O discurso da Inquisidora ressoava em meus ouvidos, cada palavra parecia se enroscar em meus pensamentos, deixando-me inquieta. Quando ela começou a falar sobre as meio-criaturas, uma sensação de desconforto tomou conta de mim. Algo sobre o tom dela, a maneira como ela falava, me deixou perturbada. Minha mente estava a mil, tentando processar o que aquilo significava para todos nós. Eu estava prestes a comentar com Caroline sobre o que achava daquilo tudo, mas antes que pudesse abrir a boca, ela me puxou inesperadamente. Fiquei surpresa quando senti seus lábios nos meus, uma sensação que me pegou completamente desprevenida, mas que logo me envolveu em um calor intenso. Ela havia me beijado, e por Merlin, como eu estava gostando daquilo.

Retribuí o beijo com vontade, deixando-me levar pela paixão do momento. Havia algo de proibido, de delicioso em beijar ela que escolhera Viktor. Nada mais importava naquele instante. Era como se o tempo tivesse parado, e tudo o que existia eram nossos lábios, nossas línguas dançando em perfeita sincronia, e o calor que irradiava de nossos corpos. Quando finalmente nos afastamos, ainda sentia meus lábios formigando. Caroline parecia um pouco perplexa, mas um sorriso divertido se formou em seu rosto. — Eu sabia que você mudaria de ideia — Disse, provocando-a levemente, lembrando da festa onde havia dado em cima dela e ela me rejeitara pelo mané do meu irmao. Ela riu, aquela risada que sempre me deixava à vontade, e aconselhou-me a provar a comida.

— A comida esta imperdivel, devia experimentar! — Ela disse,  enquanto seus olhos vagueavam pelo salão, algo mudou em sua expressão. Ela parecia hipnotizada, como se estivesse sendo atraída por algo ou alguém. Antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, ela se levantou e começou a caminhar lentamente em direção a outra pessoa, deixando-me para trás, confusa e curiosa. Eu fiquei ali, observando-a se afastar, com um sorriso ainda nos lábios. Então, meus olhos caíram para o suco de abóbora à minha frente. A bebida brilhava sob a luz das velas, e por algum motivo, parecia mais convidativa do que nunca. Peguei o copo e, com um sorriso, fiz um brinde silencioso à Hogwarts, a tudo que estávamos vivendo. Então, levei o copo à boca e bebi.

Foi naquele momento que tudo mudou. Um calor inesperado percorreu meu corpo, começando no estômago e se espalhando rapidamente para todos os cantos. Meus pensamentos ficaram confusos, e de repente, eu não conseguia pensar em mais nada além de Ethan. Ele estava ali, tão perto, tão irresistível. Cada detalhe dele parecia amplificado, cada traço, cada movimento, tudo nele parecia gritar por minha atenção como no meio do ano passado. Um desejo intenso, quase animalesco, tomou conta de mim, e antes que pudesse perceber, já estava de pé, meus olhos fixos nele.

Quando Ethan se aproximou de mim, foi como se o mundo tivesse desaparecido. Tudo o que eu queria era sentir seus lábios nos meus novamente, e não hesitei em me enrolar nele, nossos corpos se moldando perfeitamente um ao outro como sempre. O beijo foi fervoroso, cheio de uma urgência que eu ja tinha costume de ter com ele antes. Minhas mãos estavam por toda parte, e a dança de nossas línguas era selvagem, incontrolável. Era como se eu estivesse possuída, como se todo o meu ser estivesse focado apenas nele. Eu poderia ter ficado ali para sempre, presa naquele momento, mas eventualmente, precisávamos respirar. Quando nos afastamos, senti a necessidade de mais, muito mais. Ethan olhou para mim, mas seus olhos logo se desviaram para outra pessoa.

Observei-o se afastar, ainda sentindo o sabor dele nos meus lábios, e sorri. Não me importava, pois logo meus olhos caíram em Aaron. Ah, Aaron. Lambi os lábios, sentindo o desejo crescer dentro de mim mais uma vez. Não havia mais razão, não havia mais lógica. Eu estava tomada por algo mais forte do que eu, algo que me impulsionava a agir sem pensar. Sem hesitar, pulei a mesa da Grifinória com a agilidade de um animal predador e caminhei sexy diretamente até a mesa da Sonserina. Aaron mal teve tempo de reagir antes que eu o empurrasse contra a mesa, espalhando comida ao redor, e o beijasse com toda a intensidade que eu sentia.

O beijo era feroz, como se eu estivesse colocando toda a minha alma naquele gesto. Eu não queria deixá-lo escapar, queria sentir cada pedaço dele, explorar cada parte daquele corpo que parecia feito para ser meu. Mordisquei seu pescoço, sentindo a pele dele contra meus dentes, enquanto minha outra mão procurava uma cereja na mesa. Coloquei a fruta na boca e voltei a beijá-lo, deixando que ele a tomasse de mim. A cereja era doce, mas o desejo entre nós era muito mais. Enquanto Aaron comia a cereja, virei seu rosto para beijar novamente seu pescoço. No entanto, senti uma resistência. Aaron, como se tivesse despertado de um transe, me empurrou, afastando-se de mim.

Seus olhos, antes tão focados em mim, agora pareciam perdidos, como se estivesse buscando algo ou alguém mais. Fiquei ali, observando-o se afastar, um sorriso brincando em meus lábios. Havia uma parte de mim que deveria estar chateada, irritada até, mas essa parte parecia estar adormecida. Tudo o que eu sentia era uma ânsia por mais. Deixei meus olhos vagarem novamente pelo salão, em busca de meu próximo alvo, de alguém que pudesse saciar essa fome insaciável que me consumia. E então eu o vi. Eleanor. Meus lábios se curvaram em um sorriso predador. Algo nela, a maneira como ela estava ali, alheia ao que acontecia ao seu redor, me atraía de uma maneira que eu não conseguia explicar. E assim, com passos lentos, comecei a caminhar em sua direção, cada movimento calculado, cada olhar fixo nele.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas, sinceramente, naquele momento, eu não me importava. Eu era uma criatura de desejo, e nada mais importava além de satisfazer essa fome. A cada passo que eu dava em direção a Eleanor, sentia a antecipação crescer. Sabia que quando chegasse até ela, haveria mais um beijo, mais uma explosão de sentimentos, mais uma pessoa para alimentar o fogo que ardia dentro de mim. Assim que cheguei a sua frente que parecia tentar entender o que acontecia, eu nao lhe dei tempo, apenas envolvi minhas maos em sua nuca e na ponta de meus pés juntei meus labios aos seus.

Beijei: