Quarto

O quarto de hóspedes, apesar do luxo, tornou-se uma prisão para meu sono inquieto, tentava encontrar o descanso, mas ele parecia fugir de mim como sombras ao raiar do sol, o olhar vagava pela janela, onde um raio cruzou o céu, emitindo uma luz intensa que, ao entrar, dissipou qualquer sombra existente no quarto, no entanto, a escuridão retomou seu domínio, acompanhada pelo eco distante de trovões que vibravam os móveis do ambiente.

Senti a chuva começar a cair, suas gotas cálidas e gélidas batendo incessantemente nas vidraças, um som quase hipnotizante, soltei um pesado suspiro, consciente de que a tempestade não daria trégua até o amanhecer, meu corpo se inquietava na cama, virando-se de um lado para o outro, em uma busca vã por uma posição confortável, os olhos permaneciam fechados, mas o cerrar deles a cada estrondo dos trovões denunciava minha frustração.

A respiração, agitada e irritadiça, refletia a incapacidade de encontrar repouso, meus olhos, cansados da luta contra o sono, abriram-se rapidamente, respirei fundo, aceitando a derrota momentânea, não havia medida a ser tomada, a não ser permanecer ali, sob o edredom quente, sentindo cada batida acelerada do coração.

Forcei os olhos a se fecharem novamente, uma tentativa inútil, pois rapidamente se abriam novamente, encarei a escuridão do quarto até minha visão se ajustar e discernir as formas, então decidi me levantar e sentar na cama, o silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pelo som persistente da chuva lá fora, o que me fez soltar outro suspiro pesado.