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Escadarias
Escadarias
As escadarias da torre dos sinos é uma das mais irritantes de se atravessar. Isso ocorre porque a mesma é assombrada por uma garota que morreu na escadaria no início do século passado. Nos melhores dias ela fica lá nos degraus, sentadinha e triste, falando mal das aulas de História da Magia. Porém, nos piores dias, dias que ela está mais irritada ou animada, ela simplesmente grita com todos, faz escândalos, prega peças, ou simplesmente grita os segredos que escuta dos outros alunos pelo castelo.
Re: Escadarias
Me virei e comecei a descer as escadas do quarto andar, me virei no segundo lance e subindo estava Aaron. Ele parou em seus passos, nossos olhos se cruzaram e vi desespero antes dele se virar dando as costas para mim voltando por onde subia. Nao tão rápido! Eu disse fazendo um aceno com a varinha, barreiras translucidas surgiram no final da escada onde ele estava indo e no final do segundo lance da escada que dobrava a esquerda atrás de mim. Me solta! Ele disse com firmeza e eu sentia a raiva em suas palavras. Atrás dele começava a aparecer a cabeça dos alunos curiosos querendo assistir nossa conversa como se fosse um espetáculo. Abaffiato! Eu disse abrejando um grande escudo em todo os dois lances de escada em que estávamos, impedindo que aqueles foram do circulo escutassem.
Eu vou mas primeiro por favor eu só peço que me escute Aaron por favor! Eu disse abaixando e guardando minha varinha agora podendo conversar com mais tranquilidade com meu filho. Eu nao quero ouvir nada de venha de você! Tudo que você faz é mentir! Mentiu minha vida toda! Ele disse com fúria, lagrimas nos olhos e o rosto vermelho de raiva. Eu sei, me desculpa, mil desculpas por isso meu amor, eu sei que tudo que eu disser agora nao será suficiente para explicar mas... Eu dizia tentando me aproximar dele que se mantinha firme em sua posição chateado, meu coração em pedaços. Você me abandonou! Ele disse e eu neguei imediatamente com a cabeça, deixei em segredo que eu tive a ideia mas eu nao havia o abandonado, ele ainda estava em nossa família.
Nao, eu nao abandonei você, eu juro. Eu sempre te amei, eu só era jovem demais, eu nao sabia como cuidar de você, sua avó ela... Ela ajudou tanto, foi tão perfeita que parecia muito mais sua mãe do que eu. Eu disse o que era verdade, apesar de eu omitir o acordo, tudo que eu dizia era verdade, em momentos como amamentação, eu era necessária, no inicio eu precisei participar de seus cuidados, eu nao havia o abandonado. Eu nao te abandonei meu filho, eu jamais faria isso, mas eu nao podia ser a mãe que você merecia naquela época, mas agora eu posso! Eu amadureci, eu ia te contar tudo, eu nao queria que você soubesse dessa forma. Eu disse e Aaron somente me olhava, sua expressão era indecifrável como a dos outros foram.
Por favor Aaron, me perdoa e me de uma oportunidade, eu nunca quis te machucar assim. Eu sempre tentei fazer o melhor por você. Eu te amo, sempre te amei como filho e sempre vou te amar. Por favor, nos deixa recomeçar, desta vez da forma certa! Eu disse esticando minhas mãos em sua direçao na esperança de que ele aceitasse minhas desculpas, me perdoasse e tentasse junto a mim a mudar nossa relação de irmãos para mãe e filho. Sai de meus pensamentos quandi vi Aaron limpar as lagrimas dos olhos com a manga da camisa e me responder.
Re: Escadarias
Aaron se virou em uma velocidade quase sobre-humana mas Emily criou barreiras nas saídas, ele bateu forte contra elas com seu punho e se virou furioso para a diretora. Me solta! Ele disse enfurecido enquanto assistia os outros alunos surgindo de frente a barreira, seus sorrisos curiosos e fofoqueiros radiavam. Eu vou mas primeiro por favor eu só peço que me escute Aaron por favor! A voz de Emily o fez voltar a olha-la, somente eles dois podiam se ouvir, menos mal ele pensou. Eu nao quero ouvir nada de venha de você! Tudo que você faz é mentir! Mentiu minha vida toda! Ele disse se lembrando das palavras de seu pai, de que Emily mentiria, inventaria uma historia para convence-lo de que estava fazendo o certo, tentaria o manipular.
Você me abandonou! Ele disse, sua mão tremia, a vontade de sacar a varinha como fez contra Adrien se intensificava a cada palavra que saia da boca de Emily. Aaron escutou as desculpas dela, seu coração pesou quando o nome de Alexia foi citado, ele se lembrou de todo seu carinho, seu amor mas lhe doía saber que ela sabia de tudo e escondeu também. Por favor Aaron, me perdoa e me de uma oportunidade, eu nunca quis te machucar assim. Aaron olhava com raiva Emily pedindo agora novas chances, depois de quinze anos, sendo 8 cuidado dele, fingindo ser seu irmão. Nao, eu nao vou te perdoar. Você nunca será minha mãe Emily e agora nem minha irmã eu te considero. Você é uma mentirosa, você me fez de idiota esses anos todos e agora quer ser minha mãe? Pois quem ano quer agora, sou eu! Ele disse com raiva e pegou sua mochila do chão da escada mais uma vez indicando que aquela conversa nao duraria muito mais por ele.
Eu quero que você se exploda! Tenho pena do meu irmão, que teve o azar de nascer de você como eu! Ele disse, lagrimas formando nos olhos de Emily no fundo o machucavam mas ele nao estava se importando com aquela dor no momento, havia outras maiores. Desfaz esses escudos agora. Ele exigiu olhando furioso para Emily que apenas negou com a cabeça relutante. Aaron respirou fundo e dessa vez nao temeu suas consequências, ele puxou a varinha e apontou para a diretora. Flipendo! Emily foi empurrada para trás, o poder de feitiço foi fraco mas suficiente para faze-la cair de bunda no chão. Os alunos que assistiam se espantaram, era possível ver os sons de surpresa e fofoca rolando enquanto Aaron se aproximava de Emily caída.
Eu quero sair, vai continuar me machucando e me prendendo aqui? Ele pergunta olhando serio para Emily que com cara de choro abaixou a cabeça se levantando e fez um pequeno aceno, os escudos gradualmente se desfazendo ao redor deles. Ele deu uma ultima olhada em sua mãe e deu as costas descendo por onde vinha, passando pela multidão de pessoas assistindo. Vocês nao tem mais o que fazer nao?! Ele questionou revoltado empurrando aqueles que estavam em seu caminho, ele nao reprovaria se perdesse mais uma aula só.
Re: Escadarias
Mas então saio desse pensamento quando escuto a voz de Aaron, aquela voz cheia de raiva, e que emanava decepção. As palavras cheias de peso saem de sua boca, assim como as que saíram da minha para atingi-la no dia em que a noticia saiu no jornal. Aquele era o primeiro contato dos dois, então isso significava que pela primeira vez alguém havia levado a serio as palavras que saíram de minha boca. Ela havia permitido a ele tempo, mas claramente ele não havia assimilado nada daquilo ainda.
Depois de ouvir o ataque de Aaron a Emily, desço os degraus, preocupada com o que poderia ter acontecido, mas o que vejo é apenas uma morena em choque por ser atacada por aquele que agora sabíamos ser seu filho, e o restante dos alunos encarando a ela e a Aaron que saia esbravejando para o andar de baixo. Os olhos dela encontram os meus. Por um momento sinto pena do que ela esta passando, o único filho ao seu lado era Ethan agora, pois eu não poderia apoia-la nisso, não com o que Aaron estava passando por culpa dela. – Laura – ela diz meu nome enquanto passo por ela. Paro para me virar e olhar ela por alguns segundos – se não queria ouvir o que ouviu, deveria ter seguido o meu conselho Sra. Diretora. Deveria ter mantido sua distância – dou as costas seguindo o caminho que meu irmão fizera.
at the fourth floor staircase
someday in NOVEMBER
Re: Escadarias
A parte do que tinha planejado com Adora fora fácil de explicar, e Nicholas apenas precisaria colocar Derek e Aaron no lugar certo na hora certa. Ele então pergunta sobre a outra coisa que eu estava planejando Lembra quando estávamos fazendo o ritual e eu acabei desmaiando? Não foi um simples desmaio... eu conto a Nicholas a conversa que tive com Joseph naquele sonho ou seja lá o que quer que tenha sido. Ele me alertou sobre como eu posso ter controle do obscuro depois de me tornar um.. eu só preciso absorver mais três maldições. E para minha sorte temos mais uma caçadora aqui na escola e é atras dela que eu quero ir. Mas para isso eu preciso fazer com que ela ative a maldição e depois disso só temos que nos preocupar com o ritual Nicholas entende quase de imediato a participação que teria neste plano. Eu sabia que ele não iria arriscar me deixar seguir com ambos os planos sozinha e então logo sua voz soa me respondendo.
Rosalie Nicholas
Re: Escadarias
Assim que puxei Rosalie para o corredor vazio, percebi a hesitação em seus olhos após nossa saida da ala hospitalar. Havia algo grande em jogo, algo que ela estava planejando e que envolvia riscos imensos., eu podia sentir. Com um toque meu, a maneira como eu empurrei suavemente ela para um canto, para não chamar a atenção, só aumentou minha curiosidade. Eu sabia que Rosalie era astuta e determinada, e qualquer plano que ela tivesse certamente exigiria precisão e coragem. Você quer me contar o que está planejando? Perguntei, tentando ler as emoções em seu rosto. Ela hesitou por um momento, um sorriso enigmático brincando em seus lábios que me intrigava. Ela começou a explicar o primeiro plano, envolvendo Adora, Derek e Aaron. Era uma parte mais simples, quase trivial comparada ao que viria a seguir. Minha tarefa seria garantir que Derek e Aaron estivessem no lugar certo na hora certa. Fácil, considerando a influência que eu tinha sobre eles. Mas eu sabia que havia mais por trás disso, algo que Rosalie ainda não tinha revelado.
Qual é o outro plano? Perguntei, minha curiosidade agora totalmente aguçada. Ela começou a contar sobre a conversa que teve com Joseph naquele sonho, ou seja lá o que aquilo tenha sido. A ideia de ter controle do obscuro depois de se tornar uma com ele era intrigante, mas o que mais me chamou a atenção foi a menção das maldições. Aos poucos eu começava a entender a complexidade daquela maldição e do seu poder. Eu entendi quase de imediato qual seria minha participação nesse plano. A ideia de ajudar Rosalie a alcançar esse poder absoluto me excitava de uma maneira quase visceral. A conexão que tínhamos, reforçada pelo ritual anterior, tornava impossível que eu deixasse ela seguir com esses planos sozinha, ate por que haveria muitos benefícios a mim, seu empoderamento.
Como Brunna vai ativar a maldição? Perguntei, já começando a elaborar estratégias na minha mente. Rosalie sorriu, aquele sorriso que sempre me deixava com uma sensação de antecipação. Ela precisa matar uma criatura Eespondeu ela, sua voz baixa e firme. Um sorriso malicioso se formou no meu rosto. A ideia de manipular Brunna para matar uma criatura era deliciosa em sua perversidade. Ofereci minha ajuda de imediato. Eu posso forçar ela a fazer isso, já fiz isso com Garrett para conseguir o sangue de unicórnio. disse, a ideia tomando forma rapidamente em minha mente. Lembrar de Garrett trouxe à tona memórias vívidas. Forçá-lo a matar um unicórnio foi um ato calculado, frio, mas necessário. Eu sabia que poderia repetir o processo com Brunna, talvez até de forma mais eficiente.
Não precisa, eu já tenho um plano. Eu preciso de sua namorada... A maga ancestral e de você é claro! Para o ritual Rosalie disse com um sorriso travesso enquanto pegava provocativamente em minha gravata e eu deixava um sorriso largo se por em meu rosto. Freya nao será um problema, ela esta comendo em minhas mãos e nada que uma poção amortentia para reforçar seu amor por mim. Eu disse com um sorriso confiante, com a maga ancestral em minhas mãos, nao só conseguiria abrir a passagem para o Scriptorium como também poderíamos refazer o ritual, sem Laura. Também preciso que você garanta que ninguém saiba que tem dedo meu na ativação da maldição da Brunna. Eu me aproximei de Rosalie, a intensidade do momento crescendo entre nós. Eu sei exatamente como fazer isso. Disse, minha voz baixa e cheia de determinação. Pude ver seu sorriso triunfante, era lindo mas ao mesmo tempo um perigo para minha dominância.
Mas nao se engane... Posso estar lhe ajudando em seus pedidos mas você nao se esqueça de que é minha! Eu sou seu mestre. Eu disse, uma mistura de ameaça com provocação, meu rosto colado ao seu, a centímetros de lhe arrancar um beijo. Nossos olhos trocaram alguns segundos de intensidade mas a voz de seu namorado Aaron cortou nosso momento. Rose??! A voz dele se aproximava, pude ver o nervosismo no olhar da ruiva mas ela parecia incapaz de sair de minha sombra. Eu soltei um sorriso, meus olhos caindo para seus labios. Seu namorado esta chamando... Eu disse e lambi de forma provocante seus labios e com um gesto tranquilo abri passagem para que ela saísse do canto da parede, segundos antes de Aaron virar o corredor, seus olhos caindo sobre nós dois.
E não se preocupe em ocultismo não são somente rituais negativos que aprendemos, existe outros interessantes. Eu disse fingindo um assunto sobre a materia que ela teria em seu proximo ano e com um sorriso traiçoeiro deixei meu olhar cair a Aaron que se aproximava. Como vai meu amigo? Eu disse com naturalidade, ate por que minha amizade com ele estava se intensificando mais agora que eu estava também próximo a Rosalie e era exatamente o que eu precisava. Aaron me cumprimento com um tapa amistoso no ombro e encheu Rosalie de beijos na bochecha, enquanto eu ela trocávamos olhares cumplices e seguíamos o dia.
Re: Escadarias
Estou andando pelos corredores da escola, pensando nas últimas notícias sobre o ritual que Rosalie fez para me salvar. Eu nao sou ingenuo, sei que ela nao faria sem um beneficio próprio, nenhum louco faria... Estou perdido em meus pensamentos quando ouço vozes no corredor ao lado. Aproximo-me silenciosamente, mantendo-me fora de vista, e reconheço imediatamente a voz de Rosalie. Nicholas está com ela, e eles parecem discutir algo importante. E para minha sorte temos mais uma caçadora aqui na escola e é atras dela que eu quero ir. Ouço Rosalie dizer. Minha atenção se aguça instantaneamente. Estão falando sobre minha irmã? Eu me pergunto enquanto continuo a escutar a conversa dos dois. Ela precisa matar uma criatura Meu coração dispara. Eles estão planejando algo terrível para Brunna. Encosto-me na parede, tentando processar o que acabei de ouvir sem ser visto. Minha mente corre a mil por hora. A única coisa que consigo pensar é que preciso tirar Brunna dessa situação antes que seja tarde demais.
Nao sei ao certo por que Rosalie deseja realizar outro ritual, pegar para si mais uma maldição mas eu sabia que havia coisa ali, coisa que eu descobriria no futuro. Por agora, eu preciso pensar em impedir eles de conseguirem forçar minha irmã contra uma criatura. Afasto-me lentamente, garantindo que não façam nenhum barulho que possa chamar a atenção deles. Minha mente está uma mistura de raiva e medo. Brunna é forte, mas não merece ser manipulada dessa forma. Não posso deixá-la cair nas garras de Rosalie e Nicholas. Eles são cruéis, calculistas, e não têm escrúpulos. Não posso permitir que a transformem em um peão em seus jogos sórdidos. Assim que estou a uma distância segura, começo a andar mais rápido, minha raiva crescendo a cada passo. Preciso falar com o diretor. Ele precisa saber o que está acontecendo. Se alguém pode parar Rosalie e Nicholas, é ele.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
Mas então, ao dobrar uma esquina, sua visão foi tomada por uma figura que ela reconheceu imediatamente. Nicholas. Ele estava ali, parado diante dela, e seus olhos se fixaram nela com uma intensidade que a fez parar de imediato. O sangue fervia em suas veias. "Freya" Ele a chamou, a voz carregada de urgência. Por um momento, tudo o que ela queria fazer era virar-se e seguir em frente, ignorá-lo como se ele não passasse de um fantasma insignificante. Mas ao invés disso, sua raiva a dominou. Sem hesitar, Freya deu mais dois passos em sua direção e, antes que ele pudesse dizer mais uma palavra, sua mão subiu e desceu, com força, encontrando o rosto de Nicholas em um tapa estrondoso. O som ecoou pelo corredor vazio como uma chicotada.
O silêncio que se seguiu foi pesado, quase palpável. Nicholas permaneceu imóvel, atordoado, uma mão inconscientemente indo até o local onde o tapa o atingira. Seus olhos, que segundos antes estavam cheios de súplica, agora refletiam uma mistura de surpresa e dor. Freya respirou fundo, tentando controlar o próprio tremor. "Eu esperava ver você expulso," ela disse, sua voz carregada de desprezo. Seus olhos brilhavam com uma fúria contida, e ela o encarou como se ele fosse algo sujo que deveria ser varrido de sua vida. "Mas parece que a incompetência da direção permitiu que você ficasse." Nicholas abriu a boca para tentar responder, mas Freya não lhe deu oportunidade. Com um gesto brusco, ela desviou dele, seu corpo tensionado como uma mola prestes a estourar.
Ela voltou a caminhar, desta vez com um propósito renovado. A ala hospitalar não estava longe, e ela precisava estar ao lado de Eleanor. Entretanto, antes que ela pudesse se afastar muito, ouviu os passos rápidos de Nicholas se aproximando novamente. "Freya, por favor, só me escuta, por favor!" Ele estava atrás dela, insistindo "Escutar?" Ela repetiu, parando abruptamente e virando-se para encará-lo mais uma vez. "Eu não quero mais nada com você, Nicholas. A única coisa que quero é distância. E se você não consegue entender isso, eu vou deixar mais claro: mantenha-se longe de mim!" Ela o olhou de cima a baixo, com desdém, como se ele fosse algo indigno de sua atenção.
"Agora, se me dá licença," continuou, sua voz gotejando sarcasmo, escondendo as dores que ainda sentia por ter sido enganada por ele. "Eu vou ver minha amiga, que está na ala hospitalar por SUA causa." Ela enfatizou as últimas palavras com uma dureza que o fez recuar ligeiramente. Nicholas abriu a boca novamente, como se fosse tentar uma última vez argumentar, justificar-se, ou implorar por perdão, mas Freya já tinha perdido qualquer interesse em ouvir o que ele tinha a dizer. Ela se virou de novo, agora de maneira definitiva, e voltou a caminhar. Desta vez, não havia hesitação em seus passos. O castelo podia ser um labirinto de sentimentos e memórias, mas ela não permitiria que Nicholas fosse uma parte disso por mais tempo.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
Eu sabia que Freya me odiava. O tapa ainda ardia em meu rosto, mas o que doía mais era ver aquele olhar de puro desprezo nos olhos dela. Eu precisava falar, precisava me justificar, mesmo sabendo que, provavelmente, nenhuma palavra minha iria mudar o que ela sentia. Freya estava diferente agora. Seus cabelos, que antes eram loiros, haviam escurecido, e esse novo visual só a tornava ainda mais fascinante para mim. Seu rosto, mesmo agora, tão cheio de raiva, era impecavelmente lindo. Eleanor está na ala hospitalar por causa de Enric, não por minha causa Ela parou, mas não se virou. O silêncio dela me dava um aviso claro: Tudo já estava acabado. Ela então se virou, os olhos me metralhando como facas afiadas. Eu podia sentir o ódio queimando dentro dela, e aquilo me corroía por dentro.
Freya sempre teve aquele jeito de me olhar, como se enxergasse através de mim, mas agora era diferente. Agora, ela via o que eu era de verdade, e eu não gostava do que estava refletido em seus olhos. Eu me aproximei devagar, tentando não assustá-la, mas ao mesmo tempo desesperado para me conectar com ela de alguma forma, de qualquer forma. Ela tinha que me ouvir. Tinha que entender que, apesar de tudo, meus sentimentos por ela eram reais. Eu não menti sobre o que sinto por você, Freya Minha voz estava mais baixa agora, quase um sussurro. Tentei tocar seu rosto mas ela automaticamente se afastou. No começo, sim, me aproximei com um propósito. Eu precisava de você... para minha missão. Mas, com o tempo, as coisas mudaram. Meus sentimentos por você se tornaram reais. Essas palavras saíram de forma pesada. Eu sentia o peso de cada uma delas, e sabia que ela também sentia
Ela não respondeu. Continuou me encarando, firme, inabalável. Eu podia ver a batalha interna que ela travava, mas eu precisava ser honesto, precisava explicar, mesmo que isso significasse me expor ainda mais.Você tem que entender. Eu não podia simplesmente abandonar minha missão. O sucesso da minha família, o triunfo deles, dependia de mim. Continuei, a urgência na minha voz crescendo. Freya balançou a cabeça, descrente, os lábios comprimidos de raiva. Desejos sombrios, Nicholas. Eu sabia que você era ambicioso, mas nunca pensei que fosse capaz disso. Sua voz era fria, cortante. As palavras dela atingiram como um golpe. Ela sempre me viu como alguém capaz de grandes coisas, mas nunca assim, nunca desse jeito. Ela me olhava agora como se eu fosse um estranho.
Não é como você pensa. Minha família... Retruquei, defendendo minha posição mas hesitei por um segundo, mas entao continuei me forçando a acreditar no que eles diziam Nós acreditamos que o que está acontecendo agora é errado. Os sangues impuros estão sendo tratados como se fossem mais importantes que os sangue puros. Isso é inaceitável. Minha missão era para corrigir isso, para restaurar o equilíbrio. Freya, no entanto, não cedeu. Seu olhar só ficou mais endurecido e decepcionado com o que ouvia. Equilíbrio? Você está falando de superioridade, Nicholas. E eu não acredito nisso. Não deveria existir isso de sangue puro ou impuro. Todos são iguais. Todos têm o mesmo valor. Repetiu ela, a palavra saindo de sua boca como veneno. O choque daquelas palavras me atingiu, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim resistiu por mais que no fundo soubesse que ela estava certa.
Você não sabe o que está dizendo, Freya Murmurei, tentando manter a calma, mas meu coração acelerava. Mas, mesmo enquanto dizia essas palavras, uma parte de mim vacilava. A força e a independência que ela exalava, que sempre foram parte do que me atraíra para ela, agora estavam intensificadas. Ela não era mais a garota que eu conheci. Ela tinha mudado, e de alguma forma, isso a tornava ainda mais irresistível. Me aproximei mais, com cautela, sem querer assustá-la, mas ainda assim decidido a quebrar aquela barreira entre nós. Levantei uma mão, hesitante, como se pedisse permissão para tocá-la. Ela não recuou, mas seus olhos me advertiam de que eu estava pisando em terreno perigoso.
Eu sei que te machuquei, mas isso não muda o que sinto. Meus sentimentos por você são reais, e sempre foram. Sim, no início, me aproximei de você por interesse, mas não foi só isso. Eu... Eu te amo. Eu sei que parece tarde demais para dizer isso, mas é a verdade. As palavras saíram mais fáceis do que eu esperava. Eu estava me abrindo para ela de uma forma que jamais tinha feito antes.Por um momento, esperei alguma resposta, algum sinal de que ela estava considerando o que eu dizia. Mas Freya permaneceu quieta, o rosto inexpressivo, como se estivesse processando tudo.
Re: Escadarias
O coração de Freya se apertou, uma mistura de dor e decepção tomando conta de seu peito. Ela já sabia a resposta antes mesmo de perguntar, mas ouvir o silêncio dele, ver a indecisão e o medo nos olhos de alguém que afirmava amá-la, foi como uma facada. Ela deu um passo à frente, seus olhos brilhando com raiva contida, cada palavra saindo com força. "Sangue não define o caráter de ninguém, Nicholas. Nem quem merece respeito, muito menos quem merece viver. O fato de você acreditar nisso… Mostra que você não me conhece de verdade." Freya balançou a cabeça, incrédula. Ela tentou se afastar dele, afastar-se daquele confronto que parecia não ter mais volta, mas Nicholas agiu rápido, segurando-a pelos ombros. Freya lutou contra o aperto dele, tentando se soltar, mas ele insistia.
"Meia-criaturas são perigosas, Freya! Elas têm habilidades que nós, bruxos comuns, não temos. Isso coloca todos nós em risco" Argumentou Nicholas, sua voz carregada de desespero, como se acreditasse estar salvando Freya de uma ilusão perigosa. Freya riu, uma risada amarga e sem humor. Ele realmente não entendia nada. Ela ergueu o queixo, seus olhos encontrando os dele com uma força renovada. "Você fala de habilidades como se isso definisse o valor de alguém. Como se ser mais forte, ou mais rápido, ou mais perigoso fosse o que importa." Sua voz era firme, mas cheia de emoção contida, seus olhos vacilavam seus desejos de ser firme ao cair para os labios dele. "Eu tenho habilidades ancestrais, Nicholas. Se eu quisesse, poderia destruir você em dois segundos. Mas eu não faço isso porque tenho caráter."
Ela deu um passo à frente, se aproximando dele, quase desafiando-o a testar a veracidade de suas palavras. Nicholas a observou, seus olhos se estreitando, mas ela notou um breve tremor em sua mão. Não importa quem é mais forte ou quem tem mais vantagens. O que sempre vai importar é o caráter, é o que a pessoa escolhe fazer com o poder que tem." As palavras fluíam como uma correnteza, carregadas de uma convicção que vinha do mais profundo de sua alma. "E até agora, Nicholas, você é um sangue puro que já fez muito mais mal do que qualquer meia-criatura neste castelo." As palavras finais caíram sobre ele como um golpe. Freya viu como a verdade o atingiu, como ele recuava um pouco, como se tentasse processar tudo o que ela dizia. Mas, mesmo assim, ele não a soltava. Seus dedos ainda seguravam seus ombros com força, como se ele pudesse impedir que ela escapasse novamente — não apenas fisicamente, mas emocionalmente.
Ela tentou sair de seu aperto mais uma vez, seu corpo se movendo com determinação, mas Nicholas foi rápido. Ele a empurrou suavemente contra a parede, bloqueando seu caminho. O rosto dele estava mais próximo agora, e Freya podia sentir o calor de sua respiração. "Freya, por favor…" Ele implorou, sua voz suavizando, mas havia uma intensidade em seu olhar, algo desesperado.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
Quando Freya começou a se afastar, senti um vazio estranho me engolir. Suas palavras ecoavam na minha mente, como se cada uma delas estivesse desmontando lentamente todas as certezas que eu tinha. "Caráter", ela dizia, "o que importa é o caráter." E, pela primeira vez, me vi questionando as escolhas que fiz até aqui. Ela estava certa? No fundo, eu sabia que sim. Nenhuma daquelas meia-criaturas com quem convivi durante meu tempo no castelo se mostrou verdadeiramente uma ameaça. Eu havia passado tanto tempo acreditando na superioridade do sangue puro, nas lições que me foram passadas pela minha família, que deixei que isso cegasse meu julgamento. Olhei para eles como inferiores, mas nunca realmente senti que minha vida estava em risco por causa de sua existência. Na verdade, quem estava causando mal ali... era eu.
Eu machuquei pessoas. Pessoas que nunca me fizeram nada, apenas porque acreditava que era meu dever, que estava seguindo uma missão maior. Agora, enquanto olhava Freya se afastar, me perguntei: será que valeu a pena? Todos os danos que causei, todo o sofrimento que espalhei... em troca de nada. Ela tinha razão. Por um momento, fui dominado por uma onda de arrependimento tão forte que quase me paralisou. Mas eu não podia deixá-la ir assim. Não podia perder Freya sem lutar. Antes que ela pudesse se afastar completamente, segurei-a novamente, desta vez com mais força, impedindo que ela saísse da minha pegada. Freya, por favor... Minha voz saiu mais rouca do que eu esperava, carregada de um desespero que mal conseguia disfarçar. Ela tentou me empurrar, mas eu me aproximei ainda mais, meu corpo quase encostando no dela contra a parede.
Pude sentir sua respiração acelerada, seu coração batendo rápido contra o meu peito, e sabia que estava pisando em terreno perigoso. Mas eu precisava tentar. Precisava que ela me escutasse. Eu sei que errei. Aproximei-me ainda mais, minha testa quase tocando a dela enquanto minhas mãos ainda a seguravam firmemente pelos ombros. Eu sei que causei muito mal, e se eu soubesse o que aconteceria... Minha voz falhou por um segundo, mas me forcei a continuar, meu nariz por pouco nao encostando no seu. Se eu soubesse que tudo seria falho, que no fim eu perderia tudo... eu teria desistido. Eu teria desistido por você, Freya. Ela me olhava com aqueles olhos que eu tanto amava, mas agora neles havia raiva, havia uma barreira que eu talvez nunca fosse capaz de atravessar. Mas eu precisava tentar. Eu precisava que ela acreditasse em mim, pelo menos uma vez mais.
Nunca quis te machucar. Eu juro, Freya, eu nunca quis. Eu... eu achei que estava fazendo o que devia, que estava protegendo o que era certo. Mas agora... agora tudo isso parece vazio. Tudo o que fiz, tudo pelo qual lutei, não vale nada se isso significa perder você. Insisti, sentindo a urgência em minhas próprias palavras. Ela tentou falar, seus lábios se movendo para formar palavras que eu sabia que não queria ouvir. Mas eu não a deixaria falar, não antes de ter minha última chance. Me perdoa, por favor! Sussurrei, nossos labios quase se tocando, nossa respiração se misturando. A dor em minha voz era genuína, cada palavra arrancada diretamente do meu coração. Eu me arrependo do que fiz. Se eu pudesse voltar no tempo, se eu pudesse fazer tudo de novo... eu teria feito diferente. Eu teria escolhido você, mesmo quando eu estava cego pelo que minha família esperava de mim. Ela parecia prestes a me responder, talvez para finalmente me afastar de vez, para dizer que era tarde demais, que nada do que eu dissesse poderia apagar o que fiz.
Mas eu não podia deixar que ela dissesse isso. Eu não suportaria ouvir. Sem pensar mais, sem dar espaço para que o medo me dominasse, aproximei meus lábios dos dela. A princípio, ela se moveu em protesto, seu corpo tenso contra o meu, mas eu não parei. Pressionei meus lábios contra os dela com uma necessidade desesperada, como se aquele fosse o último pedaço de paz que eu pudesse alcançar. Eu precisava sentir o gosto dela novamente, mesmo sabendo que ela agora estava contra mim. E, por um momento, senti sua resistência diminuir. Senti sua respiração se entrelaçar com a minha, sua boca, apesar de relutante, ainda tão familiar. Ela era meu refúgio, meu único ponto de luz em meio a tudo o que desmoronava ao meu redor.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
Mas logo, a consciência de Freya começou a tomar o controle novamente. As palavras dele, suas ações, as promessas quebradas, tudo voltou à tona como um balde de água fria. Com um esforço colossal, ela virou o rosto, afastando-se de Nicholas. Ele parecia surpreso, mas não recuou. Os beijos que antes eram doces agora se tornavam uma tortura, à medida que ele começava a deixar seus lábios e descer pela bochecha, pelo pescoço dela. Freya sentia seu coração acelerar, mas lutava contra a sensação, tentando se ancorar na realidade. "Pare!" Ela ordenou, a voz firme, embora seu coração estivesse disparado. Com uma mão, começou a empurrá-lo, não com agressividade, mas com uma determinação que fazia ecoar a sua indignação.
A expressão de Nicholas mudou, seu olhar refletindo uma confusão que só aumentava sua frustração. "Tudo o que você defende vai contra o que eu penso!" Ela continuou, sentindo a raiva crescendo dentro dela se misturando a confusão de sentimentos que ela sentia por ele. "Você não pode realmente me amar, Nicholas. Nao depois de tudo que fez comigo" Ela respirou fundo, buscando força nas palavras que saíam de sua boca, mas havia uma tristeza misturada à raiva. Freya não acreditava que ele realmente a amasse. Era claro para ela que ele estava apenas com medo de perder algo que sempre achou que seria dele, e isso a machucava ainda mais. "Você está apenas com medo de perder algo que sempre achou que seria seu."
Os olhos dela caíram para os lábios dele, e a dor em seu coração se intensificou. O silêncio entre eles crescia, quase palpável, como se o ar estivesse carregado de tensão. Então, a frase de Nicholas ressoou em sua mente: "Eu sei que talvez seja tarde demais para pedir perdão. Mas eu não posso deixar você ir sem tentar. Por favor... só me diga que você ainda sente algo por mim." Essas palavras a atingiram como um golpe. Freya queria gritar, queria dizer que ele estava errado, que não poderia mais confiar nele. Mas, ao mesmo tempo, a parte dela que ainda o amava lutava contra essa verdade. E, como se ele pudesse sentir a fragilidade dela, Nicholas voltou a prendê-la contra a parede, seu rosto se aproximando do dela de maneira delicada. Seu nariz roçou levemente na bochecha dela, e Freya fechou os olhos, tentando manter o controle. O toque dele era familiar, e seu corpo, mesmo contra sua vontade, reagiu à proximidade dele.
"Nicholas...Eu te odeio..." Ela murmurou, quase chorando, a voz trêmula enquanto se forçava a afirmar algo que no fundo ela sabia nao ser verdade. "Por favor, me solta." O pedido saiu de seus lábios como um lamento. Freya estava lutando contra a onda de emoções que a invadiam, mas a realidade era cruel. Ela sabia que não podia se entregar novamente. Cada parte de seu ser gritava para que ela se afastasse, mas sua vulnerabilidade era evidente, e estava prestes a explodir em lágrimas. A vulnerabilidade que ele via a atingiu de volta, mas a determinação dela não vacilou. Freya estava em conflito, desejando tanto afastá-lo quanto se perder na sensação que sempre teve quando estava com ele.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
There's certain things that I adore
Oliver estava passando pelo corredor quando a cena chamou sua atenção. Freya, presa entre a parede fria e Nicholas, com um olhar aflito e suplicante. O garoto parou no meio do caminho, o coração batendo mais rápido ao perceber a tensão no ar. Ele já sabia um pouco sobre a situação entre Freya e Nicholas — os rumores no castelo corriam rápidos — mas ver aquilo acontecendo diante de seus olhos fez sua raiva borbulhar no fundo. Nicholas estava tão perto de Freya que parecia não dar a ela nem espaço para respirar. Mesmo à distância, Oliver percebeu o desespero silencioso no olhar de Freya, e algo dentro dele se inflamou. Ele não podia ficar parado e assistir aquilo. Nicholas, solta ela. Sua voz saiu firme, sem hesitação. O outro garoto virou-se lentamente para encará-lo, visivelmente irritado com a intromissão. Os olhos de Nicholas brilharam de raiva, a mandíbula se apertando enquanto ele se endireitava, ainda mantendo Freya encurralada.
Isso não é da sua conta, Oliver. Volta para o seu caminho. Nicholas retrucou, o tom venenoso, sem tirar os olhos de Freya a sua frente. Oliver cruzou os braços, encarando Nicholas com um olhar sério. Ele sabia que o outro garoto estava acostumado a intimidar os outros, a usar sua presença e status como arma, mas isso não o afetava. Ele estava decidido. Eu estou fazendo disso minha conta.Você precisa ouvir o que Freya está dizendo e deixá-la ir Oliver respondeu, agora com a voz mais firme. Nicholas tirou uma de suas maos de Freya, o punho cerrado ao lado do corpo. Ele parecia pronto para brigar, mas Oliver não recuou. Ele não estava intimidado. Havia algo mais importante ali do que seu próprio orgulho ou segurança.
Você acha que pode simplesmente aparecer aqui e dar ordens? Você não entende nada. Fica fora disso. Nicholas rosnou, os olhos faiscando de fúria. Oliver sentiu sua própria raiva crescer. Ele não gostava da forma como Nicholas tratava Freya, e ainda menos de como o garoto estava se comportando agora, como se tivesse algum direito sobre ela. Ele deu um passo à frente, se aproximando mais, a fúria e a determinação claras em seus olhos.Entendo o suficiente para saber que você não a está respeitando. Se você realmente gostasse dela, não a forçaria a nada. Não tentaria controlá-la. Respeitar alguém é o mínimo que se espera, principalmente de alguém que você diz que ama. Oliver disparou, sem medo. O silêncio que se seguiu foi denso. Nicholas ficou sem resposta por alguns segundos, e Oliver soube que havia atingido um ponto sensível.
A falta de reação do outro garoto foi o suficiente para criar a oportunidade que Freya precisava. Sem hesitar, ela aproveitou o momento e deslizou para longe da parede, escapando da prisão que Nicholas havia criado ao seu redor. Oliver observou enquanto ela se aproximava dele, os ombros tensos, a respiração um pouco rápida. Havia um peso nos olhos dela, algo que Oliver reconhecia como exaustão e dor, não física, mas emocional. Ele não sabia tudo o que havia acontecido entre eles, mas os rumores sobre Nicholas usando Freya para seus próprios fins corriam pelos corredores, e aquilo só tornava tudo ainda mais triste para a menina que claramente ainda nutri sentimentos pelo rapaz. Obrigado. Freya murmurou, sem conseguir olhar para Nicholas, as palavras apenas para Oliver. Havia algo doloroso em sua voz, algo que fez Oliver desejar que ele pudesse fazer mais do que apenas intervir.
Nicholas permaneceu quieto, ainda processando o que havia acabado de acontecer. Oliver não tirou os olhos dele, mas sua atenção estava, em sua maior parte, voltada para Freya. Ele precisava ter certeza de que ela estava bem. Você está bem? Ele perguntou, sua voz baixa e cheia de cuidado. Freya ergueu os olhos para ele por um breve momento, e Oliver viu a tristeza escondida nas profundezas de seu olhar. Era difícil vê-la assim, especialmente sabendo que parte disso tinha sido causado por Nicholas. Ela parecia tão forte normalmente, tão independente, mas ali, naquele momento, Oliver sabia que havia uma vulnerabilidade que poucos conheciam.
05 DE SETEMBRO ⇝ 2058 ON
Eu não podia acreditar na intromissão de Oliver. Aquele lufano insuportável tinha ousado interromper, intervir em algo que era entre mim e Freya. Minha raiva crescia a cada segundo, mas quando ele falou... algo dentro de mim hesitou. ....principalmente de alguém que você diz que ama. Suas palavras ecoavam na minha mente, envenenando meus pensamentos. Eu sabia que ele estava certo, mas meu orgulho não permitia que eu admitisse isso, pelo menos não naquele momento. Eu a encarava, tentando manter o controle da situação, tentando fazer com que Freya entendesse o que eu sentia, o que eu queria. Quando ela finalmente escapou de debaixo dos meus braços, senti como se o chão tivesse sumido sob meus pés. O ar parecia mais pesado, e meu peito doía, um tipo de dor amarga e intensa.
Respirei fundo, tentando manter a compostura. Ela estava se afastando de mim, e a cada passo que dava para longe, parecia que algo se despedaçava dentro de mim. Como eu deixei isso acontecer? Como eu deixei chegar nesse ponto? Tanta coisa passou pela minha cabeça naquele instante. Eu sabia que tinha feito tudo errado, que minhas escolhas tinham causado essa distância. Mas, por que, então, me sentia tão injustiçado ao vê-la se afastando? E então, Oliver. Aquele maldito Oliver. Lá estava ele, sempre com aquela maldita expressão de preocupação e bondade. Ele tinha o atrevimento de perguntar a Freya se ela estava bem, como se fosse ele o herói da história, o salvador da situação.
Desde quando vocês dois são tão... amiguinhos assim? Não consegui conter o ciúme em minha voz. Escapou antes que eu pudesse controlar. Uma parte de mim sabia que eu não tinha mais direito de exigir nada de Freya, não depois de tudo que eu tinha feito. Mas ver a maneira como ele olhava para ela, como ela parecia se sentir à vontade com ele, me corroía por dentro. Minha mente girava com pensamentos conflitantes. Por um lado, eu sabia que tinha arruinado tudo, que as minhas ações tinham afastado Freya. Eu tinha jogado o que nós tínhamos fora por causa de ambições vazias e um senso distorcido de lealdade à minha família. Mas, por outro lado, vê-la tão próxima de outro, e pior ainda, de Oliver, me deixava furioso.
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Freya endireitou os ombros, ajeitando o rosto em uma expressão que ela sabia que seria como uma máscara para esconder tudo o que realmente estava sentindo. Ela não podia mais permitir que Nicholas visse seu coração em frangalhos. Ele já havia machucado demais. "Isso não é mais da sua conta, Nicholas" Respondeu ela ao ciúmes de Nicholas. Sua voz firme, apesar da tempestade que rugia por dentro. "Com quem eu faço amizade ou de quem me aproximo não é problema seu." Suas palavras foram duras, calculadas, e ela as soltou como uma lâmina, sabendo que atingiriam o orgulho dele. Por um breve momento, os olhos de Freya encontraram os de Nicholas. Ela viu a dor, a confusão e o ressentimento ali, mas não permitiu que isso a abalasse. Ele não tinha mais o direito de invadir seus pensamentos, de controlar suas emoções. Ela não era mais a garota que se deixava levar pelo que ele dizia, pelo que ele fazia.
Com um movimento deliberado, Freya cruzou seu braço com o de Oliver. Ela sabia o impacto que isso teria em Nicholas. Sabia que, se havia algo que o incomodaria profundamente, seria vê-la se apoiando em outro. Parte dela fazia isso por impulso, por necessidade de se proteger, mas outra parte queria ver a reação dele. Queria que ele sentisse, pelo menos uma fração, da dor que ela havia sentido. Ela não olhou para Nicholas enquanto fazia isso, mas sentiu o corpo dele tensionar, o ar entre eles se tornando mais pesado, quase palpável. O ciúme emanava dele como uma onda sufocante, e Freya quase sorriu, um sorriso amargo, ao perceber o quanto ele ainda achava que tinha controle sobre ela. Mas ele não tinha mais. Não depois de tudo.
"Fique longe de mim, Nicholas" Ela ordenou, sua voz gelada como o vento cortante de uma noite de inverno. Não era um pedido, era uma exigência. Uma linha que ela traçava e que ele não tinha permissão de cruzar novamente. "Senhor Grayson, sua primeira detenção o espera!" A voz cortante do zelador foi um alivio para os ouvidos de Freya. Ela nao conseguiu esconder desta vez um sorriso de satisfação. "Tenha uma excelente detenção Nicholas!" Disse ironicamente e sem esperar por uma resposta, Freya puxou Oliver para longe, seus passos firmes e decididos, embora, por dentro, ela lutasse para manter o controle. "Vamos, vamos para um lugar menos movimentado" Murmurou ela para Oliver, a voz mais suave agora, mas com um toque de provocaçao direcionada a Nicholas. Oliver a seguiu sem hesitar, preocupado, mas respeitando o momento. Freya sabia que ele estava prestando atenção nela, avaliando cada pequeno sinal de que talvez ela precisasse de mais apoio.
Mas, naquele momento, ela não queria apoio. Queria distância. Distância de Nicholas, distância das lembranças, distância do caos que ele sempre trazia com ele. Enquanto caminhavam em direção ao fim das escadarias, Freya forçou-se a não olhar para trás. Ela sabia que Nicholas ainda estava lá, observando-a, sentindo o peso de sua própria perda, mas ela não queria ver isso. Não queria sentir a tentação de voltar, de ceder. Cada vez que pensava em como ele a tinha manipulado, como ele a usara, o fogo da indignação ardia dentro dela, sufocando qualquer resquício de afeto. "Obrigada, por ter intervindo!" Ela murmurou para ele, sua voz baixa, quase rouca. Oliver assentiu, respeitando o espaço dela, embora fosse claro que estava preocupado. Ele já havia ouvido alguns rumores, sobre Nicholas e as intenções dele com Freya. .
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