Corredores de Azkaban

Incrédulo, observei minha varinha ser arremessada para longe. A sensação de impotência me atingiu como um soco. Eu tinha perdido a minha única arma naquele duelo. No entanto, como se as palavras de Damon ecoassem em meus ouvidos, quase como um sussurro, lembrei-me da faca coberta de veneno que ele me entregara. Eu não precisava de nada além de uma oportunidade.

Gargalhei diante da ironia do destino e, sem hesitação, saltei em direção a Robert, arrancando a faca de minhas vestes. Caminhava com fúria, determinado a me sacrificar se necessário para eliminar aquele que me causava tanta dor. Robert, por sua vez, apontou a varinha na minha direção, mas, com um movimento rápido, girei meu corpo enquanto me aproximava.

Desferi um chute certeiro na mão de Robert, arremessando sua varinha para longe. Em seguida, comecei a desferir golpes na direção dele. Cada investida, cada golpe, era como se minha fúria se manifestasse fisicamente. Contudo, para minha surpresa, Robert desviava facilmente de todos os meus ataques.

Aquilo não fazia sentido. Era como se ele possuísse reflexos sobrenaturais, desviando de cada golpe com uma agilidade que eu nunca tinha visto em um bruxo. Minha mente fervilhava de frustração e raiva. Robert estava além do comum.


Narração ・ Michael ・ Trevor ・ Damon ・ Dipper ・Auror

Maldição! A frustração crescia dentro de mim, tornando-se um fardo pesado enquanto eu tentava desesperadamente acompanhar os movimentos ágeis de Robert. A faca que deveria ser minha vantagem agora parecia apenas uma extensão dos fracassos que se acumulavam. Cada tentativa de ataque era habilmente evitada, deixando-me perplexo e questionando se tinha subestimado drasticamente a habilidade física do meu oponente.

Quando Robert arrancou a faca das minhas mãos, o confronto se tornou ainda mais unilateral. Seus golpes certeiros encontravam seus alvos, e eu me via encurralado, incapaz de acompanhar sua agilidade. A sensação de impotência crescia, corroendo a confiança que eu inicialmente depositara na faca como uma possível vantagem.

Contudo, em meio ao caos, uma oportunidade surgiu quando fui atingido por um dos ataques de Robert e caí próximo à faca que iniciara o confronto. — Se render é para os frouxos feito você! — Rapidamente, agarrei a faca e parti para cima dele. Durante um movimento particularmente rápido, a lâmina da faca conseguiu passar de raspão no braço de Robert, deixando um pequeno corte. Uma faísca de satisfação e surpresa acendeu nos meus olhos. Aquilo era uma vitória, mesmo que pequena. O veneno da Dommus, antigo e letal, que havia banhado a lamina da faca, começaria a corroer Robert pouco a pouco. Com aquele ferimento pequeno levaria tempo, meses, talvez anos, mas sua morte estava selada.

Sorri, iria acelerar sua morte, gargalhei e avancei, contudo, mesmo com essa pequena vitória, eu ainda me via incapaz de superar a habilidade física do meu oponente. Robert permanecia inabalável, resistindo aos meus ataques. Exausto, percebi a disparidade entre nós. Cada cicatriz em meu corpo parecia testemunhar meu fracasso diante de um adversário tão formidável. A amargura da derrota se misturava com a dor física, enquanto eu lutava contra minhas próprias limitações, ciente de que estava diante de um oponente que me superava em cada movimento.


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Um grito rasgou o ar quando meu braço foi brutalmente quebrado por Robert. Caí no chão, a dor pulsante ecoando em cada parte do meu corpo. Entretanto, em meio ao tormento, vislumbrei a varinha de Robert próxima a mim. Um sorriso torto surgiu em meu rosto enquanto avançava com o braço não quebrado, agarrando a varinha.

A visão turva, a dor latejante, nada disso importava naquele momento. Ergui-me do chão, apoiando-me no braço menos ferido. Cada movimento era uma agonia, mas meus dedos cerraram-se firmemente ao redor da varinha. Era um ato de desespero, a última tentativa de resistir à derrota iminente.

Um sorriso distorcido enfeitava meu rosto quando apontei a varinha para Robert. Era um prazer mórbido imaginar a expressão de derrota no rosto daquele que antes estava confiante. — Apenas fique morto desta vez! — Murmurei, preparando-me para conjurar a maldição que selaria seu destino.

No entanto, antes que a maldição da morte pudesse deixar meus lábios, uma dor lancinante explodiu em meu peito. Sangue encheu minha boca, escapando em uma gorfada vermelha. O horror tomou conta de mim ao perceber que algo havia se enterrado profundamente em meu corpo. A varinha escapou de meus dedos enfraquecidos, caindo impotente ao chão.

Meu olhar se voltou para o peito, onde a dor se originava. Uma ponta afiada, a traiçoeira lâmina de minha própria faca, destacava-se. O reconhecimento atingiu como uma onda. Eu havia sido apunhalado pelas costas, literalmente.

Com dificuldade, virei-me para encarar o rosto impassível de Rodrick. Uma expressão fria adornava o semblante daquele que acabara de selar meu destino. Um sorriso débil cruzou meus lábios, uma mistura de resignação e aceitação.

— Malditos... — Resmunguei antes que a escuridão me envolvesse, pondo um fim à minha existência tumultuada. No final, sorri grato por uma morte rápida, em contraste com a tortura iminente causada pelo veneno. Minha missão estava cumprida: Jack estava livre, e de uma forma ou outra, eu havia contribuído para a queda de Robert. Estava morto, mas meu legado de caos e revolta persistiria na escuridão de Azkaban por toda a eternidade.


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