Feitiços - 4º Ano - 1ª Aula

Feitiços - Primeira Aula

Abrir os olhos e levantar nunca fora tão difícil, o frio que fazia, aliado ao fato de eu ter dormido mais tarde do que o de costume na noite anterior me fazia querer apenas me enrolar ainda mais em meio as cobertas e dormir, dormir não, hibernar. Mas sabia que não poderia fazer aquilo, não aquela manhã, afinal aquela manhã eu teria aula de feitiços e já havia perdido muito tempo da minha vida não praticando feitiços, claro que não por culpa minha, contudo eu não podia continuar a me agarrar naquilo, deveria me focar no futuro, me esforçar e me tornar forte o suficiente para que algo como aquilo jamais se repetisse comigo. Levantei-me praticamente rastejando da minha cama e caminhei para o banheiro, um banho quente me ajudaria a despertar, e foi exatamente o que fiz, tomei um banho quente e depois vesti meu uniforme, tentando me manter aquecido, a todo momento lançava olhares para minha cama, ela praticamente gritava por mim, mas foi mais forte e deixei meu quarto
Assim que entrei dentro da comunal me deparei com Aaron, sorri e o cumprimentei, por cumprimentar eu quero dizer que apenas balancei a cabeça e forcei um sorriso, ele me encarou por algum tempo. Isso é jeito de se cumprimentar alguém? O encarei. Por que? Quer um abraço? Perguntei arrogantemente, ele gargalhou. Já tinha me esquecido do seu bom humor pela manhã. Forcei um sorriso. Então vamos tomar um café? Fiz que sim com a cabeça, talvez aquilo fizesse o que o banho não fizera e me despertasse decentemente, enquanto atravessava a comunal notei Kiara sentada em uma das poltronas, como um garoto amável que eu sou decidi simplesmente ignorá-la, mas Aaron me cutucou indicando com a cabeça que eu deveria convidá-la para tomar café também. Porque eu? Questionei, Aaron apenas me olhou. Deve ser porque era você que agarrava ela a dois anos né? Eu sabia que ele estava apenas querendo me irritar, mais o mais irritante era que de fato aquilo deu certo. Sabe? O encarei. Um dia encontraram o seu corpo e não vão nem suspeitar de mim. Ele gargalhou novamente e apontou Kiara, fechei a cara e praguejei silenciosamente, depois me aproximei de Kiara.
Ela ergueu, levemente, a cabeça em minha direção ao notar eu me aproximando. O que quer? Respirei fundo. Quer tomar café da manhã comigo e com o Aaron? Kiara me encarou, como se pensasse a respeito, antes de responder. Não! Ela respondeu secamente, juro que se não estivesse frio eu tinha tirado as mãos dos bolsos e sufocado ela, mas estava frio. Que seja... Dei as costas a ela e me aproximei de Aaron. Eu tentei... Vamos logo? Disse e já comecei a deixar a comunal, conhecia Aaron o suficiente para saber que se eu ficasse ali ele tentaria me convencer a convidá-la de novo.
Eu já estava nas escadarias quando Aaron me alcançou, sorri e fizemos o percurso até o salão principal em silencio. Ao chegar lá me deparei com a maioria dos primeiranistas todos tomando seu dejejum, sentei-me a ponta da mesa, com Aaron ao meu lado, e ambos tomamos nosso café, como enrolei mais que a maioria para tomar café, sempre queria experimentar mais do que aguentava, Aaron e eu acabamos saindo levemente em cima da hora da aula, o que nos fez correr para a sala. A corrida fora divertida, uma vez que eu sempre empurrava Aaron com o ombro quando ele estava prestes a me ultrapassar, de modo que ele quase caiu diversas vezes e em todas ocasiões eu tinha que parar para me recuperar da crise de risos que dava. Chegamos na sala em cima do horário, eufóricos, suados e agitados, o professor nos lançou um rápido olhar, olhar tal que fez Aaron ficar sério e ir rapidamente para uma mesa, eu sorri e cumprimentei o professor, indo para minha mesa logo em seguida.
Caminho calmamente até o lugar vago, já que Aaron se sentou rapidamente em qualquer lugar, ao me sentar olho rapidamente para o lado, me deparando com uma garota morena que podia jurar que nunca havia visto antes. Hey. Disse sorrindo. Daniel. Disse estendendo a mão, se iria me sentar ao lado de alguém que não conhecia seria legal pelo menos me apresentar, a garota me encarou rapidamente, analisando se deveria ou não se apresentar, por fim, quando eu já começava a pensar na vergonha que passaria caso fosse simplesmente ignorado, ela estende a mão. Isabella Hale Wainwright Soltei um leve suspiro de alívio. Muito prazer senhorita... Animada para a aula? Ela balançou a cabeça afirmativamente, pensei em continuar a conversa, mas senti alguém tocar meu ombro, olhei para o lado e me deparei com o professor. Então... Atrapalho jovem...? O professor ergueu a sobrancelha como se desejasse que eu me apresentasse, como não queria ser expulso da sala de aula, sorri antes de responder. Daniel e vou ficar quieto daqui em diante. O professor sorriu antes de voltar à explicação, decidi prestar atenção. O professor explica que a aula será sobre o feitiço Desilusionar, que é utilizado para tornar objetos e criaturas invisíveis, como um aluno da Sonserina, e alguém que estava relativamente atrasado na matéria, estava determinado a mostrar que sou capaz de realizar feitiços complexos e alcançar o sucesso, mas para isso eu precisaria prestar atenção na aula, coisa que eu me lembrava que era mais difícil do que parecia, já que eu tinha tendência a me distrair facilmente. Enquanto o professor explicava eu comecei a rabiscar algo em meu pergaminho, nada em particular, apenas a distração tomando conta, em dado momento olhei para frente e vi o professor Odinson abrir um baú ao lado de sua mesa e retirar diversas capas, aquilo desperta meu interesse na aula novamente, ele pede que cada um pegue uma capa, rapidamente me levanto e vou até o baú, pegando duas capas, uma para mime  outra para minha companheira de mesa, afinal, eu era um garoto educado. Trouxe para você. Disse entregando a capa para Isabela, que agradeceu.
Após todos pegarem a capa o professor então demonstra como desfazer o encantamento. principalmente depois dele pegar uma capa e lançar o feitiço, fazendo-a se tornar invisível pouco a pouco. Que demais! Disse, depois olhei para Aaron na mesa mais longe, ele tinha a mesma expressão que eu. Encarei a capa em minha mesa e sorri. Vai ser moleza! Eu me concentro em limpar minha mente e visualizar a capa desaparecendo gradualmente, faço um movimento com minha varinha para cima e para baixo e, para minha surpresa, nada acontece, encaro a capa por alguns segundos, na esperança de que o feitiço demore para ativar, mas nada. Certo... Repito o movimento enquanto tento manter minha mente limpa, mas, novamente, sem sucesso. Bom... Certamente a capa está com defeito... Falo encarando as outras mesas, alguns já conseguiam, embora outros estejam na mesma que eu.
Respiro fundo, me concentrando, imaginando a capa, pouco a pouco, ir desaparecendo, até sumir por completo, então tento novamente e, com sucesso, a capa fica transparente até desaparecer completamente, solto um sorriso, claro que o feitiço dura pouco tempo, alguns segundos, mas aquilo já era uma vitória. Enquanto os outros alunos tentam realizar o feitiço, eu pratico mais e mais, focando minha mente e concentrando minha energia na varinha, com o tempo, eu consigo realizar o feitiço com maior facilidade e eficiência, embora ainda não dure tanto quanto eu desejasse. Após algum tempo de prática o professor nos leva para fora da sala e nos coloca diante de uma porta. Ele nos informa que dentro de cada sala há um objeto flutuante sobre uma mesa, e nós deveremos usar o feitiço Desilusionar para entrar e tentar pegá-lo. Se tivermos sucesso, sairemos da sala invisíveis. Não parece tão difícil. Eu escolho uma das portas e fico diante dela, observando meus colegas colocarem suas capas e entrarem em suas respectivas portas, olho para o lado e vejo Isabela, minha colega de mesa daquela aula. Boa sorte. Digo sorrindo e colocando minha capa, antes de passar pela porta.
Eu nem mesmo precisava admitir que estava animado para a parte prática, na verdade realizar a atividade proposta pelo professor, que nos desafiou a usar o feitiço de ocultação para adentrar em uma sala e pegar um objeto, parecia algo divertido. Após colocar a minha capa encantada, entro silenciosamente na sala que escolhi, onde encontro o objeto flutuante sobre a mesa, uma pena dourada no centro da mesa, que se encontrava na outra ponta da sala. Não parece ser tão difícil mesmo. Digo sorrindo, porém, antes que consigo dar dois passos, um desafio surge, um fantasma rondava a mesa, fechei a cara, mas depois soltei um sorriso, eu estava invisível e era apenas um fantasma, aquilo seria moleza.
Começo a me aproximar e então o fantasma começa a zombar de mim, falando que sabia que eu estava ali e que jamais pegaria a pena. Fantasma idiota. Resmunguei enquanto caminhava em direção à mesa, no fim eu estava certo e aquilo seria algo mais simples do que eu poderia imaginar, soltei um sorriso ao ver que estava a poucos passos da pena e meu feitiço seguia lindo. Essa tá no papo! Disse estivando a mão para tocar a pena, então o fantasma parou de girar a esmo pela sala se colocando do lado da pena, olhando na minha direção, respirei fundo, era só ignorar, afinal, eu estava invisível. Eu posso te ver garoto. O fantasma falou calmamente, sorri, era um blefe, claro que era, ele não podia me ver, continuei a estender a mão em direção à pena. Poderia não me ignorar... Eu, realmente, posso te ver. Olhei na direção do fantasma, o blefe dele era realmente bom, estendi o braço mais um pouco. Sério??? Vai continuar me ignorando? EU POSSO TE VER! Aquilo me irritou. Não pode não! O fantasma se colocou entre mim e a pena. POSSO SIM!
Dei um passo para trás e olhei para o fantasma, então dei um passo para o lado, os olhos dele seguiram meu movimento, dei um salto para o lado oposto, a cabeça dele me acompanhou. É... Parece que você pode me ver... Tem muito tempo isso? O fantasma soltou o que parecia ser um suspiro. Tem um tempinho já. Fechei a cara. Feitiço idiota e passageiro. Resmunguei, então dei de ombros e caminhei até a mesa, passando pelo fantasma e pegando a pena, o fantasma me encarou incrédulo. Mas e daí? Vai fazer o que? Me assombrar? Soltei um sorriso e comecei a caminhar em direção à saída, mas parei rapidamente quando, sem qualquer motivo, um livro caiu a poucos centímetros de mim, olhei na direção do fantasma, haviam diversos livros girando ao redor dele. Que merda é essa! Falei olhando aquilo. E de onde saiu esses livros? Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa uma chuva de livros começou a voar em minha direção, aparentemente o fantasma estava meio nervoso. eu tentava desviar dos livros o melhor que podia, mas a tarefa não era tão simples quanto parecia, em um momento um dos livros atinge minha mão, arrancando a pena dela. Haha! Encaro o fantasma, que ri e aponta para mim. Maldito... É guerra né? Aponto a varinha para mim mesmo. Eximioluntas. Eu soltei um sorriso, sabia a função daquele feitiço, ele dá um sentido aguçado para o alvo, fazendo-o perceber melhor o ambiente à sua volta, olho em direção à pena e então começo a correr em direção à pena, ele nota e faz com que os livros voltem a voar em minha direção, mas, graças ao feitiço, se torna uma tarefa simples desviar de tudo, assim que alcanço a pena começo a correr na direção da porta, ao tocar na maçaneta olho por cima do ombro, apenas para ver a mesa, que antes estava no outro canto da sala, voar em minha direção, arregalo os olhos e me viro rapidamente. Flipendo. conjuro o primeiro feitiço que vem em minha mente e por sorte dá certo, já que a mesa voa na direção oposta ao ser atingida pelo lampejo, antes que o fantasma louco tente mais alguma coisa eu agarro a maçaneta e a giro, pulando para fora da sala. Ao cair no chão, segurando firmemente a pena dourada, vejo todos que já deixaram a sala olhando em minha direção, lentamente me levanto e olho para a porta, depois para o professor, que demonstra claramente que está rindo, maldito. A atividade foi um verdadeiro desafio, mas graças ao meu treinamento, ou sorte, consegui superá-la, após todos terminarem a tarefa voltamos para a sala de aula, não demorou muito para que o professor encerrasse a aula, juntei minhas coisas e deixei a capa e a pena dourada na mesa dele enquanto seguia para fora da sala. Lá fora me juntei a Aaron e Adora para irmos para qualquer outro canto que fosse longe daquele fantasma maluco.