Saguão de Entrada

Entrei no castelo em uma corrida desenfreada, determinado a encontrar alguém que pudesse ajudar a diretora Emily e Robert, minha mente estava cheia de preocupação, eu sabia que cada segundo contava, precisava garantir que eles saíssem vivos do duelo com Eliot, enquanto atravessava o saguão do castelo, esbarrei em Laura, meu coração acelerou, uma enxurrada de emoções tomou conta de mim, então a abracei com força, sem me importar com a sujeira, lama e sangue que cobriam meu corpo, eu simplesmente estava aliviado por saber que Laura estava bem, ao me afastar dela, olhei-a de cima a baixo, verificando se estava ferida. Você está ferida? Está bem? Minhas palavras saíram com urgência, minha preocupação era evidente em meus olhos.

No entanto, Laura parecia não compreender completamente o que eu dizia, ela se soltou de mim e apenas mencionou que não tinha tempo a perder, que precisava ir para fora, a ideia de Laura indo para a área externa de Hogwarts me fez entrar em pânico, a situação lá fora era caótica e extremamente perigosa. Você não vai lá fora! Eu segurei o braço de Laura com firmeza. Comensais cercaram o castelo e eu não vou permitir que você se coloque em perigo. Laura me encarou com raiva e gritou algo sobre ter visto sua mãe passar ali e precisar ir para fora, minha cabeça girou enquanto eu tentava processar o que ela disse, o desaparecimento de Victória era uma notícia que todos conheciam, havia até mesmo rumores de que ela estava morta.

Segurei a mão de Laura com ainda mais força e falei com determinação. Não sei quem você viu... Mas não era sua mãe. A encarei com seriedade. Acha que, se ela voltasse, iria atacar Hogwarts como uma criminosa ou iria atrás de você? Ninguém que te ama iria abandonar você! Minhas palavras saíram com firmeza, olhei nos olhos de Laura, tentando fazê-la entender o perigo lá fora e o quanto eu me importava com sua segurança, porém os olhos de Laura encaravam os meus de maneira diferente, ela se virou para mim, uma mistura de raiva e mágoa transbordando em suas palavras. Você dizia que me amava e me abandonou! Ela gritou, aquelas palavras me atingiram como uma facada, nenhum feitiço que havia recebido durante a noite doía mais do que aquelas palavras vindas de Laura.

Eu estava exausto, meu corpo doía e ainda tinha uma missão importante a cumprir, garantir que a diretora Emily e o Ministro Robert, pai de Laura, estivessem seguros, então mordi o lábio inferior com força, na verdade tudo o que fiz naquela noite fora motivado por meu desejo por Laura, fosse por puro desejo ou por vontade de protegê-la de alguma forma que ela não sofresse, eu havia colocado tudo em risco, o baile e, até mesmo minha vida, por ela, então ouvir aquele grito de raiva e desprezo, acompanhado do olhar de Laura, foi como um golpe final.

Você quer saber por que não fui atrás de você no fim do terceiro ano? Eu disse, quase em um sussurro. Quando a Kiara me beijou... Quando você terminou comigo... eE sabia que não poderíamos conversar sem que as coisas se acalmassem. Soltei um sorriso seco. Minha estúpida ideia era esperar o primeiro dia das férias para ir até a sua casa e conversar.... Mas... Encarei Laura. Meus pais me encontraram naquele dia! Eu gritei cada palavra, a frustração e o desespero tomavam conta de mim. Meus pais tentaram me tirar o que eles chamaram de 'espírito demoníaco da bruxaria.' Sabe como eles fizeram isso, Laura?

Senti o olhar confuso de Laura sobre mim quando soltei sua mão e arranquei os botões de minha camisa, que já estava em frangalhos após os duelos, ela deu um passo para trás, surpresa, olhou para as cicatrizes que marcavam meu peito e barriga, minhas palavras saíam com raiva e dor, lágrimas de angústia e memórias dolorosas escorriam de meus olhos. Durante um ano inteiro... Durante todo aquele ano em que eu desapareci, meus pais tentaram a todo custo me 'purificar'... Eles tentaram fazer exorcismos, procedimentos que facilmente seriam traduzidos como torturas. Meus olhos estavam fixos em Laura, revelando o que eu jurara nunca revelar a ninguém. Você tem noção do que é ter os próprios pais furando você com atiçadores de brasa fervente? Ser quase afogado em uma bacia de água benta? Ser pendurado de cabeça para baixo e açoitado até desmaiar? Cada palavra era uma expressão de minha fúria, dor e desespero.

Minhas pernas cederam e eu me sentei no chão, as lágrimas caindo descontroladamente. E tudo o que eu podia pensar durante aquela tortura era em você... Cada dia e a cada noite... Cada momento... Tudo que eu pensava era que eu precisava ser forte... Precisava sobreviver... Só para voltar para você... Eu só suportei tudo por que você estava em meus pensamentos... Minha cabeça laejava, meu estômago revirava, tudo parecia estranho, meio alto. Você... Foi por pensar em você cada dia daquele inferno de ano que eu não enlouqueci... Encarei Laura. Sua mãe não está aqui! Sentia um gosto amargo no fundo de minha alma, mas, ao mesmo tempo, como se estivesse livre de algo. Mas eu não tenho forças para te impedir de ir... Mas se você for... Eu tenho medo de nunca mais te ver de novo e... E eu já senti esse medo antes então... Por favor... Fica. Meu olhar encontrou o dela, cheio de dor e súplica.

Daniel | Anastasia | Laura | Aaron | Garrett | Beatriz | Brunna | Sophia | Kiara | Derek | Adora | Thomas | Eliot | Emily

O silêncio envolvia o dormitório da Sonserina como um manto sombrio, eu estava lá, recostado na cama, imerso nas páginas de um livro que se desdobrava como um mundo à parte, a luz suave filtrava-se pelas cortinas, criando um ambiente de contemplação tranquila, foi quando a penumbra foi rompida pela entrada repentina de um funcionário, trazendo consigo a notícia que meu tio Fergus estava ali, esperando para uma conversa que prometia ser mais do que trivial.

Um sorriso perspicaz dançou em meus lábios enquanto eu me erguia da cama, segui o funcionário em direção ao saguão de entrada, onde meu tio aguardava, a formalidade do momento estava marcada na atmosfera, indicando que aquela não era uma visita casual. Tio Fergus, sempre um prazer. Cumprimentei, enquanto observava o funcionário se retirar, deixando-nos a sós, encarei meu tio com uma expressão serena, porém inquisitiva.

Fergus, uma figura de autoridade e mistério, retribuiu meu olhar, um aceno discreto de cabeça foi sua saudação, enquanto o peso das palavras não ditas pairava entre nós, com um sorriso contido, rompi o silêncio que preenchia o saguão. Suspeito que a formalidade deste encontro vá além de uma visita comum. Minha voz era calma, revelando uma curiosidade contida, Fergus, com sua habilidade característica de manter a expressão impenetrável, confirmou minhas suspeitas, o motivo de sua visita não era trivial. Com uma eloquência que só os Valak possuíam encarei Fergus. A autorização para nos retirar de Hogwarts antes do término do ano letivo foi concedida? Formulei a pergunta que fervilhava em minha mente, revelando a questão que pairava como uma sombra entre nós..


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A notícia martelou nos ouvidos de Thomas como um ressoar de desafio inesperado, a liberdade antecipada que parecia ao alcance das mãos agora se transformava em uma condição intrigante e desconcertante, Daniel Zarek, o nome pairava no ar como um enigma a ser decifrado, enquanto minhas emoções oscilavam entre a surpresa, a preocupação e uma pontada de frustração diante da reviravolta inesperada.

Daniel? Murmurei, como se pronunciar o nome pudesse trazer clareza à confusão que se formava em minha mente, os olhos, antes brilhantes com a expectativa do andar perfeito de meus planos, agora refletiam uma complexidade de emoções conflitantes, minha mente, afiada como uma lâmina, girava em busca de lógica, mas a imposição parecia desprovida dela.

A resposta de Fergus, entregue com a firmeza típica dos Valak, não dissipou completamente as sombras de dúvida. Daniel será um viajante adicional nesta jornada. Uma decisão estratégica para fortalecer a relação entre os Zarek e Valak. As palavras ressoavam, mas eu buscava mais do que uma justificativa superficial, o que havia por trás dessa aparentemente arbitrária escolha de companhia? Encarei Fergus, meu olhar buscando mais do que as palavras ofereciam, as peças do intricado tabuleiro dos Valak estavam em movimento, mas a inclusão de Daniel parecia uma peça fora do lugar, uma que podia desequilibrar o jogo meticulosamente planejado.

Mas por que Daniel? Questionei, a curiosidade e a preocupação ecoando em meu tom, não estava apenas interessado na lógica por trás da decisão, mas nas implicações que essa mudança poderia ter em meus próprios planos, a viagem planejada para levar Laura e Derek até o encontro de Damon e Victoria agora parecia mais complexa do que nunca, como encaixar Daniel nessa equação inesperada sem comprometer os intricados planos que eu vinha tecendo?


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O olhar de Fergus era imperturbável, como as profundezas de um lago tranquilo escondendo mistérios insondáveis, meu tio, conhecido por sua firmeza, deixou claro que essa decisão não seria uma exceção às regras estabelecidas pelos Valak, o anúncio reverberou na minha mente, mas a sagacidade que me caracterizava permitiu que compreendesse rapidamente a futilidade de argumentar, aceitar, ao invés de resistir, tornou-se uma escolha sábia, um reconhecimento silencioso de que, mesmo para um estrategista astuto, o jogo dos Valak estava sujeito a regras próprias.

Uma expressão de resignação se instalou em meu rosto, mas, por trás dos olhos calculistas, havia um plano já se formando, suspirando, aceitei a condição imposta, entendendo que algumas jogadas eram inevitáveis, então informei a Fergus que eu iria avisar Derek e que ambos seguiríamos para o ponto de encontro, contudo, antes que eu pudesse me retirar por completo, as palavras de Fergus sobre designar um funcionário para levar Daniel até o local combinado atingiram meus ouvidos como uma irritação indesejada.

Um suspiro impaciente escapou de meus lábios, enquanto minha mente trabalhava rápido para desenvolver uma estratégia que minimizasse o impacto dessa nova condição, voltando-me para Fergus, pedi, com uma ponta de impaciência mal disfarçada. Se possível atrase o aviso a Daniel... Além disso aparate com Daniel diretamente para a mansão Valak. Disse, escolhendo um local diferente do designado para o encontro com Laura, era uma tentativa de manter o controle sobre as variáveis inesperadas que começavam a surgir. Enquanto saía, observando meu tio seguir em direção à saída de Hogwarts.


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