Bar Ian the Fox

THANKS TO KALL QUEEN OF GRAPHICS

Olhares..

Os dias eram iguais no Ministério da Magia, e eu deveria muito bem saber disto. Desde minha entrada ao corpo de Aurores, as coisas sim eram as mesmas, caçar e investigar atentados ou casos pequenos que o Mundo Bruxo sempre teve com os renegados que vão contra o sistema – e o motivo sempre é o motivo – o sistema é falho e nós roubam. Em partes é verdade, entretanto, acredito que isso cai muito dentro de como é ter liberdade e o livre arbítrio dentro de uma sociedade no qual cada pessoa é diferente, e o que torna elas iguais é que sabem que um dia todos irão morrer. Mas, como administrar isso realmente deixando perfeito para todos? Um questionamento difícil que vem se propagando há muito tempo, e até o momento ainda não achamos uma resposta e talvez nunca acharemos, afinal, o que é bom para um com certeza não será para o outro, e nem por isso temos a autoridade de dizer que é falho viver numa sociedade com normais básicas nas quais a maioria segue e consegue ter a felicidade e liberdade para ter uma vida em paz.  

Uma das melhores coisas que conseguimos foi recuperar o artefato que foi roubado pelos os Comensais, diga-se de passagem o ‘’raça’’ insuportável. O antigo Lord era habilidoso em sua varinha, porém, no mental pecava muito e não tinha uma sustância no próprio grupo. Em contra partida quem está comandando agora foi bem esperta, as horcrux são artefatos realmente preciosos e valem muito mais na mão deles do que na nossa, afinal, eles que querem o caos e distorcer a realidade. Isso não me dá o direito de dizer que tive uma parcela de atividade nessa recuperação, meus companheiros foram ótimos e montaram um plano perfeito. É difícil se trabalhar quando uma enxaqueca lhe pega com força a semana toda, a impressão é que a cabeça se partirá em poucos segundos - só de pensar dá uma sensação horrível. O que me salva é que hoje será meu dia de descanso e com certeza será muito bem aproveitado no ‘’The Fox’’.

Como sempre um terno na coloração preta era a melhor combinação que um homem pode ter para passar uma noite dos sonhos, não importa com quem seja e onde seja, um terno sempre será bem visto em qualquer recinto. A varinha no meu coldre sempre bem posicionada para qualquer momento no qual me vejo descuidado. As horas correm como se tivessem realmente pernas, a cada olhada que dou no meu relógio o tempo faz questão de correr vinte minutos a mais – um suspiro a mais. Os ouvidos sempre atentos ouvem o som da buzina do taxi, como é norma; não é possível usar magia no mundo Trouxa, então sejamos um pouco ‘’humanos’’ com hábitos normais dessas criaturinhas que não nasceram para terem o dom de usar magia, o que deixaria a vida deles muito mais simples e alegre. O trinco girou, a porta se abriu lentamente e meu corpo foi conduzido às pressas dentro daquele veículo.  

Pequenas viagens por esses automóveis me deixam sempre com mal-estar, é difícil se acostumar com isso, realmente. Luzes e luzes, são flashs que visualmente falando é de se irritar demais os olhos e a mente, não entendo como eles usam isso para tudo na vida, carro é algo precioso para eles de fato. Não demorou muito para minha viagem acabar e eu dar graças a deus e desejar mil vezes para não mais poder ter que pegar esse táxi de noite. O bar por sua vez estava esplêndido e calmo, sem ter aquela aglomeração nojenta de pessoas bebidas ou jovens querendo tirar um proveito melhor com as mulheres, meus passos foram em rumo a entrada e como era de fácil acesso a entrada não teria complicações maiores para ir a minha noite de descanso.  

Todos os olhares eram voltados para uma mulher, ligeiramente alta com a pele branca dos cachos loiros cantando uma música desconhecida por mim. Sua voz é doce e parece tocar na minha alma, como se me estivesse chamando para cantar junto com ela e isso é estranho, afinal, eu não tive nem a chance de olhar para seu rosto e ver se realmente era o que eu queria - sensação estranha, eu diria. Me aconcheguei no bar, claramente é onde os homens que estão saturados de suas vidinhas vão afundar as frustrações e lágrimas. - Por favor, um firewhisky. - O murmuro veio baixando olhando nos olhos da atendente esperando que trouxesse meu pedido o quanto antes.  

Enquanto estava na espera me virei para frente e continuei a admirar aquela bela mulher que finalmente consegue olhar em seu singelo rosto, e como aquela beldade de mulher veio parar aqui nesse mundo? Me arrisco dizer que até no mundo bruxo não conheci nenhuma mulher que tivesse uma beleza como a dela, definitivamente não mesmo. Ou melhor, nenhuma que conseguisse me fazer deseja-la para o resto da vida a ponto de olhar a primeira vez, me dar calafrio de ansiedade só de ter uma possível conversa com ela. - Que raio de sensação é essa, Noah? - Me pergunto, sentindo uma mão me tocar e era da garçonete me mostrando que meu pedido chegou, apenas sorri e agradeci com a cabeça. Sem conseguir raciocinar muito apenas me virei e dei um belo gole naquela bebida.