Escritório do Comandante do Esquadrão de Aurores

Blue ficou parada por quase um minuto na entrada do ministério, encarando-o e observando todos os que passavam por ali, indo e vindo cumprindo suas funções, fugindo de suas funções, vivendo suas vidas. Seu intento com isso, era tão somente captar o “espirito” daquele lugar, absorver a essência que o centro da principal instituição que administrava o mundo da magia, transmitia, pois, logo, se veria tendo que transferir isso para seus leitores. Naquele dia em específico, se encontraria com, Marie R. Stonkovick, a nova auror Chefe, do departamento de aurores. Quem agora teria sob seus ombros não apenas o trabalho excruciante de dirigir os responsáveis por manter a ordem na sociedade magica, como também, de administrar a crise que explodiu bem “na cara” do Ministério. A fuga .

Não tardou em encontrar-se com sua entrevistada, que, ao ver da jovem, parecia pouco confortável com o encontro, visto que, aurores não tendiam a se engajar no mundo estrelato, em geral, preferindo o anonimato para lhe dar com suas funções de modo mais eficaz. Porém, aquela não era uma situação padrão, e um momento raro na história em que alguém fugira da prisão bruxa mais inexpugnável do mundo, sendo está um elemento de alta periculosidade, as autoridades não tinham como se esconder diante das necessárias explicações. As mulheres conversaram por um bom tempo, donde Blue tentou ser cortês, deixar a mulher a vontade, moda e dieta são boas maneiras de se começar uma conversa, pensou, levantando a elegância da auror como primeiro assunto, tão logo se viram de frente.

No entanto, ambas sabiam a que estavam ali, e que a gravidade do ocorrido não era pouca, o que exigia que a demanda da população por respostas fosse atendida. E era isto que a jovem pretendia fazer através de sua voz no profeta, de sua voz, e de sua pena que atentamente, registrava cada palavra trocada por elas, como um velocista ultrapassando seus limites para fazer valer cada segundo de sua missão. Para tanto, seus questionamentos perpassariam pelos mistérios de, em que maneira se deu a fuga de um dos lugares mais seguros do mundo? Ou como impedir que isso ocorresse de novo em momentos futuros? As consequências disto para a sociedade magica em geral.  As dúvidas fervilhavam na mente da jovem morena de pele branca, na sua boca de lábios rosados e na tinta da sua pena, sendo magicamente pincelada no papel

— Então, me diga senhorita Stonkovick ...— Blue falou interrogativa, mordendo os lábios por um instante, enquanto formulava sua pergunta. — Possuem planos para capturarem novamente a Moreal? — Era algo a se questionar, visto que, àquela comensal definitivamente não ficaria à solta por muito tempo sem que vidas fossem colocadas em risco — Se sim, já sabem o seu paradeiro? — Encarou a jovem mulher assim como a pena de repetição rápida .

Marie foi bem cordial durante toda a conversa. Temi que as coisas pudessem ser um pouco mais “agressivas” durante minhas ponderações, dado que, ela estava agora em um cargo de poder, e, pessoas que ascendem rapidamente, tendem a tentar se impor de maneira rude, e sem ela uma autoridade em uma situação desconfortável, seria natural se indispor com a imprensa.

Porém, Blue alegrou-se, reconfortando-se na poltrona onde estava, absorta entre as respostas frias e “evasivas” que escutava. Infelizmente, os aurores não eram bons em serem diretos e verdadeiros em se tratando de declarações, e a repórter sabia disso, principalmente sendo agora uma editora também, passou a entender melhor as minúcias que existem entre um fato, um testemunho do fato e como isso se transforma em notícia. Logo, o Ministério não entregaria tão fácil assim que não foi competente o bastante para evitar uma folga preocupante.

Pelas respostas, estava claro também que as autoridades estavam tão bem informadas sobre o ocorrido, quanto qualquer leigo, e que, a nova chefe dos aurores ainda levaria um tempo para se pôr a par do que estava se passando. — Acredito que mais que o suficiente por enquanto Srta. Stonkovick. — Respondeu-a educadamente.  

—  Espero que nos encontremos em breve. Talvez em uma situação menos catastrófica.  —  Brincou cumprimentando a auror. Caminhando até a porta, observou o relógio em seu pulso, alarmando-se com o horário. A conversa fora tão boa que já estava atrasada para o próximo compromisso. — Oh, Céus! Bem, foi um prazer. Estou indo agora. Talvez eu tenha um novo furo esta tarde. —  Concluiu sorridente, enquanto batia a porta e prosseguia em passos largos rumo a rua.

[OFF]