Athena seguia ao lado de Ellie, com o seu braço entrelaçado com o da mais velha. Porém, a sua mente estava a vários quilómetros de distância. Os olhos azuis alternavam pelos três adultos que a acompanhavam, inquirindo silenciosamente que alguém lhe explicasse o que raios tinha acontecido na rua do beco diagonal. Parecia que estava escapando à jovem Odinson notícias cruciais na situação familiar. Porém, ponderava silenciosamente em perguntar. Durante o tempo em que tinha ido visitar os pais na reserva mágica indiana, Skadi tinha dado uma espécie de aula de conveniência social à mais nova que tinha trazido de Hogwarts várias reclamações por fazer perguntas inconvenientes a professores, funcionários e colegas. A loira tinha prometido à mãe que tentaria ser sensível em relação à vida pessoal das pessoas e que iria pensar antes de falar.

Porém, deveria ela ter o mesmo cuidado quando o assunto era a família? Ela tinha quatorze anos e era uma Odinson tal como os restantes primos. Ela não sentia que deveria ser excluída.

— Eles mudaram alguma coisa na bibliografia de Hogwarts para o quarto ano ou ainda são os mesmíssimos livros desde a época do Potter? – ouviu a pergunta de Ellie, trazendo-a de volta para o mundo. Piscou os olhos, processando a questão feita e olhando para o pergaminho oferecido por Magni.

— Honestamente não sei. – admitiu, lendo os nomes dos livros e entrando na loja ao mesmo tempo. Quase que bateu de cara com uma pessoa que parecia ter a sua idade. Pediu desculpas e voltou a se concentrar no papel. – Acho que não mudaram nada.

Já se tinha acostumado com o tráfego aéreo da Floreios e Borrões, um dos vários prós de viver com um professor. Esquivava-se dos livros voadores e das pessoas como quem dançava calmamente num salão lotado de pessoas, o que ali não deixava de ser verdade. Fez o seu caminho até às prateleiras de livros de Hogwarts, procurando os livros que iria precisar. Pegou nos quatro manuais pesados, colocando-os dentro de uma cesta que tinha conseguido por aí. Por acidente, deixou cair um livro pesado de Herbologia do sétimo ano. Suspirou, pegando no grimório pesado para o colocar de volta na prateleira. E foi aí que seus olhos se encontraram com um livro escuro, com uma lua estampada na capa. Trocou o livro de Herbologia com o de Adivinhação. Era uma sensação estranha, mas era como se aquele livro chamasse por ela. Sem pensar duas vezes – o que era estranho para uma pessoa que se proclamava poupada com os seus galeões – colocou o livro dentro da cesta e fez o seu caminho até o caixa.

Com o dinheiro da bolsa, pagou os cinco livros. Esperou pelo resto da família e, quando estavam todos fazendo o seu caminho até à saída, mostrou o livro para os mais velhos.

— Olhem o que eu comprei! – anunciou, saindo da loja.  

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