Área Aberta

palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia

Kall at Queen of Graphics

Relaxando nos Jardins

A tarde estava tranquilo, o dia não estava tão claro nem o Sol tão forte, permitindo que eu pudesse ficar descansando em uma pequena poltrona nos jardins. Eu já havia decidido sobre o que fazer com relação à Emily, embora dependesse mais dela do que de mim, e já havia enviado uma carta para Victória, propondo um lugar para que pudéssemos nos encontrar e concluir nossa conversa, mas enquanto sua resposta não vinha resolvi aproveitar minha tarde observando o jardim e minhas corujas descansando em uma árvore próxima.

Havia projetado um pequeno poleiro para Cale e Trebor, embora não fosse realmente necessário já que os dois ficavam mais tempo na árvore próximo ao mudo de casa do que em qualquer outro lugar, ao me mudar decidira que não manteria meus animais em gaiolas, claro que de início tivera que manter Trebor preso, mas logo acabei soltando o mesmo no jardim, embora fosse novo e ainda não tivesse se acostumado completamente comigo e com os trajetos das correspondências que eu enviava, podia contar com Cale, que apesar de velha aparentava ser um ótimo guia nos voos para Trebor, de modo que em breve Trebor se tornaria minha coruja de vez e Cale poderia de fato se aposentar e ficar apenas por conta de sobrevoar o jardim e caçar ratos e esquilos desavisados.

Olhei de relance para Circe, que rastejava em minha direção. Circe havia crescido um pouco após tê-la comprado, o que era natural para uma jibóia, mas nada que causasse espantoso, bom, pelo menos não para mim, assim como fiz com Trebor e Cale eu também decidira deixá-la livre, claro que lhe informara sobre os limites do terreno, para evitar que ela fosse para fora da área de minha residência, bem como informara que minhas corujas não fazia parte de seu menu. Messstre. Sorri, após a mudança havia deixado claro que ela não precisaria mais viver em uma jaula nem em qualquer lugar parecido, ela era livre para vagar pelos terrenos e pela casa, ela poderia caçar, mas sempre deixaria roedores para ela, após aquilo ela passou a me chamar daquela maneira, o que não me desagradava.

O que deseja Circe? A serpente subiu em outra das poltronas ali presentes. Apenasss vim vê-lo messstre... Ao contrário dosss ratosss voadoresss do sssenhor eu sssei demonssstrar ressspeito. Encarei Circe e sorri. Bem, não são ratos voadores... Mas acredito que as corujas não interagem comigo janto quanto você porque ao contrário de você eu não sou capaz de compreendê-las. Encarei novamente Trebor e Cale aninhados na árvore, depois voltei a olhar para Circe e sibilei. Mas ainda assim fico satisfeito por fazer tal questão.

Me ajeitei na poltrona, Circe aprendia rápido sobre a grande maioria das coisas que a ensinava e eu aproveitava para não deixar minha habilidade enferrujar, claro que meu plano seria utilizá-la para me ajudar a encontrar a verdadeira Circe, o Basilisco perdido anos atrás, de acordo com algumas pesquisas que realizara o Basilisco ainda estava na Inglaterra, na realidade tinha descoberto relatos de trouxas terem avistados vultos de uma serpente gigante em alguns vilarejos pequenos, após analisar todos os relatos havia descoberto que Circe sempre rumava para uma mesma direção, o que me fez perceber que ela caçava e voltava para o mesmo lugar sempre, a Floresta Proibida, claro que não nos arredores de Hogwarts, a extensão da Floresta Proibida era muito maior do que apenas aquele pequeno trecho que cerca o castelo, contendo um número absurdo de cavernas e fossas, de maneira que seria fácil para Circe se esconder em uma floresta de tão vasto tamanho.

Por isso adquirira aquela serpente em particular, vinha estudando rituais e feitiços antigos e descobrira alguns capazes de proteger uma serpente dos efeitos do olhar de um Basilisco, claro que os registros estavam incompletos e, em alguns casos, apagados, de modo que debandaria de tempo até conseguir realizá-los com êxito, mas ao completar aquilo lançaria em minha jibóia e a utilizaria para rastrear e servir como uma ponte de comunicação inicial com a verdadeira Circe, uma vez que o elo de sangue criado por Salazar se rompeu durante a Batalha de Hogwarts, Circe desapareceu floresta adentro e agora eu precisava reencontrá-la e recuperar a confiança dela, para então repetir o ritual do elo de sangue e assim voltar a ter controle sobre o Basilisco Circe.

Obviamente haviam muitas lacunas em meus planos, afinal, nenhum dos rituais ainda estavam completos, algumas partes deles estavam em línguas mais antigas do que se podia imaginar e levaria um bom tempo até que eu pudesse descobrir como fazê-los funcionar, mas tinha que admitir que roubar os cadernos de anotações de Darliguv antes de traí-lo havia sido uma jogada de mestre. Sorri e encarei Circe a minha frente. Vou entrar e descansar um pouco... Caso aviste uma coruja vindo em direção à casa não a ataque, estou esperado uma carta. Circe balançou a cabeça afirmativamente, sorri e caminhei para o interior da casa.


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