Corredores Laterais

Eu caminho pelos corredores movimentados de Hogwarts, meu olhar atento buscando por minha irmã gêmea, Adora. Desde que descobrimos sobre o perigo que nos rodeava, haviamos nos aproximado mais do que nunca. Meio-vampiros, tínhamos uma história única, uma herança que nos tornava alvos de um perigoso ritual liderado por nosso próprio pai, um vampiro implacável que estava disposto a nos usar para seus próprios fins sombrios. Pelo menos era isso que nossa criminosa mãe tentava nos convencer, eu nao caia em seu papo e as cartas que havia trocado com meu pai além de nosso primeiro encontro, mostravam que ele era tudo menos aquilo que o montaram. Finalmente, avisto Adora descendo as escadas, seu cabelo ruivo reluzindo à luz do sol que penetrava pelas janelas altas do castelo. Com passos rápidos, me se aproximo dela, determinado a compartilhar minhas descobertas recentes. Adora, preciso falar com você. Agora. Adora franziu a testa, parando em seus passos, percebendo a seriedade na expressão de Derek. O que foi, Derek? Está tudo bem? Ele assentiu, embora a gravidade de suas palavras contradissesse sua resposta.

Venha comigo. Temos que conversar em um lugar mais reservado. Guiando-a através dos corredores movimentados, eu encontro um canto mais isolado, longe dos olhares curiosos dos outros alunos. Respiro fundo antes de começar a falar, suas palavras carregadas empolgação. Não sei se percebeu pois foi um fim de semana, mas... Eu passei dois dias na ala hospitalar por causa de um ataque de lobisomem. Eu digo com uma tranquilidade que nao parece bater com o espanto e horror de Adora ao ouvir. Como assim? Você esta bem? Por que nao me chamou e... Ela começou a dizer, seu modo pânico entrando em controle de seu corpo enquanto se culpava por nao estar ao meu lado. Calma, o ataque foi maravilhoso! Eu digo tentando tranquiliza-la mas parece que acabou deixando Adora mais nervosa do que antes. Como assim maravilhoso, meu deus o que aco... Ela diz nervosa e minha paciencia voa do ninho como um passarinho, meu pequeno sorriso de empolgaçao em contar sobre nosso pai some.

Para de surtar e me escuta Dora! Eu digo e ela me encara se calando pedindo desculpa enquanto tenta se controlar, eu suspiro e tento voltar com meu sorriso de volta. Nao é sobre o ataque, é sobre o pôs! Você nao sabe quem é nosso enfermeiro chefe. Eu digo com um sorriso no rosto enquanto escuto Adora curiosa soltando um sorriso enquanto me pergunta pelo nome da pessoa, possivelmente imaginando ser Malia nossa cuidadora, mas eu irei surpreende-la com algo melhor. Nosso pai! Eu digo com um sorriso de orelha a orelha enquanto me aproximo um pouco mais da minha irmã com a expectativa de um abraço. E ele nao é nada do que a Genevra disse, Dora! Ele e eu estivemos trocando cartas e agora ele me afirmou que nunca soube da gente, que nossa mae escondeu a gente dele. Eu digo acreditando plenamente na honestidade de nosso pai coisa que sei que Adora sempre foi mais pé preso ao chao, enquanto eu sempre ansiei por um tratamento familiar diferente do que recebi por nossa mãe.  

Nao vê? Podemos conhecer nosso pai, ter realmente uma família de verdade? Eu digo com um sorriso mas Adora me retribui com um olhar de medo, pânico que me deixam surpresos. Voce nao pode realmente achar que ele quer nos usar em um ritual? Eu pergunto surpreso em imaginar que a ruiva ainda acreditaria na ladainha contada por nossa mãe desesperada e presa na Itália. Logo a ruiva me respondeu.

Eu me sinto como se estivesse pisando em um terreno desconhecido, tentando encontrar respostas para perguntas que nem mesmo sei formular direito. A confusão me envolve enquanto tento explicar para Adora como foi possível trocar cartas com nosso pai. Se ao menos eu entendesse completamente... Adora, eu... Eu não sei explicar direito como tudo aconteceu Começo, sentindo-me frustrado por não ter respostas concretas para ela que sei que é cabeça dura para tudo. Foi estranho, eu sei. Nao lembro das coisas e ele disse que tem haver com o trauma que Sebastian me causou mas...Eu sei que troquei cartas com ele, devo ter procurando por seu nome em algum momento do nao passado.   Eu deduzo apesar de nao me lembrar de nada de como a troca de cartas começou mas me lembro de parte dos conteúdos, a forma atenciosa e interessada que Antony me respondera.

Mas ele mencionou que nossa mãe escondeu nossa existência dele, e... e eu quis acreditar nisso.Talvez eu tenha sido ingênuo, mas...  As palavras parecem fugir de mim, como se escapando por entre os dedos, enquanto tento articular meus pensamentos. A esperança que brilha nos olhos de Adora é ofuscada pelo ceticismo, e isso me faz questionar ainda mais minhas próprias convicções. Eu entendo suas preocupações, Adora... Mas, e se... E se ele realmente não souber sobre o colar? E se ele estiver genuinamente interessado em nos conhecer? É uma batalha interna, entre acreditar no melhor e aceitar a realidade amarga que Adora está tentando me mostrar. Eu sei que ela tem razão em muitos aspectos, mas ainda há uma parte de mim que anseia por uma família, por conexão, por algo mais do que apenas nós dois.

E eu concordo que devemos investigar mais antes de confiar plenamente nele. Mas talvez... Talvez seja justo dar a ele uma chance, pelo menos para nos conhecermos. É um conselho que dou a Adora, mas também é um lembrete para mim mesmo. Mesmo com todas as dúvidas e incertezas pairando sobre nós, eu decido que pelo menos tentar conhecer nosso pai não pode nos fazer mal. E talvez, apenas talvez, isso possa nos levar a respostas que tanto procuramos. Antes de dar qualquer chance a esse homem, eu vou investigá-lo. Não vou simplesmente aceitar suas palavras ou um sorriso como prova de sua inocência Ela diz e posso ver seu pé firme ao chão diante daquele assunto, eu suspiro, sei que argumentar com Adora e como argumentar com uma parede, ela precisa ver por si só. Tudo bem... Eu disse conformado mas ao mesmo tempo desanimado, esperava que lhe surgisse um interesse como me surgiu mas compreendia suas questões.

Eu não vou deixar que você se machuque novamente, Derek. Nem nós dois. Observo Adora com admiração enquanto ela expressa  seu compromisso com nossa segurança, e isso me enche de gratidão por tê-la ao meu lado, por ser a única a me entregar esse tipo se sensação, onde minha  outra família sempre falhou. Você está certa, Adora Não vou pressioná-la a fazer algo com o que não se sinta confortável. Me aproximo dela, envolvendo-a em um abraço reconfortante. É um gesto simples, mas cheio de significado, uma demonstração do nosso vínculo como irmãos e da confiança mútua que compartilhamos. Obrigado por sempre me aturar  Eu murmuro, sentindo-me emocionado talvez pelos ultimos acontecimentos, a perda de Kiara, o ataque de Sebastian, o encontro com nosso pai... Ela retribui o abraço, e por um momento, tudo parece certo no mundo. Independentemente do que o futuro reserve.