eu posso sentir a raiva borbulhando dentro de mim. Com um esforço desesperado, ergo minha mão e desfiro um soco no frasco que Brunna tentava enfiar em minha garganta. O vidro se partiu com um estalo agudo, liberando um líquido que eu mal podia distinguir entre os lampejos de eletricidade que percorriam meu corpo. Então, com a força de vontade que me restava, eu murmuro as palavras do feitiço. Finite. O zumbido da eletricidade cessou abruptamente, substituído por uma sensação de alívio momentâneo. Aproveitando a fração de segundo de clareza, ergo minha mão e desfiro, agora, um tapa forte no rosto de Brunna, o impacto ecoando no ar tenso ao nosso redor. Ela é arrancada de cima de mim, mas a batalha estava longe de terminar. Com um movimento ágil, rolo para o lado e me ponho de pé, ignorando a dor que ainda pulsava em meu corpo.

Quando vejo Brunna tentando se levantar, não hesito. Com um chute rápido, forço-a de volta ao chão, minha respiração ofegante misturando-se com a dela em meio à confusão da batalha. Com a adrenalina pulsando em minhas veias, eu avanco novamente em direção a Brunna, determinado a acabar com aquela batalha de uma vez por todas. Sem dar tempo para que ela se recuperasse totalmente, lanço um feitiço de atordoamento em sua direção, buscando desequilibrá-la. Expulso! Mas Brunna estava ágil, desviando habilmente e retaliando com um feitiço próprio. O impacto me atinge em cheio, lançando-me para trás com violência, minha visão turva por um instante. No entanto, a dor apenas alimentou minha determinação. Com um rugido de fúria, levanto-me rapidamente, ignorando a vertigem que ameaçava me dominar. Minha varinha treme em minha mão enquanto eu conjurava uma série de feitiços. Everte Statum! Immobilus Cada um mais poderoso do que o anterior, numa tentativa desesperada de subjugar minha irmã sem precisar feri-la muito.

Petrificus Totalus Mas Brunna não recuava. Ela estava tão decidida quanto eu a sair vitoriosa daquele embate. Trocamos golpes e contrafeitiços, cada um mais letal do que o último, o ar zumbindo com a energia mágica que se desprendia de nossas varinhas. E então, num momento de oportunidade, lancei um feitiço de desarmamento, esperando que desta vez fosse o golpe final. Expelliarmus! Sua varinha voou direto para a minha mão, pude ver o desespero escrito em seu olhar, o medo de meu próximo passo, enquanto eloquentemente eu sorrio balançando sua varinha em minhas mãos. É uma pena! Que você nao consiga ver que tudo que estou fazendo é por você Sis. Petrificus Totalus Eu digo acertando seu corpo que fica levemente azulado e cai para trás como uma tabua, igual Viktor. Me aproximo de seu corpo com passos delicados e me ajoelho ao seu lado, meu sorriso é maléfico enquanto eu delicadamente toco em uma mecha sua morena.

Você nao percebe o quão perigosa ela é para a sua vida? Sujar nosso sangue puro por beleza irmã? Eu nao posso permitir. Eu digo com um sorriso e arranco um fio seu, posso ver o desespero em seu olhar mas ela nao consegue mexer um musculo, nem mesmo os de sua expressão. Em sua frente, eu coloco o fio de cabelo num frasco que eu guardava na meia do pé, um gesto que não passa despercebido por ela. Ergo o frasco até meus lábios e bebo o conteúdo sem hesitação, resistindo ao desejo de vomitar. Minha forma se distorce, meu rosto se transformando lentamente até que, finalmente, eu me torno uma cópia perfeita dela. Olho para Brunna com os olhos agora idênticos aos dela. Acha que Regan vai gostar? Do que ver? Eu digo em um tom provocante, é visivel o desespero no olhar de Brunna e a lagrima caindo aos cantos de seu rosto.

Sem esperar por uma resposta, eu me levanto e aponto minha varinha para Viktor ainda desacordado. Levicorpus! Digo vendo seu corpo flutuar e lentamente guio ele ate as algemas na parede que antes eram somente decoração. Prendo ele  e me aproximo pegando também sua varinha do chão, garantindo que mesmo que escapassem, fossem incapazes de lutar contra mim. Eu faço isso por você Brunna. No futuro, vai me agradecer. Eu digo agora puxando seu corpo enrijecido e prendendo as outras algemas na parede ao lado de Viktor. Meus olhos nao se encontram com os de minha irmã, eu somente termino de prende-la como se estivesse em modo automático  e dou as costas aos dois, saio pela porta em direçao a meu encontro mortal com Regan.