Ministério Bruxo Italiano

Deixei que Adora me guiasse por completo naquela viagem, eu estava ali somente como um guarda-costas me certificando de que a ruiva não iria acabar morta ou coisa pior. Meus pensamentos estavam em Lillian, com quem havia tido um encontro perfeito na última semana pelo castelo. Nosso beijo havia sido maravilhoso e eu não parava de sonhar com as próximas semanas de férias que passaria com ela. O prédio do Ministério Italiano não tinha como errar, ele era dourado e gigante, destoava bastante das demais construções a sua volta.Será que podemos entrar aí? Eu perguntei genuinamente, pois só via adultos passarem pela passagem mágica, que era uma porta que transportava quem passasse por ela. Escutei Adora afirmar com certeza que podíamos entrar e senti ela empurrar minhas costas para que eu desempacasse. Em frente à porta, eu fechei os olhos e deixei-me ser transportado. A sensação inicial era estranha, como se eu estivesse caindo em queda livre, mas em segundos me senti firme no chão. Abri meus olhos e pude ver algo espetacular. Uau, esse lugar é lindo! Eu disse impressionado com a beleza das pilastras de ouro entalhadas com belas imagens das criaturas mágicas mais poderosas do mundo bruxo. No centro, um enorme elevador sem fio que sobe magicamente e um relógio dourado que emana uma luz que intensifica sua cor a cada mudança de seu quadro: Alerta mágico, magia sob controle, ausência de magia.Sai de meu transe quando escutei Adora ao meu lado falar que precisávamos achar o cartório bruxo. Eu olhei ao redor procurando qualquer pessoa simpática que pudesse nos dar uma informação ou algum mapa que guiasse os novatos pelo prédio. Ali, tem um mapa dos andares. Falei ao achar um guia mais ao longe do grande hall de entrada e corremos até a enorme tela mágica. Deixa eu ver... Cartórioooo, AH, aqui! Quarto andar para baixo. Falei entendendo o mapa que era mostrado e antes de qualquer coisa senti Adora me puxar pela mão para entrar no elevador. O elevador por fora era minúsculo, mas por uma razão mágica as pessoas iam entrando sem parar e quando chegou nossa vez, o elevador pequeno por fora era gigante por dentro, podendo caber mais de cem bruxos ao mesmo tempo.

Impressionante né? Será que nosso Ministério também é assim por dentro? Eu perguntei imaginando como seria o inglês já que nunca havia posto meus pés nele, conhecia somente o átrio quando fui uma vez com meu pai pegar correspondência. Escutei Adora me respondendo e esperamos chegar ao quarto andar dos níveis baixos. A porta se abriu e fomos informados de que era ali. Saindo, podemos ver um enorme corredor com piso branco brilhoso e algumas entradas. Caminhamos por alguns minutos perdidos e nos perguntando se não era melhor voltarmos quando chegamos em frente a uma porta escrito cartório. Para a minha surpresa, quando entramos não eram bruxos que estavam ali, eram duendes como em Gringotes. Diversas mesas com pilhas de papelada e no centro uma mesa maior com três duendes juntos, batendo carimbo em folhas e as jogando por um cano que as sugava. Nos aproximamos sem jeito e os três nos olharam em sincronia, surpresos em ver crianças sem um adulto por ali. Ehh, bom dia? Eu perguntei sem jeito e recebi no mesmo instante uma cotovelada da ruiva ao meu lado que me fez tossir, eu não estava esperando por aquele ataque. Desculpa, estamos procurando saber se vocês têm alguma informação sobre a família Sinclair? Uma localização de onde moram ou trabalham... Eu perguntei e os duendes se olharam entre si sobre cochichos e não demoraram muito a nos olhar novamente. Um deles ajeitou o próprio óculos para poder nos enxergar melhor. Qual motivo e parentesco? Ele perguntou e senti meus olhos arregalarem pois não tinha uma resposta na ponta da língua para ele e certamente ele perceberia. Abri a boca para respondê-lo, mas para minha sorte, antes disso, Adora interveio.

   

Quando o duende perguntou nosso grau de parentesco e motivos, vi Viktor ao meu lado quase desmaiar sem saber dar uma resposta. Eu tinha que pensar rápido, precisava achar uma forma de enganar o duende a nos dar uma informação que fosse. Somos primos de longe, viemos para passar a temporada de ferias com parte da família. Só queremos saber um endereço ou algum familiar por perto. Eu disse me pondo a frente e encarando o duende nao muito feliz que me encara em silencio por alguns segundos antes de nos negar o acesso. Acesso aos registros negados, por favor se retirem por onde entraram. Ele disse e eu abri a boca para voltar a falar mas senti a mão de Viktor em meu ombro me impedindo, olhei para ele e entendi seu recado, aquilo era em vão. Agradeci com desgosto e me virei indo embora. E agora, o que vamos fazer? Eu perguntei para Viktor ao meu lado enquanto voltávamos para o elevador, desta vez completamente vazio, somente eu ele e o elfo que aperta os botões.

Escutei Viktor dizer que apesar de nao saber daríamos um jeito de achar alguma informação sobre os Sinclair. E talvez ele ter dito o sobrenome tenha sido nossa soluçao. Na mesma hora o pequeno elfo se virou para a gente enquanto o elevador subia do terceiro para o segundo. Familia Martelli Sinclair voces dizem?  A criatura disse e eu me agachei a sua frente na mesma hora com o sorriso mais meigo que eu conseguia por em meu rosto. Sim, eles mesmos! Estamos querendo achar qualquer um deles para conversar, mas ninguém nos ajuda dizendo onde achar um. Eu falei com uma voz super meiga para o elfo de olhos amarelos ouro que apertou um único botao que parou o elevador no meio de dois andares, Viktor ao meu lado quase caiu por estar em pé e ser alto.

A ministra é um membro dos Sinclair, o chefe de departamento de segurança também e um membro também podem ser encontrados na penitenciaria bruxa. Tem muitos Sinclair's por aqui, se quiser posso leva-los ao nivel 4 ou 5 que... Falou e na mesma hora eu decidi interrompe-lo. Ele havia nos dado a informação que eu precisava, na verdade melhores ainda. Nao precisa! É que... Vamos primeiro almoçar, mas depois iremos adorar a carona para o quinto andar. Eu disse nervosa e senti Viktor ao meu lado me olhar confuso. O elfo deu de ombros e reapertou o botao para que o elevador voltasse a subir. Esperei chegar no andar principal e sai com meu amigo me despedindo da criatura. O moreno é claro me questionou por que nao aceitei a carona.

A "ministra" é avó do Derek, quem mandou ele roubar o meu colar. De todos que aquele elfo nos falou, a melhor pessoa que podemos arriscar é o da penitenciaria. Eu disse e Viktor parou em seus passos assustado,  parei um pouco mais a frente e olhei para ele esperando que ele voltasse a andar. Penitenciaria Adora? Quer falar com um criminoso? Perguntou voltando a andar e eu revirei os olhos continuando meus passos agora voltando a ficar ao seu lado. É claro!  A avó é ministra, se alguém da família ainda ta preso por algo, certeza que nao tem bons laços com a chefe. Mais chances de querer nos ajudar! Eu disse quando chegamos a entrada e saímos do prédio juntos, passando pela mesmo mecanismo de transporte. Ouvi Viktor afirmar que era algo arriscado de se fazer, nao sabíamos se pessoa seria perigosa ou que crime havia cometido.

Parei em meus passos e me virei para olhar meu amigo, ele era preocupado  ate demais, precisava confiar um pouco mais em si e nos outros. Ele esta preso, sem varinha em um lugar cheio de guardas, o máximo que ele pode fazer com a gente é se negar a falar, relaxa! Falei olhando para o menino que pareceu tomar consciência de que eu estava certa. Cruzei meu braço com o seu e comecei a puxa-lo nos afastando do ministério. Vamos, agora ´precisamos achar a prisão. Falei com um sorriso empolgado preso no rosto, Viktor ao meu lado estava ainda mais rígido, ansioso com o que podia acontecer, mas eu sabia que dali no máximo feelings podiam ser atingidos, só.